Por: Financial Times
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Antes
de tudo, uma pequena nota deste que vos escreve sobre o artigo em questão:
Os
EUA realmente impediram a tentativa de golpe vinda pelo Bolsonaro e a
extrema-direita. Porém, o recado incutido no artigo é claro: não haverá golpe. Isso
garante que os petistas não poderão fazer golpe também [e nem hostilidade com autoritarismos
(isso vindo um dia antes do Zanin ser referendado como ministro do STF)].
Tarcísio
de Freitas é um agente infiltrado dos EUA [confessado pela reportagem]. Ganhou
a eleição para governador de São Paulo com ajuda das forças do norte. Poderá
ganhar a eleição presidencial com esse mesmo apoio.
O
Lula está ressabiado com os EUA, não compreendendo que só não houve golpe no Brasil
porque o império impediu. Acha que ganhou a eleição sozinho e acredita que ao vender-se
ao chinês está fazendo uma grande jogada geopolítica – sendo que não está.
E
Bolsonaro está tristinho porque os EUA abortaram o sonho do político da
extrema-direita em dar golpe no Brasil e lograr-se ditador.
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Resumo: A discreta campanha
dos EUA para defender a eleição do Brasil
Bolsonaro
queria eleição feita em cédula papel.
Bolsonaro
não questionou o resultado porque se calou. E isso significa que ele aceitou o
resultado.
Washington
foi neutra na eleição, mas não toleraria tentativa de questionar a eleição.
OS
EUA usaram canais públicos e privados para que não houvesse golpe militar.
Mas
quem impediu o golpe foram as instituições brasileiras.
Os
EUA estão atentos quanto ao aumento da influência chinesa na região
Após
Trump tentar dar o golpe, Biden se sentiu na obrigação de impedir o Bolsonaro
de fazer golpe.
OS
EUA tinham que ajudar o Brasil a impedir um possível golpe, mas sem que isso
fosse considerado uma intervenção. Até porque os EUA têm histórico de
intervenção como em 1964 contra o Brasil.
OS
EUA usou as suas instituições: forças armadas, a CIA, o departamento de estado,
o Pentágono e a Casa Branca para esta força-tarefa.
O
objetivo não era apoiar candidato A ou B, mas manter a lisura no processo
democrático.
Apoio ao processo Eleitoral
O conselheiro de segurança de Biden, Sullivan, tentou esclarecer a cabeça do Bolsonaro pelo convencimento, sem muito sucesso.
Bolsonaro
estava convicto sobre acreditar em fraude nas urnas.
A
lógica era simples: se nos EUA, país de 1º mundo, tem fraude - dita por Trump
-, o Brasil também pode ter.
A
disputa na eleição do Brasil se deu na polarização entre o capitão Bolsonaro,
com apoio do Trump, e Lula, pai dos pobres, que tinha acabado de sair da
prisão.
Bolsonaro
atraiu os militares com cargos, aumento no orçamento das forças armadas e
bajulações, mas sempre louvando o período de ditadura militar.
Em
agosto de 2021 teve até desfile de tanques esfumaçados para fortalecer a ideologia
militar.
Mas
muitos militares eram contrários aos pensamentos extremistas do Bolsonaro. Hamilton
Mourão era um deles.
O funcionário do departamento de Estado dos EUA, Shannon, explicou a situação para o Mourão para que o vice-presidente pudesse convencer Bolsonaro
não trilhar por esse caminho do golpe.
Votação Eletrônica
Bolsonaro
fez uma reunião com embaixadores para questionar a confiabilidade da urna.
O
Bolsonaro comunicou para a comunidade internacional uma fake News: de que as
urnas podem ser fraudadas.
No
dia seguinte, como resposta imediata, o departamento dos EUA emitiu um comunicado
dizendo que as urnas eletrônicas no Brasil são seguras.
Essa
declaração foi como um antidoto contra a intervenção militar.
Uma
semana depois, o secretário de defesa dos EUA, Loyd Austin, fez uma visita
emergencial ao Brasil para enviar uma mensagem clara de que a eleição tinha que
ser conduzida por civis.
Loyd
Austin disse que caso houvesse alguma ruptura institucional, haveria
ramificações negativas do relacionamento militar bilateral. Traduzindo: Os EUA
fariam intervenção até mesmo hostil [guerra quente] contra os militares
brasileiros.
A
General Laura e o chefe da Cia Burns também deram o recado neste sentido.
OS
EUA forneceram semicondutores e outros componentes para as máquinas brasileiras,
garantindo a segurança das urnas.
Os
EUA pediram para Taiwan darem preferência ao Brasil para fornecer
semicondutores para as urnas brasileiras.
Diante
dos depoimentos, o Almirante brasileiro Garnier era o mais difícil a convencer
a abandonar o golpe.
O
convencimento veio por meio de ameaça de romper acordos, caso o golpe
acontecesse.
Houve
um jantar em que “civis importantes” [a elite] tentaram convencer os militares
de que as urnas não são fraudadas contra o Bolsonaro.
Neste
mesmo momento, Bolsonaro estava convocando o 7 de setembro de 2021.
O
ministro Barroso do STF, presidente do TSE na época, estava presente e ciente sobre as declarações dos EUA.
Barroso
perguntou para o Douglas Koneff, embaixador dos EUA na época, sobre as urnas e
ele atestou a confiabilidade e credibilidade do sistema como um todo.
Circulo Intimo
Arthur
Lira, Mourão, Flavio Rocha [almirante] e Tarcísio de Freitas eram os emissários
dos EUA para enviar a mensagem para o Bolsonaro de que o processo eleitoral era
integro [sem fraudes] e para dissuadi-lo a não avançar com o golpe.
As
pessoas ao redor do Bolsonaro estavam insistindo para que ele fizesse a coisa
certa.
Ocorreu
a eleição e não houve vencedor no primeiro turno. No segundo, Lula venceu a
disputa de forma apertada, mas indiscutível.
Tarcísio
e Lira reconheceram rapidamente a vitória do Lula.
Bolsonaro,
ao ficar chocado com o resultado, desapareceu da vista do público. Mas,
relutante, transferiu o poder.
Mas a tensão vinda pelos apoiadores
continuava. Em 12 de dezembro de 2022 os manifestantes chegaram até a incendiar
carros como forma de protesto.
Uma
semana depois, Bolsonaro jantou com os mais moderados do seu círculo íntimo.
Como
Bolsonaro não queria entregar a faixa presidencial, os conselheiros
aconselharam que ele antecipasse viagem para os EUA.
Quando
o Bolsonaro decidiu viajar, os EUA ficaram aliviados porque sabiam que o
Bolsonaro estava abandonando a ideia do golpe.
Em
8 de janeiro, os bolsonaristas fizeram um ato golpista invadindo os três poderes.
Os
militares intervieram e mais de 100 pessoas foram presas.
Mais
tarde, os investigadores brasileiros descobriram que o Bolsonaro estava
realmente querendo um golpe, com ajuda via Anderson Torres, ministro da
justiça, e Mauro Cid, ajudante de ordens.
Torres
ficou 5 meses preso e aguarda julgamento. Alega ilegalidade na condução
processual por causa de documentos vazados. Cid preferiu não comentar.
Os
EUA decidiram dar um último empurrão para garantir a democracia no Brasil a
respeito da eleição. Convidou o presidente do Canadá, Justin Trudeau, e o
presidente do México, Lopez Obrador, a emitirem uma declaração conjunta
trilateral em apoio ao Lula e ao Brasil.
Com
os manifestantes presos, os militares sob controle e Lula no poder, a
democracia brasileira parece ter sobrevivido à ameaça potencial.
Para
Biden, a relação dos EUA com o Brasil melhoraram, mas ainda há alguns atritos.
Lula mostrou pouco reconhecimento sobre os esforços dos EUA para proteger a
eleição. Sua primeira visita em fevereiro foi discreta e durou 1 dia.
E
em abril, Lula levou uma grande delegação para a China. Na ocasião, rejeitou a
sanção dos EUA com a Huawei. Lula também criticou o apoio do ocidente para a
Ucrânia e endossou a vontade da China de não negociar mais em dólar.
Lula
parece que está com raiva e não reconhece os esforços dos EUA sobre a eleição no
Brasil.
Fonte:
https://www.ft.com/content/07533564-2231-47a6-a7b8-2c7ae330efc5
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