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Reforma Tributária: Sem Volta e Sem Meio-Termo

 

Por: Júlio César Anjos

 

Deu no Poder 360 [22/06/23]:

Abram-se aspas.

São Paulo sempre se opôs, agora apoia tributária, diz Tarcísio Governador do Estado disse que há consenso e vontade para aprovar a reforma. [...] O governador afirmou que, no passado, São Paulo tinha muitas divergências, como sobre a cobrança no destino, a qual o Estado é favorável, e que agora está pacificado entre os entes federativos. Tarcísio declarou que há “muito consenso” e existe “vontade”. Segundo ele, a reforma vai proporcionar um crescimento estrutural.

Fecham-se aspas.

 

Que loucos são esses tucanos. Onde já se viu ficarem 28 anos governando São Paulo e defender o interesse dos paulistas? É realmente um absurdo o PSDB ganhar uma eleição e governar para o povo do qual o elegeu. O certo mesmo é ganhar uma eleição de governo e fazer uma reforma que satisfaça a união, nem que o estado perca arrecadação com isso, não é mesmo Tarcísio de Freitas? [o parágrafo inteiro contém ironia].

Os tucanos, ao governarem por 28 anos o estado de São Paulo, sempre se opuseram sobre acabar com a tributação na origem, pois, o estado se beneficia tanto na origem quanto no destino. Ao acabar com a tributação do ICMS na origem, São Paulo perderá muito incremento de receita com essa renúncia fiscal. Por isso que os tucanos fizeram o que era o certo para defender os seus governados: sempre bateu o pé quando vinham essas ideias contra os paulistas. E errados os tucanos paulistas não estão.

O PSDB tem esse defeito de defender o povo que o elege. Se alguém ficou ofendido, desculpa. Mas se os tucanos ganharem a eleição no pequeno município de Quiproquó da Serra, vai defender esse pequeno povoado; se vencer no maior estado brasileiro como São Paulo, irá defendê-lo também. E se ganhar a eleição no Brasil para a presidência, vai defender os interesses dos brasileiros perante o mundo.

Diante disso, como os tucanos não governam mais São Paulo, isso não é mais problema do PSDB – apesar de poder ser um problemão para os paulistas. Agora, a perda de arrecadação recai nas costas do Tarcísio, o governador carioca que ganhou a eleição em São Paulo.

Não importa em que situação será a reforma tributária que recairá em perda de arrecadação no ICMS, três estados terão perdas de receitas estratosféricas: São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. O resto não será tão afetado porque não possui tanta vantagem assim no ICMS origem.

Essa reforma tributária que mexerá com o ICMS será um total sucesso ou um completo fracasso. Porque meio-termo não haverá.

Pode ser algo muito positivo, ao gerar o efeito multiplicador prometido pela curva de Laffer. Ou seja, a redução de impostos pode fazer com que mais pessoas se sintam confortáveis para investir, mais pessoas a consumir, gerando eficiência na arrecadação pela alta rotatividade.

Ou gerará crise pelo fato de que essa reforma tributária irá somente para a lucratividade dos empresários que ficarão mais ricos por causa da renúncia fiscal feita pelo próprio estado, sendo uma sonegação legalizada pela própria política nacional.

Só o futuro dirá o que vai ser. A única coisa que se sabe é que quando se mexe em um tributo estrutural, como o ICMS, melhora ou piora, mas não fica igual.

É preciso saber que os políticos já vieram com estorinhas e conversinhas sobre outras reformas para enganar a população. A reforma da previdência não reduziu o déficit público da maneira desejada [Bolsonaro estourou as contas públicas para tentar se reeleger]. A reforma trabalhista não gerou aumento de empregos. Mas os empresários prometem investimentos, caso acabe o ICMS origem. A ver.

 Os estados governados hoje pelo PSDB – Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Pernambuco – não serão tão afetados com essa reforma tributária desenhada pelo Haddad. E Como São Paulo, Rio de janeiro e Minas Gerais não estão ligando em perder receita garantida vinda do ICMS origem, então que essa reforma seja aprovada o quanto antes porque é um consenso geral.

O único óbice nesta reforma tributária é que ela dará mais poder para a união perante os estados da federação no longo prazo. Até porque a união não está se sacrificando ao reduzir impostos ao renunciar as suas próprias receitas. Ao contrário, a união está indo cada vez mais pra cima dos sonegadores, aumentando impostos e arrecadações, e pedindo para os estados da federação fazerem o esforço de reduzir tributos. Lá por 2035, os estados da federação poderão estar totalmente dominados pela união, caso a curva de laffer não gere o aumento de arrecadação desejado.

O próprio fundo que a união está fazendo para compensar os estados que irão ter perdas de arrecadação com ICMS é algo que não é temporário, mas permanente. No futuro, isso será uma “emenda orçamentária” para os estados, no qual basta o governador se alinhar ao presidente para ter a verba liberada pela união. O governador terá que ir à Brasília com o pires nas mãos pedir receitas para investimentos

Porque perda de arrecadação de imposto estadual também impacta no pacto federativo.

Mas só tucanos pensam sobre isso. E tucanos são muito chatos e merecem ser exterminados nas eleições. [outra ironia]

Essa reforma será aprovada no congresso.

 

 

  


 

Fonte:

 https://www.poder360.com.br/economia/sao-paulo-que-sempre-se-opos-agora-apoia-diz-tarcisio-sobre-tributaria

 

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