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Compra Até 50 Dólares da China: Imposto Fantasma

 

Por: Júlio César Anjos

 

Deu no G1 [26/04/23]:

Abram-se aspas.

Compras na Shein, Shopee e outras varejistas estrangeiras serão tributadas na emissão, diz secretário. [...] Com o plano de conformidade, disse Mello, as compras serão tributadas no ato da compra.

Fecham-se aspas.

 

Imposto fantasma é um termo criado por este que vos escreve.

Impostos fantasmas são todos os impostos que o cidadão paga sem saber da sua existência porque não há divulgação nem transparência ao tributado. A pessoa é confiscada e nem sabe.

Como critério de exemplo, numa época não muito distante, não aparecia a incidência percentual do ICMS na nota fiscal na hora de encher o tanque de gasolina. Hoje, é possível saber o quanto de ICMS o cliente pagou sobre este imposto ao comprar o produto combustível.

Outro imposto fantasma é uma parcela do INSS empresa. No total, trata-se de 31% de INSS Empresa. Desse modo, 11% são recolhidos de cada empregado e 20% sobre a folha de pagamento.

Ou seja, o empregado só conhece os 11% recolhidos – que aparecem no contracheque - e nem faz ideia que o empregador paga o restante do tributo, mais 20%, só por causa da existência do funcionário em sua empresa.

O que o Haddad, junto com o oligopólio do varejo internacional, está a fazer é gerar exatamente o imposto fantasma: o cliente irá pagar o tributo sem saber que pagou. Será confiscado sem saber.

A única coisa que o cliente verificará é que as compras ficaram mais caras porque as varejistas sediadas na China esconderam esse imposto dos olhos do consumidor final.

O cliente brasileiro só não sentirá o impacto de aumento dos produtos caso o dólar se desvalorize perante o real. Aí ficaria “elas por elas”, diga-se assim. O ganho de poder de compra que o consumidor dessas varejistas teria seria absorvido, sem o cliente ver, ao ter que comprar impostos fantasmas porque as empresas recolheram impostos na emissão.

Traduzindo: se o dólar continuar no patamar de 5 reais, e o real não se valorizar, as pessoas vão sentir algo estranho que é o preço dos produtos subirem sem entenderem o porquê disto acontecer. [mas aí os governos de Brasil e China buscarão desculpas como problemas de oferta e demanda para enganar o consumidor]

É preciso também criar a regra para que ela não seja somente governamental para satisfazer apenas o governo Lula-PT. Porque, ao sair o governo petista do poder, seja por impeachment ou perda eleitoral na urna, as empresas chinesas irão querer reverter esse processo, dizendo que não vai mais reter impostos na emissão.

E, por fim, esses impostos retidos deveriam entrar uma parcela no caixa dos estados e municípios, pois, é um novo tributo. Além disso, pelo desenho tributário, tem que passar no congresso também.

Muito provavelmente o governo irá querer usar o IPI [imposto de produtos industrializados] e II [imposto de importação] que são tributos flexíveis, cujo basta uma canetada do presidente para mudar a alíquota ou sua isenção. Só que essa tributação não está servindo para o seu propósito-fim, que é a defesa das empresas nacionais, mas para arrecadação. E se é para arrecadação, é preciso que estados e municípios também entrem nada jogada.

O governo não irá fazer o IPI e II como impostos fantasmas para tributar os produtos na emissão, sem o consumidor perceber que está sendo confiscado. Vai ter oposição.

Fontes:

Imposto na emissão

https://g1.globo.com/economia/noticia/2023/04/26/compras-na-shein-shopee-e-outras-varejistas-estrangeiras-serao-tributadas-na-emissao-diz-secretario.ghtml

Fonte: Imposto Fantasma

https://ibgem.com.br/2022/03/03/inss-empresa-como-funciona-o-recolhimento/

 

 


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