Por: Júlio César Anjos
Se
a oligarquia da Rússia quer que cesse a epidemia de mortes de oligarca caindo
da sacada dos prédios, essa elite tem que conter Putin. A única saída menos
vergonhosa para o povo russo para abandonar esse massacre travestido de guerra
é reconhecer, a portas fechadas, que as decisões do Kremlin foram um erro e
trabalhar a partir de agora para que a retirada do conflito seja menos
vergonhosa possível. E veja só que legal: é possível fazer isto.
A
primeira coisa que a oligarquia russa deve fazer para sair da guerra é virar o
curso 180 graus, ao criar um movimento de massa que seja progressista. Não
precisa ser um progressismo copiado do ocidente; mas um progressismo com
mulheres, por exemplo, que estejam incomodadas com os homens morrendo numa
disputa que não faz sentido, como esta que acontece nas fronteiras do próprio
país.
Isso
seria mais ou menos uma cópia do movimento Hippie, cuja elite norte-americana
liberou para que os Estados Unidos pudessem sair da guerra contra o Vietnã -
não porque estavam tendo grandes baixas e perdendo muitos recursos financeiros
com uma guerrilha em um território insignificante para os ianques, mas porque o
povo queria que a guerra terminasse. É a justificativa perfeita para não
confessar que perdeu.
Ou
seja, a saída da retirada da Rússia se dá pelo próprio povo russo que irá se manifestar
contra a guerra. Com isso, o Kremlin teria a desculpa de que não perdeu a
guerra para um país menor em extensão territorial, população e PIB que a Rússia,
mas porque o povo não queria mais a Rússia na guerra.
É lógico que a Rússia irá perder a Crimeia. Mas,
lembre-se, quem decidiu fazer a besteira de abrir frente de conflito contra os
ucranianos ao invadir um território soberano foi o Putin. E algum despojo de
guerra a Rússia terá que pagar.
O problema da Rússia é que, como já foi
mencionado neste blog, os russos abriram duas frentes de conflitos: na Ucrânia
e na Síria, sendo que o país tem um PIB do Brasil. Isso é um problema porque o
povo começa a se incomodar com a falta de bem-estar, pois, o governo russo está
investindo mais em forças armadas do que em saúde, segurança e educação.
Às vezes é preciso perder o anel para manter
os dedos. Isso significa dizer que a Rússia deve aposentar o Putin e fazer uma
mudança na governança do país em 180 graus. E, de novo, não precisa fazer essa
mudança aos moldes do ocidente; porém, essa mudança virá, querendo ou não,
porque o povo russo já dá sinais de cansaço e incômodo com isso.
Até
agora, a única coisa concreta que a Rússia conseguiu foi colocar a Finlândia na OTAN,
aumentando o tamanho da fronteira que é hostil aos russos. Mas, vale observar,
até os chineses já estão abrindo conversas com os ucranianos porque já
farejaram a derrota dos seus aliados por causa da demora do conflito.
E
dá para fazer um acordo para o fim deste conflito ao aceitar que quem irá
reconstruir a Ucrânia sem custos para os russos é o ocidente. Isso dá para
negociar.
Ou
se muda 180 graus para conter danos ou a continuidade da guerra só deporá
contra a própria elite russa e o seu povo.
Porque
o jovem russo está fazendo evasão porque prefere viver em outros países a lutar
em uma guerra sem sentido. Mães russas estão buscando outros países, ao terem
seus filhos nestas nações, para conseguirem passaportes para ter uma porta de
saída. E a oligarquia russa está cansada de morrer caindo da sacada.
Vale
notar, também, que os EUA tinham a bomba nuclear e mesmo assim não puderam usar
esse armamento contra o Vietnã porque o mundo poderia se voltar contra. A mesma
coisa acontece entre Rússia e Ucrânia.
Aliás,
que o russo aproveite que não considera esse conflito como guerra para avisar
ao mundo que a “operação militar especial” acabou.
Diante
dessas condições, a guerra entre Rússia e Ucrânia acabou (não deveria nem ter
começado).
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