Por: Júlio César Anjos
A
lava-jato foi muito além de manipular o judiciário; ela manipulou também a
ética do direito como um todo.
Sabendo
disso, há de tratar sobre outra questão envolvendo Tacla Duran e a lava-jato,
que é a questão do lobby.
A
lava-jato deixou muitos escritórios de advocacia ricos, principalmente aqueles
que possuíam sede em Curitiba, porque tinham relações intimas com agentes das
instituições do Estado.
Com
essa relação intima [que é considerada por muitos de relação promíscua], era possível
fazer alguns desembaraços jurídicos, ao beneficiar aqueles que contratavam
estes escritórios para as suas defesas – como os casos dos escritórios: “Arns
de Oliveira & Andreazza” e “Zucolotto Sociedade de Advogados”.
Esses
escritórios eram muito eficientes em conseguir habeas corpus, mandados de segurança
e obter, com celeridade, informações que constavam nos autos. Escritórios que
não faziam parte do lobby da lava-jato tinham dificuldades para defender os
seus clientes – o que quase obrigava o indiciado a ter que comprar o serviço dos
escritórios sediados em Curitiba.
Tacla
Duran, sabendo deste esquema ardiloso, fingiu ser um mero cliente a buscar este
serviço que facilita ações jurídicas na lava-jato. E gravou conversas sobre
esta negociação no escritório do Zucolotto.
Se
as materialidades que estão sendo incluídas nos autos provam a relação de Sergio
Moro e Deltan Dallagnol com os escritórios de advocacia só a justiça irá
responder.
O
fato é que existia sim esse lobby entre os grandes escritórios sediados em Curitiba
que vendiam o serviço de facilitação na operação lava-jato. O que é
caracterizado como Lobby para alguns e corrupção para muitos.
A
lava-jato de Curitiba fez também “o pega pra capar” para direcionar a política,
beneficiando o Bolsonaro [que se prova hoje tão ou mais corrupto que Lula],
além de fazerem, no período da operação, escritórios de advocacia virar
verdadeiras minas de ouro por causa do lobby em curso.
Além
disso, uma curiosidade sobre caso Tacla Duran [o que você não verá na mídia
porque tudo estará focado só no escritório do Zucolotto]:
Marlus
Arns, o advogado que recebeu honorários do Tacla Duran pelo escritório Arns de
Oliveira & Andreazza, é SOBRINHO do Flávio Arns. O escritório também fazia
serviço para a APAE, cuja presidente era a Rosangela Moro. E para piorar a situação, ele é petista.
A
lava-jato, faltando 20 dias para a eleição de 2018, prendeu o ex-governador - e
candidato ao senado - Beto Richa, favorecendo Flávio Arns, cujo conseguiu
eleger-se senador pelo Paraná. Flavio Arns seria mais favorável a lava-jato do
que o Beto Richa no congresso nacional.
E,
como tudo acontece no fórum de Curitiba, o novo juiz da lava-jato, Fernando Appio,
é sim petista. O que prova que a política é maior que a justiça e que o PT
aparelha instituições.
Na
régua moral do próprio lava-jatismo, cujo jogar um papel de bala no chão seria
considerado corrupção, os escritórios fazendo lobby seriam considerados como organizações
criminosas.
A
lava-jato do passado dava como verdade a delação de criminosos, como o caso do
Tacla Duran ao delatar que Moro e Dallagnol estariam envolvidos com estes
escritórios de advocacia que faziam lobby. A lava-jato de hoje já entende que
as coisas não são bem assim.
Devido
processo legal voltou à moda.
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