Por: Júlio César Anjos
Ratinho
Junior, com o seu plano de restruturação, está fazendo por necessidade - e
daqui pra frente outros Estados da federação também o farão - o que deveria ser
discutido e vencido em debate, que é a terceirização dos serviços públicos.
Até
antes da implantação da constituição de 1988 era possível contratar servidores
públicos sem a necessidade de concurso público. Antes da atual carta magna, os profissionais
do Estado eram regidos pelo regime CLT. 30 anos se passaram pelo regime de
estabilidade e só o que se viu foi uma entrega de serviço público se
deteriorando ao passar do tempo. Ou seja, ao invés dos funcionários públicos,
pela estabilidade, entregarem resultados positivos, o que aconteceu foi o
contrário, a deterioração da qualidade de serviço vista em várias áreas de
atuação.
Para
critério de exemplo, hoje, fazendo a mesma função na esfera pública, um
professor CLT [PSS] contratado recentemente entrega o mesmo resultado que o
concursado com décadas de experiência. O detalhe é que o concursado com estabilidade
[não pode ser demitido] recebe até 5 vezes mais do que o celetista com o mesmo
período de tempo de serviço.
Facilmente
um professor do Estado - concursado com estabilidade - com mais de 5 anos de
atividade recebe em média 20 mil reais por mês de proventos no Paraná. E, como
é sabido por todos, escola pública do Estado do Paraná só serve como depósito
de gente, pois, o aluno entra e sai do ensino médio analfabeto funcional.
Uma das
muletas que se escuta para não acabar com a estabilidade do funcionário público
se dá na lógica de que ao trocar o governante, todos os funcionários poderiam
ser demitidos, prejudicando o serviço à população. Primeiro, que nunca se viu
essa política de restruturação de demitir todos ao mesmo tempo em qualquer
lugar do mundo [isso só se vê quando se vai fechar em definitivo uma empresa ou
algum setor público]. Isso simplesmente paralisaria todas as operações. E
segundo, caso demitisse, o governante não teria do dia pra noite todos os
profissionais para repor no mesmo instante. Ou seja, esse falso terrorismo não
funciona na prática.
Com
a terceirização dos serviços para a iniciativa privada, duas coisas podem
ocorrer. A primeira dispõe da redução do custeio de desembolso do Estado. Pois,
como já foi tratado neste texto, o profissional com estabilidade [que não pode
ser demitido] custa até 5 vezes mais que um CLT. E o segundo trata da
possibilidade de melhoria no serviço à população, pois, um dos melhores
motivadores para os trabalhadores fazerem o seu trabalho direito se dá no
receio de poder ser demitido e ficar desempregado.
Lógico
que sempre terá que haver servidores públicos concursados com estabilidade. Mas
essa exceção só deve estar garantida em cargos de alto escalão e estratégicos
para o Estado. Porque não faz sentido nenhum o senhorzinho que só trabalha
abrindo o portão do colégio ter estabilidade só por fazer algo tão primário
como este serviço operacional.
Além
do alto escalão, outro grupo que pode ter estabilidade porque dá resultado de
fato são os profissionais de segurança pública. Polícia Militar, Bombeiros,
entre outros realmente entregam serviço de qualidade à população e por isso
merecem a estabilidade por causa dos bons serviços prestados. Mas saúde,
educação, secretarias e até mesmo pastas de ações sociais podem sim ser
contratados por regime CLT e irem para a terceirização.
Há
também de explicar à população que o usuário que é o público que usa o serviço
público não sentirá diferença nenhuma, pois, o serviço continuará “gratuito” e
de fácil acesso para toda a população. Ou seja, o aluno nem notaria a
terceirização da escola, só o que viria de diferente seriam os profissionais que
trabalhariam pelo regime CLT após a mudança de restruturação. Para o público
nada muda.
Portanto,
é preciso compreender que o modelo de contratação por meio de estabilidade para
serviços operacionais do Estado não deram o resultado esperado. Concursados
recebem muito, entregam pouco, e ainda não podem ser demitidos. A terceirização
corrige esses problemas, pois uma empresa contratará profissionais pelo regime
CLT, que custam menos que o concursado e ainda precisam entregar algum tipo de
resultado para que o serviço seja continuado. Ou seja, a terceirização tende a
melhorar os serviços públicos com menor custo à população.
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