Por: Júlio César Anjos
Sabe
quando este que vos escreve soube que a guerra entre Rússia versus Ucrânia
tinha acabado? Quando o ocidente, cansado de ver as ameaças da Rússia, decidiu
comprar milhões de pílulas de Iodo para os ucranianos. Porque por trás deste
gesto humanitário de proteger os ucranianos dos efeitos das radiações de uma bomba
nuclear, estava também uma lógica de aceitar a ideia de haver uma guerra
nuclear entre os dois países.
Ou
seja, o ocidente aceitou que se tivesse uma guerra nuclear ao proteger o
ucraniano com a pílula de Iodo. O ucraniano levaria ataque de bomba atômica no
seu país, mas a Rússia também levaria ataque nuclear, pois tiro trocado não dói.
Só que aí a Rússia não comprou milhões de pílulas de Iodo para os seus
cidadãos, mostrando que a ameaça de guerra nuclear não passava de blefe.
Já
na guerra de guerrilha na fronteira entre os dois países, os russos estão
sofrendo derrotas vexatórias, o que mostra que aos russos não chegam nem perto
de ser a potência bélica no qual eles tanto se orgulham e propagandeiam mundo
afora.
É
preciso entender também que quem compra material bélico tende usar algum dia,
pois, ninguém faz investimentos vultosos em materiais bélicos para que todos esses
instrumentos fiquem apodrecendo ao passar do tempo sem uso nenhum. Portanto,
aumento de mercado de material bélico significa aumento de criações de guerras
mundo afora. Lógica óbvia a observar.
Tudo
isso para dizer que a Rússia investiu pesado em materiais bélicos e em
estruturas para as forças armadas. Isso se desgastou ao passar do tempo, por
causa dos tempos de paz. E como o governo estava já sendo questionado em
investir mais em forças armadas do que nos seus cidadãos, principalmente por
causa da pandemia, a saída foi fazer guerra sem propósito como essa deflagrada
entre Rússia versus Ucrânia.
A
Rússia aproveitou o arrefecimento da pandemia de Covid-19 para atacar a Ucrânia
porque era o momento de maior fragilidade mundial, além de ser uma distração
perfeita da elite política russa ao enganar os cidadãos que começariam a
questionar a ditadura de Putin – que após Covid-19, a ditadura cansada por
estar tanto tempo no poder, não poderia mais entregar resultado positivo nenhum.
Mas
os russos, maiores que os ucranianos em extensão territorial e demografia,
acharam que iriam ganhar essa guerra rapidamente porque a Ucrânia elegeu
democraticamente um humorista [que para a cabeça de ditadores retrógrados, um
humorista pode ser um líder fraco]. O ucraniano resistiu, teve alguns apoios de
outras forças, e agora está a ganhar essa guerra contra a Rússia até mesmo nas
trincheiras.
É
preciso entender que um país tem o poder de iniciá-la, mas não tem o poder de
dizer quando acabará a guerra que começou. Essa guerra estendendo-se ao longo
prazo faz o russo sofrer com essas deflagrações.
E
o que restará para o russo é o que acontece com todo país que inicia uma guerra
e depois sai derrotado: a indenização e a vergonha. A vergonha de perder uma
guerra, o que é natural, e a indenização que terá que pagar para reconstruir a
Ucrânia. Porque alguma sanção a Rússia terá.
E a pergunta que fica é: Após a derrota da Rússia,
Putin continuará no poder? É muito difícil que a Rússia mantenha um líder fraco
e derrotado no poder. É possível dizer que a era do Putin acabou.
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