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Pré-Sal: De Ouro Negro a Soja Líquida

 

Por: Júlio César Anjos


O barril de petróleo do Pré-sal assemelha-se mais a uma barra de ouro ou a uma saca de soja?  

 

Você foi doutrinado por décadas, desde a segunda era Vargas, sobre a questão de que o Petróleo era tão valioso que era chamado até de ouro negro. Até os anos 80 isso fazia sentido porque somente pessoas abastadas tinham carro e por isso possuíam condições de comprar o litro da gasolina que era caro por causa da sua escassez.

A partir dos anos 80, com a abertura de produção em escala vinda principalmente do Oriente Médio, o petróleo passou a virar commodities. Ou seja, o outrora ouro negro virou um produto para consumo de massa e, por isso, passou a ser mais acessível a maior parte da população.

Se os países do oriente médio não tornassem o petróleo um produto barato, os carros hoje seriam elétricos, a álcool e outros combustíveis quaisquer. Basta lembrar que o Brasil na ditadura militar, ao prever o consumo de massa e não ter a quantidade de petróleo para aquela nova era, fez o chamado Pró-álcool, já se antecipando às mudanças que viriam na questão de consumo de combustível para carros e da popularização de veículos.

Mas só nos anos 90, na era FHC [Fernando Henrique Cardoso], os carros começaram a sair de fábrica no estilo flex [gasolina e álcool], pois até antes ao período do governo tucano, os carros eram somente a gasolina e a álcool. A época ainda era de petróleo pós-sal, que estava se escasseando diante décadas de retirada do produto do solo.

Mas aí veio o Lula. Larápio, como bem sabido por todos, fez o mensalão. E para se livrar do mensalão, jogou o Brasil nessa loucura chamada de “Pré-sal”, dando a entender que essa nova descoberta [que não foi feita por ele, já que o Itamar Franco, ministro de Minas e Energia do FHC, em 1995, já tinha feito um estudo que concluiu a inviabilidade do projeto] seria a salvação do Brasil.

Lula, para se livrar do mensalão, criou o Pré-sal como elixir, ao dizer que o pré-sal seria o novo ouro negro que salvaria todo o Brasil. Ou seja, o Brasil até hoje é patriota de piche vagabundo por causa do Lula.

O PT ainda por cima roubou a Petrobras e o resultado é esse aí: 5 reais 1 litro de gasolina [e vai subir mais a partir de 2023].

Sendo assim, o Brasil realmente precisa de refinarias. Mas aí fica a pergunta: O Brasil vai refinar o piche vagabundo do pré-sal, que é pesado e caro, ou vai importar petróleo fino e bom de Venezuela e países do Oriente médio?

É preciso saber desde já qual é a decisão que esse novo governo irá tomar: refinar piche vagabundo do pré-sal brasileiro ou o petróleo bom dos outros países da Opep?

Diante das mudanças mercadológicas do petróleo, é sabido que, por causa do consumo de massa, hoje o petróleo não é ouro negro, está mais para uma espécie de “soja líquida”, commodities de baixo valor agregado para ser consumido pela massa.

Portanto, por causa da evolução mercadológica, o petróleo deixou de ser visto como ouro negro para virar uma espécie de soja líquida, produto de baixo valor agregado feiro para ser consumido pela massa. Ou seja, não faz sentido hoje em dia dizer: “O petróleo é nosso”, ou “A Petrobras é nossa!”, ainda mais quando o produto em questão é o óleo do pré-sal, pois o que só está fazendo é ser somente patriota de piche vagabundo.

 

***

 

A melhor saída para baratear os combustíveis no Brasil é fazer a abertura de mercado [na teoria, a Petrobras não é monopolista de mercado. Na prática, o Estado brasileiro impede que a concorrência se estabeleça de maneira plena no Brasil].

Além, é claro, de estimular energias alternativas para concorrer com o petróleo.

 

 

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