Por: Júlio César Anjos
Só
está surpreso com a desfiliação do João Doria no PSDB quem não acompanha os
tucanos de perto. Na verdade, em março de 2022 quase que o ex-governador se
desligou da legenda para filiar-se ao União Brasil, partido provavelmente no
qual ela se filiará no futuro, por causa da traição que ele teve naquele
período de calendário eleitoral.
Naquele
momento, Rodrigo Garcia junto com o Bruno Araújo, acreditando em pesquisas [que
agora se provam furadas], eles começaram a fazer uma operação de expurgo contra
o Doria. A falta de apoio foi tão grande que antes do período das coligações,
Doria já estava esvaziado e sem força para tocar a própria candidatura. Eles achavam que o Doria era o problema e o Garcia poderia vencer a disputa sem o seu outrora padrinho político.
O
resultado é que o Doria não pôde defender o seu próprio legado, cujo eram os
dois pilares: 1) pai da vacina; 2) São Paulo cresceu 5 vezes mais que o resto
do Brasil. Esses legados deveriam estar na campanha presidencial, até mesmo
para ajudar o PSDB ter uma bancada maior no congresso. Como o Bruno Araújo,
junto com José Anibal e Aloisio Nunes, achava que poderia ganhar eleições se
isentando dos debates, o resultado foi a catástrofe de eleger somente 13
deputados federais na eleição de 2022.
Pode
cravar que o João Doria terá um desempenho eleitoral gigantesco em 2026 no
União Brasil, pelo simples fato de que a legenda fará o óbvio: destacará o
legado político do ex-governador de São Paulo. E quanto ao PSDB como um todo,
ou o partido faz uma limpa e traz pessoas novas e com a cabeça arejada para
lançar uma nova legenda, ou com essas mesmas figuras ultrapassadas – José Anibal, Aloysio
Nunes, Roberto freire – farão o serviço completo ao acabar com a legenda de vez.
Até
aqui, o PSDB somente perdeu figuras públicas que dão resultado, enquanto que os
inúteis continuam na legenda. Está na hora de desfazer essa cúpula envelhecida pra
sempre.
***
Por
enquanto não vou sair do PSDB. O motivo é simples: Partidos não traem pessoas,
pessoas traem pessoas. Se eu tivesse ido com o Alckmin, hoje estaria no PT. E
se for acompanhar o Doria, teria que ir para a toca de raposas felpudas do
União Brasil. Como eu defendo ideias e não pessoas, não estou afim de trair a
mim mesmo. Fico no PSDB.
Mas para ficar no PSDB há uma condição óbvia: Aposentar José Anibal, Aloysio Nunes e Roberto Freire [Dissolver essa cúpula envelhecida do PSDB]. Caso contrário, terei que obrigatoriamente sair porque o partido acabou.
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