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Engajamento Político: Três Tipos de Públicos

 

Por: Júlio César Anjos

 

Com a eleição de 2022 acirrada com a polarização de ladrões entre Lula e Bolsonaro o que se destaca é o engajamento que as pessoas fazem a estes dois candidatos. A impressão, errada, que dá é que parece que o Brasil está realmente dividido entre essas duas vertentes e que todo mundo está fazendo parte desse teatro farsesco. A eleição realmente é a copa do mundo da política. É óbvio que para tomar uma decisão que afetará a vida de todos por quatro anos, a atenção estará com certeza voltada a esse evento que nada mais é que um simulacro de democracia. Mas a real divisão de engajamento político está concebida em três tipos de públicos: 1) Desperto; 2) Alienado; 3) Massa.

O que mais chama a atenção por ser extremamente engajado é o homem massa. O homem massa, pela lógica de que este individuo tem contato com a política, mesmo que seja de forma superficial, ele não é alienado em critério político. Ele é alienado, ou seja, pertence a outrem, ao idolatrar político, o que recai mais em questão sentimental do que critério racional que a política em geral realmente precisa.

Já o desperto, público reduzido em questão eleitoral, tem uma base mais aprofundada sobre as questões políticas, sabe que os problemas são estruturais e com uma simples eleição nada vai mudar nesse país, pelo fato que, por exemplo, Lula e Bolsonaro são iguais diante o fato de serem populistas e ladrões. Esse sujeito embora não seja um alienado também não é um homem massa.

E por fim, o alienado é aquele sujeito que não quer nem saber de política, não dá atenção para essa causa específica porque também acha que nada vai mudar. Esse cidadão abandonou completamente qualquer atenção voltada à política, pois, entende que nada irá mudar. Ao contrário do desperto que sabe que dá pra mudar diante uma revolução, o alienado nem o trabalho de revolução quer empenhar.

Quando se trata de engajamento político, esses são os recortes do público em geral que tem condição de votar e tomar a decisão em um país.

 Todavia, querendo ou não, seja por mudança em cenário de poder global, mudança de melhora de tecnologia, mudanças sociais de gerações e até mesmo a fadiga de um sistema que colapsou em tentar manter-se ativo, o fato é que a mudança sempre vem.

Num período não tão distante assim, no campo que se convencionou chamar de direita no Brasil, os despertos eram os conservadores e quem tinha a massa para si eram os tucanos. E os alienados achavam que a polarização partidária entre PT e PSDB nunca iria mudar. Hoje, os despertos são os tucanos, enquanto que a massa está com Lula e Bolsonaro, com os alienados achando que essa polarização na eleição de 2022 será eterna.

Caso sirva de consolo, Lula e Bolsonaro são longevos, enquanto que partidos políticos não. O homem massa terá que achar novos líderes políticos caricatos para continuar a brincar de massificação popular, caso queira manter polarização entre homens e não entre partidos. Nos Estados Unidos, por exemplo, a polarização eterna se dá entre partidos e não entre pessoas, sendo que há dois séculos existe a polarização entre o Partido Republicano e o Democrata.

Nos Estados Unidos, diferente do Brasil, o homem massa polariza entre partidos, o alienado acha, acertadamente, que essa condição partidária não irá mudar nunca, enquanto que os despertos tentam, em vão, forçar candidaturas independentes, tentando criar um “mito” pra chamar de seu.

Portanto, na questão de engajamento político, o homem massa está atento de maneira enviesada aos acontecimentos políticos no país e por isso toma partido; o alienado entende que nada vai mudar, mesmo não compreendendo que a mudança sempre vem por causa da evolução; e o desperto entende que muita coisa está errada, até mesmo essa massificação de pessoas idolatrando político, não são alienados ao resignar-se com isso, mas são poucos para fazer a mudança no curto prazo. Mas a mudança sempre vem.

 

 


 

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