Por: Júlio César Anjos
Você
sabe o nome do Baby da Família Dinossauro? O nome é: “Ai ai estou morrendo seu
idiota”. Dá um google, caso duvide da informação. Outra passagem em outro
episódio legal também era quando passava na TV o Jimmy. O Jimmy aparecia sempre
tentando fazer alguma coisa estapafúrdia envolvendo questões de química com o
Senhor Lagarto. E sempre ele acabava morto em explosão. Neste momento o baby
sempre soltava o famoso bordão: “Vamos precisar de outro Jimmy”. Mas ao falar
sobre desenho, o que isso tem a ver com a direita? É que a direita vai precisar
de outro Jimmy.
Independente
de o Bolsonaro conseguir a reeleição nesta eleição de 2022, o fato é que a
direita precisará de um novo Jimmy, ou seja, de um novo líder deste
posicionamento imaginário, se quiser ser competitivo no futuro. Note que a direita
continua parcialmente viva mesmo após o Jair ter feito de tudo que é do mais
desprezível a fazer e segue competitivo na eleição. Mas esse desgaste vai cobrar
o seu preço no futuro.
É
impressionante como a direita brasileira consegue ser tão horrorosa ao ponto de
não ter na história um passado glorioso que não existiu. Esse conceito de
esquerda versus direita começou na guerra fria, quando o mundo se dividiu em
dois polos. O Brasil, da segunda era Vargas até o início da ditadura militar,
foi uma bagunça, sendo que somente a era Juscelino Kubitschek o Brasil teve um
lapso de avanço. Deste modo, essa lógica de esquerda versus direita, do jeito
que todos conhecem, inicia-se na ditadura militar. E como todos sabem, não dá
para criar um passado glorioso quando o regime é militar.
Descartado
o regime de ditadura militar, na redemocratização a direita teve teoricamente 3
presidentes. Collor, ladrão de poupança, Itamar Franco e agora o Bolsonaro, que
não serve nem para liderar numa pandemia.
Sabendo
da ideia de Geroge Orwell de que: “quem controla o passado, controla o futuro e
quem controla o presente, controla o passado.”, essa direita órfã busca no Itamar Franco,
o vice do Collor que fez um mandato tampão por causa do impeachment de Fernando,
o seu passado glorioso que nunca existiu, ao tentar incutir a ideia de que foi
ele que fez o plano real. Querem reescrever a historia para tirar o legado do FHC
[Fernando Henrique Cardoso], cujo venceu duas eleições no primeiro turno contra
o Lula justamente por causa do... plano real!!!!
E
aí, nesta eleição de 2022, todos os economistas do ministro da fazenda do FHC
que criaram o plano real estão em peso apoiando o Lula.
Quando
a direita chega nesse fundo do poço de tentar construir um Itamar Franco
imaginário porque não tem um só líder político que tenha algo de bom registrado
nos livros de história, é porque a coisa degringolou de vez. Para critério de
exemplo básico de que Itamar não foi um governo de direita, a Luiza Erundina
foi ministra do seu governo tampão [aliás, foi por isso que a Erundina brigou com
o PT]. Itamar Franco, na verdade, só queria empurrar o mandato com a barriga
para a próxima eleição, o que fez muito bem.
O Itamar Franco, para empurrar o mandato até a eleição, fez articulações políticas bizarras. E uma delas, sem pé nem cabeça, foi colocar o sociólogo FHC como ministro da Fazenda do seu governo. FHC aproveitou a oportunidade para convidar os economistas fluminenses e com isso foi criado o plano real.
Aliás,
tanto Itamar Franco quanto FHC fizeram, e eram de fato, governos de centro, o
que gerou estabilidade, crescimento e um norte para o país. Mas aí veio essa
doença da polarização de direita versus esquerda e o Brasil patina até hoje ao
não conseguir sair do caos.
Sem
ter nenhum exemplo histórico a se apegar, e não podendo nem mesmo manter esse Bolsonaro
independente dele ganhar a eleição, o fato é que a direita terá que ser
progressista e buscar um novo líder para sequestrar esse bolsonarismo sem Bolsonaro.
Vai ter que explodir esse Bolsonaro, rir da situação, e precisar de um novo
Jimmy.
***
Ou
começam a respeitar ao menos a história, ou as portas irão se fechar.
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