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Análise Governo Lula: Cálculos e Contas

 

Por: Júlio César Anjos

 

Ao fazer um cálculo elevado de matemática, o calculista pode perfeitamente acertar a ordem dos sinais, a estrutura e até as regras das normas que a matéria impõe. Ao verificar na folha, parece que está tudo ok, a operação tem começo, início e fim. Mas se esse matemático errar um cálculo básico de soma no início da operação, todo o seu esforço após essa desatenção, mesmo o trabalho esteticamente sendo perfeito, cai por terra porque não serve pra nada porque o resultado estará errado. O que isso significa? Que tanto na matemática quanto na política, não adianta se aprofundar muito caso a base esteja errada. O que esse texto propõe é observar o básico de um possível governo Lula após 2023.

São somente 3 pilares a analisar sobre um futuro governo Lula. São eles: 1) Economia; 2) Social [ideológica] 3) Geopolítica.

A questão econômica relaciona-se sobre a questão da administração pública. A partir do momento em que o Lula estiver diplomado e sentar na cadeira presidencial, ele terá que tomar decisão sobre escolhas. E a escolha estará entre ajuste fiscal ou gasto público. Com o ajuste fiscal, que é o certo a fazer, a picanha demorará a chegar à mesa do trabalhador, embora faça um bom governo por colocar as contas em dia. E se escolher gasto público, colocará a picanha na mesa do povo no mesmo momento pelo populismo, mas gerará crise no futuro.

Se mantiver auxilio Brasil [no patamar e na amplitude que se configura hoje] junto com o auxílio caminhoneiro [benefício para apenas uma classe trabalhadora], isso manterá o descontrole nas contas públicas por causa dos déficits, o que gerará mais dívidas, que criará mais juros, deixando o custo de vida do trabalhador em geral dificultado pelos populismos assistencialistas. E se cortar esses assistencialismos, sofrerá o duro golpe da impopularidade, mas colocará as contas em dia e ao ter tudo em ordem a picanha estará no prato do povo de forma natural. É por isso que o Paulo Guedes, para tentar reeleger Bolsonaro, criou essa bomba fiscal. E a pergunta que fica é: essa bomba fiscal será desarmada [ajuste fiscal] ou não [gasto público]?

O segundo ponto envolve a questão social [ideológica]. Para se livrar do “fascista”, como se justificam os adeptos de Lula, há até mesmo uniões bizarras que não estariam unidas caso o adversário não fosse o Bolsonaro. Lula consegue fazer com que o comunista Ruy Costa Pimenta do PCO abrace carinhosamente a cantora progressista Pablo Vittar. E esse casamento pode durar um bom tempo caso a economia esteja bombando de forma sadia. Caso contrário, como é sabido que em lugar que falta pão todo mundo briga e ninguém tem razão, essa união sem pé nem cabeça entre conservador comunista e progressismo woke virará mais problema do que solução. E a pergunta que fica é: o atual governo escolherá o chão de fábrica ou o palco de show?  

E por fim, a terceira questão vem da geopolítica. Como há dúvidas quanto ao futuro, não se sabe ainda se o globo terrestre voltará a ter harmonia para que volte a ser próspero ou se ainda continuará as conflagrações. E a maior indagação vem da China. A potência asiática voltará a gerar o boom de commodities, fazendo o governo Lula conseguir fazer ajuste fiscal e investimento ao mesmo tempo e, com isso, conseguir manter o casamento entre conservador comunista e progressista woke? Ou não?

Porque a única forma de manter o governo Lula popular se dará pela lógica do chinês comprar commodities a preço de ouro, voltando a ser escravo moderno do brasileiro e do mundo. Caso contrário, com a potência asiática entendendo que na geopolítica não há amigos, só interesses, o chinês irá querer comprar commodities barato mesmo o governo brasileiro sendo petista.

E aí, colegas, a picanha estará longe de voltar à mesa do povo pobre brasileiro [sendo que nunca esteve no lar dos pobres].

Portanto, assim como na matemática é preciso ficar atento a qualquer desatenção que gere erro no cálculo, no calculo político é preciso fazer análise simples e bem atenciosa sobre como está o Brasil na sua conjuntura. E errar no básico é errar a conta toda. E tanto na matemática quanto na política, ao fazer erro primário, a conta não fecha.  Por isso, é preciso saber: ajuste fiscal ou gasto público? PCO ou Woke? Boom de commodities ou não? O Lula, que nem conta sabe fazer, até agora não começou a fazer cálculo nenhum.

  



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