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Resultado Eleitoral: 3 Ilusões

 

Por: Júlio César Anjos

 

O ser humano sempre busca criar padrões e correlações de causa e efeito para explicar fenômenos. O problema é que na questão eleitoral, principalmente no Brasil cujo tem dezenas de partidos distribuídos em uma extensão territorial continental, a eleição brasileira é simplesmente caótica. E querer achar algum padrão no caos é de certa forma perda de tempo. É por isso que a política brasileira sempre trabalha com 3 ilusões que não são concluídas em resultado eleitoral. São Elas: 1) Multidão na rua = Vencer Eleição; 2) Efeito Tapinha nas Costas [Transferência d e votos]; 3) Honestidade Versus Corrupção [ou Bem versus Mal].

Multidão na rua não significa necessariamente vitória na urna. Isso é um fato. E um exemplo acometido no Brasil se deu na questão do Fernando Henrique Cardoso ter vencido duas eleições no primeiro turno contra o Lula. FHC não colocava gente na rua; Lula, sim. E o tucano venceu com facilidade os pleitos disputados contra o petista de forma natural. Bolsonaro em 2022 coloca mais gente na rua do que o petista Lula, para tentar correlacionar a lógica de que multidão seja igual á vitória eleitoral. Lula provavelmente ganhará a eleição deste ano do mesmo jeito que o FHC venceu no passado. Ou seja, correlação de causa e efeito errada.

O efeito tapinhas nas costas – transferência de votos – não é automático como se imagina. Se assim fosse, Lula e Bolsonaro fariam 70% de deputados federais eleitos no congresso. Lula, aliás, faria maioria para governar. E isso não acontece pelo simples fato de que a política sempre foi e sempre será buscar voto no corpo a corpo. Não adianta colar em um líder político e o próprio candidato, por comodidade preguiçosa, nem ir às ruas pedir voto. Além disso, os eleitores votam nas pessoas e não em vínculos ideológicos e pessoais. Deste modo, pode-se perfeitamente uma pessoa votar, por exemplo, no Lula para presidente e para deputado federal em um bolsonarista que o abordou na rua no corpo a corpo. Porque o brasileiro não vincula o seu voto de forma linear.

O Paulo Martins é o exemplo de que efeito tapinha nas costas não é automático. Porque esse candidato tem apoio tanto do Bolsonaro quanto do Ratinho Junior e mesmo assim patina nas pesquisas. Aliás, o Ratinho Junior é o mais fraco político em transferência de voto [tapinha nas costas] nesta eleição, o que já demonstra fraqueza por parte do governado paranaense.

Honestidade versus corrupção – ou bem versus mal – não necessariamente faz o suposto honesto ganhar voto nem o considerado corrupto perder a eleição. Se assim fosse, Moro já estaria praticamente eleito presidente, enquanto que o Lula estaria abandonado na eleição. E o motivo é simples: a política vai muito além de somente combate à corrupção. Quanto à questão do bem versus mal, isso é muito relativo na política também.  

Voltando ao caso Lula versus FHC, Lula levava a massa para a rua; fazia transferência de voto melhor que o seu adversário; e fez da política honestidade versus corrupção – e bem versus mal com o nós contra eles. E repetindo a afirmação anterior: Lula perdeu duas eleições para o FHC no primeiro turno.

As eleições serão disputadas no próximo domingo [02/10/22]. Os tucanos terão bons resultados. E os analistas não irão entender o que aconteceu porque querem achar padrões no caos eleitoral brasileiro. Além de não entenderem que o corpo a corpo na eleição é fundamental, sendo superior às massas, ao tapinha nas costas [transferência de votos] e à suposta luta de bem contra mal. O PSDB sairá engrandecido e as desculpas serão das mais variadas, pois, não entendem o caos político brasileiro.  

 

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Aviso aos tucanos: continuem fazendo o trabalho de formiguinha. Dá resultado.

Espírito dos vencedores.

 


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