Por: Júlio César Anjos
O último debate presidencial da eleição de 2022 do Primeiro Turno promovido pela Rede Globo só confirmou o que este blog já afirmava: Lula e Bolsonaro fazem a polarização de ladrões. O embate entre os dois mais bem colocados nas pesquisas eleitorais não deixaram dúvidas quanto à integridade dos lideres populistas da direita e da esquerda. Lula e Bolsonaro são corruptos. E ponto final. Além dessa tragédia brasileira entre esquerda versus direita, o debate teve vários fatores que vale destacar, como humor, ironia e formato do programa pouco amigável, que só teve audiência por causa de candidatos caricatos que salvaram a programação.
O último debate da rede Globo não será marcado por um embate entre candidatos que se aprofundam em temas relevantes para o país. Tampouco houve linhas de raciocínio para resolver os grandes dilemas nacionais. Só o que se constatou foi que o nível de muitos candidatos, dos quais Simone Tebet e Ciro Gomes são exceções, não possuem o mínimo de qualificação para concorrer a um cargo tão importante quanto ao do presidente da república.
O debate, como forma de entretenimento, teve os seus pontos altos como a troca de verdades sobre corrupção entre Lula e Bolsonaro, além da política chanchada envolvendo Soraya e padre de festa junina chamado Kelmon. Aliás, foram justamente essas caricaturas que deram alta audiência para o debate da Globo, pois o brasileiro-médio diz que “ler cansa” e que debater temas sérios é chato. É por isso que a polarização de ladrões cristaliza-se em competitividade eleitoral. Para um povo que não gosta de ler e busca num debate satisfação de entretenimento, o ponto alto de um debate sempre será padre Kelmon e Soraya na lacração, e Lula versus Bolsonaro trocando acusações sobre corrupção.
Quanto
ao formato do debate em si, ao aceitar direito de resposta o programa que
começou na quinta-feira levou 2 horas e meia de duração, terminando às 2 da
manhã de sexta. Além disso, vale destacar, há o problema de dinâmica quando há
mais de dois candidatos a debater. O debate não flui porque muitas pessoas quebram
a mecânica do processo. É por isso que se não fossem as caricaturas que fazem
lacração, o debate seria um dos piores de todos os tempos. Mas foi um dos “melhores”
e mais assistidos porque virou simplesmente pornochanchada de entretenimento
popular.
E
como a política saiu da seriedade para ser resolvida pelo divertimento, os
grandes debates estão nas big techs, como TikTok e Instagram, sobre quem lacra
mais em fazer sinal de arminha ou L com a mão, quem rebola melhor ou quem gera
mais humor e ironia na base da lacração de rede social. Tudo isso para manter no
topo a polarização de ladrões.
Resta agora só saber se a polarização de ladrões se arrastará por mais um mês, caso haja segundo turno. Um segundo turno mais chato, porque Soraya e padre não estarão disponíveis aos debates. Segundo turno com a polarização de ladrões ficará mais insonso. Porque só terá ladrão disputando a eleição presidencial.
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