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Lula Versus Bolsonaro. Ou: Jaspion Versus Power Rangers

 

Por: Júlio César Anjos

 


Um texto sobre estética do poder.

 O desenho que marcou a infância deste que vos escreve foi o Jaspion.

O Jaspion era um desenho maravilhoso porque o herói e o vilão eram equivalentes em força. Jaspion, o herói, e MacGaren, o vilão, tinham quase que  a mesma armadura. O robô gigante Satan Goss era semelhante ao Gigante Guerreiro Daileon. A única coisa que os diferenciavam era que o herói tinha a armadura na cor branca e o vilão, cor preta.

Jaspion e Macgaren duelavam de mano. Eles tiravam a treta na honra do 1 contra 1. E a vitória do Jaspion diante o seu algoz se deu por peculiaridade, como ter um pouco mais de habilidade, ou seja, por mero detalhe.

Na batalha final, Macgaren pediu para ninguém se meter no duelo. Isso se chama honra que vem do vilão [fala no vídeo aos 2 min.]:


 O que o leitor tem que entender é que o vilão qualifica o herói. Quando o vilão é forte, o herói é bonzão. Agora, quando o vilão é fraco, aí o herói é decepcionante. E quando o vilão é muito maior que o herói em força, o herói enfraquecido fica sem substância e cai no ridículo ao perder a sua elevação.

Veja a questão do Power Rangers. Esse desenho de punhetação [porque era sempre 5 contra 1] fazia sempre os heróis, coloridos com uniformes iguais que sempre estavam em 5, lutarem contra o vilão solitário, que era somente ele mesmo. Ou seja, elevavam o vilão a um patamar de grandiosidade, além de mostrarem que os heróis faziam na verdade bullying contra o seu inimigo.

Há um desenho que precede o Power Rangers que se chama Changeman. Os 5 coloridos sempre faziam bullying contra o vilão. O vilão morria. E eis que aparecia o cara que todo mundo amava: o Gyodai. O Gyodai fazia o vilão outrora morto pelos changemans ficar gigante com o seu poder. E nessa hora este que vos escreve torcia pelo vilão dar uma surra nesses coloridos de zerda. Porque o bullying era demais.


A mesma coisa acontece no filme Avengers. Chega uma hora que muita gente começa a querer torcer pelo Thanos, pois um monte de afofado se junta para querer fazer bullying contra vilão. Acreditem: existem até fóruns de fãs do Thanos espalhados pela rede.  

E nessa hora o leitor deve estar perguntando: o que tem a ver esses desenhos com Lula e Bolsonaro? Tudo.

Lula poderia fazer do embate político, cujo ele seria o Jaspion e o Bolsonaro o seu Macgaren. Mas por pura covardia, pediu ajuda para coleguinhas. Agora, a esquerda é Power Ranger, sendo que o Bolsonaro é o vilão fortão a ser contido. Em estética de poder: Lula enfraquecido e Bolsonarismo fortalecido.

Lula, ao fingir ser o “representante máximo da democracia” [sendo que nem democrático é], para ganhar a eleição chamou muita gente numa falsa frente ampla. Chamou de Alckmin a Marina Silva, de Meirelles a Boulos, tudo isso para mostrar uma falsa grandeza. Na verdade, ao fazer essa salada mista de pessoas com a data de validade vencida na política, o petista mostrou fraqueza ou tornar a esquerda uma massa insonsa marionete da elite e do poder. 

E o que acontece nessa eleição é que Lula está a cada dia como representante do Sistema. E o Bolsonaro mantém-se contra o Sistema [mesmo não sendo]. O que pode ocorrer lá na frente? Bolsonarismo [sem Bolsonaro], como oposição, fazer bullying no Lula vilão.

 

***

Fazer política é fazer cálculo. Desde Junho de 2022 mantenho-me firme nesta condição. Eu acredito que:

Bolsonaro não dá golpe [não deu até agora e não vai dar].

A eleição será decidida no segundo turno.

Lula ganha a eleição.

Lua de mel até junho 2023.

Bolsonarismo [sem Bolsonaro] opositor fortalecido.

Bolsonarismo [sem Bolsonaro] fazendo bullying contra o ladrão do petrolão.

E se não souberem jogar [destruir o PT no momento certo], é Bolsonarismo [sem Bolsonaro] em 2026.

 

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