Por: Júlio César Anjos
Há
uma parcela da política nacional que acha que o Brasil possui poucos partidos,
alegando que nos EUA há centenas de partidos no território estadunidense. Quem
pensa desta forma está parcialmente certo. Porque na esfera nacional, só há
dois partidos: Democratas e Republicanos na terra do Tio Sam. Já na questão
regional, há vários partidos “estaduais”. Isso acontece porque nos EUA cada
estado da federação é um país [por exemplo, o Texas tem senador “estadual”].
Pensando
desta forma, realmente o Brasil possui poucos partidos no território nacional.
Mas este problema se dá por causa da organização política que não consegue
entender que para a esfera nacional há a necessidade de haver menos partidos,
ao passo que para a esfera estadual há a essencialidade de criar partidos
regionais.
Sendo
assim, o Brasil deveria limitar na esfera federal a manutenção de apenas 5
partidos, para facilitar organização e governabilidade. Porém, para dar mais abrangência
politica de forma geral, deixar que se criem partidos nos Estados da Federação
que tivessem autonomia regional, mas não deixando de ter vinculo a um partido
nacional.
Para
critério de exemplo, basta ver a questão do MBL [Movimento Brasil Livre]. O MBL
pode muito bem ser um partido estadual, com estatuto e manifesto para atender o
Estado de São Paulo, sem dispensar a vinculação desta agremiação a um partido
de direita na esfera federal. Ou seja, o MBL como partido estadual teria a sua
autonomia e administração própria, porém vinculando-se ideologicamente a um
partido federal. Esse formato de organização seria conhecido como holding
partidário.
Note
que o MBL não consegue, pela esfera nacional, colher 500 mil assinaturas para
virar um partido nacional. Porém, este mesmo grupo teria facilidade em colher 50
mil assinaturas somente em São Paulo, tendo facilidade em virar um partido
político da sua região.
Outro
fator importante é que o fundo partidário poderia ser dissolvido, ao fazer os
estados da federação financiar essas agremiações, com aprovação nas assembleias
legislativas estaduais. Isso tiraria o peso da concentração de financiamento de
campanha política pela União Somente.
Os
partidos estaduais ficariam a cargo de eleger vereadores, prefeitos, deputados
estaduais [que seriam chamados de distritais], e governadores. O partido da
União ficaria a cargo de eleger deputado federal, Senador e Presidente.
Desta
forma, haveria centenas de partidos estaduais, todos eles independentes em suas
regiões, mas vinculados ideologicamente em somente 5 partidos nacionais.
Portanto, quem fala que o Brasil tem poucos
partidos políticos está certo, embora se esqueça de mencionar que não há
legendas estaduais em exercício no país; e quem diz que há muitas agremiações
politicas também está certo, pois são mais de 30 legendas ativas somente na
esfera federal.
Criação
de partidos estaduais, essa é a missão.
Obs:
Gostaria que tivesse até partidos municipais [mas isso já seria demais para
vocês leitores].
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