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Câmbio: Efeito Balança

 Por: Júlio César Anjos

 

 O pior gargalo econômico brasileiro hoje se dá pela desvalorização da moeda real perante o dólar, o que faz essa paridade cambial gerar um empobrecimento do Brasil em análise comparativa com o mundo. É justamente o câmbio que reduz o poder de compra do brasileiro - porque a exportação leva toda a produção nacional para o exterior, o que faz gerar escassez no mercado doméstico, gerando a inflação por oferta e demanda - e isso respinga em rejeição ao presidente da república Bolsonaro, cujo busca reeleição. É sabido também que, por questões ideológicas de Paulo Guedes é provável que a desvalorização do real seja algo feito de caso pensado e não um problema conjuntural externo de pandemia e guerra na Ucrânia [quer voltar aos anos 80, cuja época fazia recorde de exportação justamente por ter a moeda desvalorizada]. E justamente por causa destes problemas é preciso resolver a questão do câmbio no Brasil. Neste momento surge o efeito balança.

O efeito balança, criado por este que vos escreve, é uma regra do jogo simples e de fácil implantação. Quando a moeda real passar dos 4 reais perante o dólar, aciona-se um gatilho que faz com que se permita elevar a taxa de imposto de exportação para tentar segurar a produção nacional no país. A partir de uma determinada desvalorização da moeda, que é algo penoso para toda a sociedade brasileira, esse gatilho de aumento de imposto de exportação após uma desvalorização mais acentuada da moeda faria com que, pelo menos, o estado brasileiro consiga exportar imposto para o comprador internacional, podendo além de conter os aumentos de preços no mercado doméstico, também conseguir arrecadar mais impostos diante esta condição.

No Brasil, justamente por causa do país ser um eterno exportador de commodities, a elite do poder econômico nacional conseguiu inocular a lógica na população que o imposto de exportação é um vilão. Na verdade, esse imposto é um dispositivo que pode ser rapidamente ser mudado pelo presidente, com o chefe máximo aumentando ou baixando a alíquota por questão de estratégia nacional, assim como acontece com o imposto de importação. Até porque segurança alimentar é algo extremamente estratégico para qualquer país que seja no globo terrestre. E com o Brasil não poderia ser diferente.

O que o Brasil não pode mais ver é a classe média perder todo santo dia o poder de compra, minguando o país em escassez geral, os miseráveis recolhendo lixo para comer algo na lixeira e do outro lado, a elite refastelando diante de um câmbio super-desvalorizado e andando para as condições nacionais.

Além da elite exportadora brasileira, outro player global que iria chiar sobre essa questão é a China, que quer comprar commodities baratinhas porque agora entendeu que para ser potência tem que levar vantagem em tudo. Ou seja, a china não fará o boom das commodities como fez na época do governo Lula em 2003. A tendência é a China fazer lobby para que o real continue desvalorizado para que se compre a produção agrícola barata.

Portanto, o efeito balança nada mais é que mitigar os problemas causados pela desvalorização da moeda nacional, usando o imposto de exportação como freio de arrumação.

 

Obs: isso aqui deveria estar no debate presidencial.

 

 


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