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PSDB: Tebet e Freixo

Por: Júlio César Anjos

 

Este que vos escreve aprova o apoio nas eleições de 2022 tanto da candidatura nacional da Tebet quanto da regional, no Rio de Janeiro, do Freixo. O partido mostra maturidade ao entender o cenário político geral. E também cria aberturas no longo prazo, pois, quem apoia no presente pode pedir apoio no futuro. Na política é assim, para rir tem que fazer rir. Os apoiadores serão os apoiados e os apoiados serão os apoiadores. Relação ganha-ganha e todos ficam felizes no final.

No cenário nacional, apoiar a Tebet é uma boa opção. A candidata tem carisma, não tem problema nenhum no curriculum, é bem-sucedida no que faz e não há nada que desabone a sua conduta. Se o sistema fosse parlamentarista, seria a Angela Merkel brasileira. O problema recai no presidencialismo que gera populista e político de estimação. E ao não violar as massas pela manipulação, a candidata do MDB sofre para crescer nas pesquisas e se tornar competitiva na eleição presidencial. Se o PSDB fosse olhar só pela questão utilitária, teria se abraçado a Lula ou a Bolsonaro para conseguir migalhas eleitorais. Portanto, apoiar a Tebet foi a uma boa solução que equilibre o seu espectro ideológico com o desempenho eleitoral.

Já o caso do Freixo, a questão é mais profunda. A relação de trocas entre o PSDB e o PSOL é positiva para ambos os lados. O PSOL ganha maturidade ao mostrar que está disposto a fazer alianças para governabilidade, retirando da legenda a imaturidade de ser apenas um grêmio estudantil que disputa eleições regionais e nacionais. O PSOL sinaliza a todos que está disposto a fazer mudança reformista, deixando a revolução [até mesmo a sangrenta] de lado, para melhorar as condições das pessoas por meio da política e do voto. E o PSDB sinaliza que pode abrir-se mais à esquerda, o que seria até mesmo impossível um tempo atrás, ao ser um partido de centro de fato a partir de agora. Lógico que há diferenças entre PSOL e PSDB. Mas essa coligação mostra que é possível conviver com as diferenças sem problema nenhum.

O PSDB até pouco tempo atrás, embora sem ter um radicalismo acentuado, revelava políticos e tinha dificuldade em fazer aberturas além do próprio circulo partidário. Sempre rejeitava candidatos de outra legenda [recebia, mas não aceitava de bom grado], tinha dificuldade em fazer alianças com partidos de esquerda [embora fizesse coligação com o PSB, não abraçava essa condição de fato], e a revelação de políticos, que ganhavam eleições, dentro do ninho tucano mascarava o problema do isolamento político. Agora, o partido está mais aberto a fazer novas coligações, o que é bom para a legenda e para o país.

O PSDB irá performar bem nesta eleição. Não pela habilidade política, mas porque os outros grupos políticos, com os seus extremismos que chegam ao ponto de haver bang-bang, são extremamente ruins. Como o cenário eleitoral é ruim e o PSDB é uma boa legenda, tal condição fará os tucanos terem um desempenho eleitoral melhor do que de 2018. E a partir deste momento inicia-se a caminhada para o partido reconquistar o protagonismo político novamente.

Fazer política, conquistar voto e ganhar eleição nunca foi uma tarefa fácil. Por isso que a política é sensacional.

 

  



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