Por: Júlio César Anjos
***
Uma
estorinha para compreender o fenômeno da curiosidade.
João
entra em casa. E ao fechar a porta, diz para o seu irmão José:
-
Eu bati no vizinho.
José
retruca com uma pergunta:
-
Qual vizinho?
E
João responde:
- Te peguei! Seu Curioso.
***
Pode
fazer esse teste que dá certo. Se você
entra em sua casa, fecha a porta e diz para alguém da sua família que você
brigou com o vizinho, o teu parente não irá dizer apenas: “Tá bom”. Ele retrucará
perguntando: “qual vizinho?”. O motivo é que a curiosidade é poderosa demais
para não se importar e ser ignorada.
A
mesma coisa vale com a mídia e a política em geral.
Se a mídia, por exemplo, diz que o César Silvestri desistiu de se candidatar a governador para disputar o senado, a primeira coisa que as pessoas irão perguntar é: Quem é César Silvestri? E após a indagação, elas irão pesquisar.
E
o público em geral descobrirá que Cesar Silvestri é um político jovem, de boa
aparência e bem sucedido, que disputa a eleição para senador no Paraná. É
uma novidade.
Note
que o César Silvestri deixou de disputar o governo para concorrer ao senado e,
com esta mudança, teve mais mídia do que qualquer outro caso anterior.
Ou
seja, a mídia fez o efeito curiosidade como no diálogo no começo deste texto.
Cesar
Silvestri ainda é desconhecido por 60% dos paranaenses. Além disso, ele foi
eleito em Guarapuava com 34 mil votos. E hoje, antes de começar a eleição,
mesmo desconhecido, Cesar Silvestri já tem mais de 200 mil votos, o que
equivale os 3% que constam em todas as pesquisas já realizadas para governador
do Paraná. No senado, ele já sai com um piso sólido de 3% também.
O
que a mídia fez ao querer repercutir negativamente [mas não conseguiu] o fato
do César mudar de governador para senador na corrida eleitoral, foi dar mais
exposição para quem não existia.
Para
critério de exemplo, o bolsonarismo cresceu assim, com mídia grátis. Aquilo que
parecia ser um horror para a mídia mainstream, para o bolsonarismo só dava mais
audiência e exposição.
O nome disso é efeito de mera exposição.
Esse
texto serve para explicar que não existe mídia ruim; existe mídia mal
utilizada.
César
Silvestri é inevitável. Ele terminará a eleição com pelo menos 2 dígitos na
apuração das urnas para senador.
Tudo
porque a mídia não soube jogar o jogo que ela deveria dominar minimamente bem.
Obrigado:
Tupan, “Fala, Marc”, Scola, Esmael Morais, turminha babaquinha do G1-RPC, Roger
Pereira, Mireli Martins e os maconheiros do Plural Jor. Vocês só consolidam o
sucesso dos tucanos nas urnas. O que seria do PSDB sem vocês? Papai ama vocês.
Agora, fica a pergunta no ar: Quem é César Silvestri?
Obs:
Se o César Silvestri estivesse no Podemos, ele teria agora somente os 34 mil
votos de recall de prefeito, o que o tornaria traço nas pesquisas. E
provavelmente não estaria mais disputando a eleição.
Essa é a diferença entre um partido grande que entende de psicologia de massa, e com isso provoca mídia para conseguir espaço na mídia, para partido nanico que nem sabe o que está fazendo na política.
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