Por: Júlio César Anjos
Há uma lenda que diz que o Paulo Guedes e Bolsonaro são liberais na economia. Mas bastou chegar o ano eleitoral para bater o desespero no desgoverno do “mito”. E para tentar se reeleger, a direita não está nem aí para as pautas como ajuste fiscal, responsabilidade fiscal, respeito com o teto de gastos e a coisa pública, e qualquer outra forma de gestão coesa e austera que os liberais teoricamente defendiam como solução de eficiência do Estado. O pacote reeleição, uma bomba fiscal, terá um rombo no teto de gastos no valor de 39 bilhões. Essa condição acaba com a lógica de que Bolsonaro e Paulo Guedes são liberais.
Para o Bolsonaro tentar se reeleger, ele chutou o balde de vez. Explodiu com uma bomba fiscal o teto de gastos sem dó. O atual governo enviou a chamada PEC dos combustíveis, em que 39 bilhões de reais serão gastos para conter, TEMPORARIAMENTE, o problema dos combustíveis. Acabou o discurso falacioso e farsesco de que esse governo do Bolsonaro seria de direita e liberal. E acabou com os fatos. O governo Bolsonaro é gastador.
A
direita gosta de apontar o dedo para Venezuela, Argentina e etc., dando a
entender que esses países, por não serem prudentes com a coisa pública, seriam
até comunistas. Porque, na cabeça da direta liberal bolsonarista, descontrole
em conta pública é coisa de esquerdista. Mas e quando o descontrole fiscal vem
de um governo que se diz de direita liberal, como fica? Não fica. A verdade é
que neste exato momento acabou a ideia de que o Bolsonaro é liberal.
O
verdadeiro liberal clássico que controla as coisas públicas, no Brasil,
chama-se Fernando Henrique Cardoso [FHC]. Ao consultar a história, todo mundo
verá que o FHC não usou de subterfugio populista, como acabar com
responsabilidade fiscal, para tentar fazer um sucessor, ou aumentar o tamanho
do PSDB nas urnas, por puro populismo. FHC simplesmente controlou as contas
públicas, não se importando qual seria o resultado eleitoral. Fez o certo
perante o que é popular. Foi um verdadeiro estadista. Um liberal clássico.
Outro
que não estourou as contas públicas, muito por causa do boom das commodities,
foi o Lula. Não precisou porque o crescimento global absorveu o gasto do seu
governo, sem que ninguém notasse o inchamento do Estado como um todo. Caso não
houvesse a euforia externa, o mandato do Lula seria também um horror.
Por
questão de pura ironia, é bom destacar: FHC, presidente de honra dos tucanos
socialistas, cria a lei de responsabilidade fiscal. Michel temer, do MDB
socialista, cria o teto de gastos. Já o governo liberal do Paulo Guedes quebra
a lei de responsabilidade fiscal e explode o teto de gastos, pois isso deve ser
algo direitista e liberal. Porque ser direitista e liberal é ter o governo
parecido com o da Dilma Rousseff. Dilma Rousseff, que estourou as contas
públicas, essa sim também é liberal! Esse bolsonarismo é uma piada.
E
o PT, que disputa a eleição com o Bolsonaro, já enviou uma emenda à PEC dos
combustíveis assegurando o rombo de 39 bilhões dos cofres públicos para 2023
também! Ou seja, Lula e Bolsonaro juntinhos para sabotar as contas do Estado
por puro populismo.
Como
não existe almoço grátis, alguém vai pagar a conta. E quem vai pagar a conta?
Você, contribuinte que terá mais imposto no lombo, além de ser açoitado com
mais inflação nesse coro seco de quem nasceu só pra tomar sova.
A
única saída do Brasil é o aeroporto. Ainda dá tempo de fazer como a Ana Paula Valadão:
“vou viajar de avião”. Viaje de avião, saia do país, porque esse país acabou.
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