Por: Júlio César Anjos
Novembro
de 2018. Este que vos escreve encostou a testa na mesa e, decepcionado,
constatou: “acabou”. O resultado da eleição foi péssimo para os tucanos. O PSDB
conseguiu fazer somente 30 deputados federais e realizou 4% em votos ao
candidato presidencial Alckmin. O cenário só não foi mais trágico porque o João
Doria ainda ganhou a eleição para governador em SP. Diante a catástrofe, uma afirmação:
o PSDB demoraria 10 anos pelo menos para
se recuperar. E essa lógica ainda está de pé pelo motivo de a política ser cíclica
e também porque na eleição de 2022 o partido quer fazer um autobanimento [Autoban].
A
política é cíclica. E é preciso entender que qualquer grupo político possui
ascensão e queda em alguns períodos de tempo. E o PSDB, na eleição de 2022,
permanecerá na baixa. São dois motivos que levaram os tucanos a não se
recuperarem a tempo. A primeira, por causa do Sistema, que restaurou os
direitos políticos do Lula ladrão, cujo só fechou outras candidaturas por causa
da polarização com o Bolsonaro genocida, o que é conhecido como a polarização
de ladrões. A segunda, essa sim por culpa dos tucanos, motivada pela ausência
do partido em se posicionar na política [em cima do muro].
Há
uma briga sobre a candidatura majoritária, cujo presidente da legenda acusa o
João Doria de ser rejeitado e essa rejeição contaminar o partido como um todo.
Esta lógica está errada porque a não aceitação do Doria também é uma rejeição
ao PSDB como um todo, diante da chegada do Bolsonaro ao poder, ocupando o
espaço dos tucanos. Tucanos que sempre ficam em cima do muro e sempre caem no
fim.
Na verdade, a covardia do presidente do PSDB, Bruno Araújo, tem lógica. Ela se transfigura em terceirização de culpa, diante a inevitável catástrofe dos tucanos ao serem rifados na eleição novamente, fazendo o presidente da legenda jogar a responsabilidade para o João Doria. O ex-governador de São Paulo virou o bode expiatório dos caciques acovardados da legenda.
Como
o destino do partido já está traçado porque será castigado, então restam apenas
duas alternativas. A primeira é apoiar o Bruno Araújo. Com a lógica de se
esconder debaixo da mesa, esperando que tudo caia do céu, o partido ficará à
deriva esperando ter algum sucesso eleitoral por ausentar-se. A segunda, a mais
correta, é apoiar o João Doria para que ele vire o líder do partido e vá para o
pau. Indo para o embate contra a polarização de ladrões, essa condição pode
fazer com que se gerem sementes plantadas para que o partido possa colher os
frutos já a partir de 2026, novamente com João Doria líder, voltando ao jogo
político por ser um player forte.
Porque
não importa se vai ter Doria ou não na candidatura presidencial em 2022. Independente
de tudo, pelo motivo da política ser cíclica e o PSDB estar na baixa, o fato é
que o PSDB corre o risco de fazer somente 25 deputados federais, 75 deputados estaduais
[no país todo], não fazer nem um senador e nem um governador. Diante disso, há de fazer escolha: Perder por
se ausentar ao ficar escondido debaixo da mesa; ou, perder lutando. Não está tão difícil decidir. O PSDB tem
chance de voltar a ser competitivo em 2026, caso lute em 2022. Ao ausentar-se
desse embate, o PSDB talvez nunca mais se recupere porque se acovardou de
maneira até mesmo vergonhosa.
Além
de tudo isso, nem é preciso dizer que, após chamar os filiados para decidir o
candidato que concorreria a presidente em 2022, o Bruno Araújo quer rasgar o estatuto
para jogar o PSDB na vala da covardia. Bruno Araújo faz isso porque muito
provavelmente quer fazer o PSDB virar um partido de dono, uma legenda de
aluguel, mais um grupo político fisiológico do sentrão***. Sentrão é o destino
dos covardes que se ausentam diante os enfrentamentos políticos que surgem na
política no dia a dia e também nas eleições.
Portanto,
A política é cíclica com ascensão e descenso entre grupos políticos. E o PSDB,
por causa da era bolsonarista, está na baixa. Por isso que será castigado na
eleição de 2022, independente de ir ou não com o João Doria como candidato a
presidente. Mas justamente pela política ser cíclica, é preciso entender que os
tucanos podem se recuperar. E a recuperação só virá caso os tucanos plantem desde
já para colher no futuro. Deste modo, o PSDB precisa escolher entre ir para a
briga ou ausentar-se. Se optar pela luta com o João Doria, existirá no futuro como
um partido político forte. Se optar pela ausência com a inexistente Simone
Tebet, escondendo-se debaixo da mesa, será um partido covarde, uma legenda vazia,
o mais novo integrante do grupo político do Sentrão, deixará de existir por
puro autobanimento [Autoban].
Em
toda escolha há renúncia. O que o PSDB está a renunciar?
***
***Sentrão:
partidos corruptos que sempre estão na base de governo. Centrão com C é um grupo
político de Centro parrudão. Não confunda as coisas.
Em
era de Lula e Bolsonaro, que fazem a polarização de ladrões, ser rejeitado pela
massa é motivo de orgulho.
Lula
é ladrão do Petrolão e o Bolsonaro é genocida da propina na vacina e do pastor
corrupto no MEC.
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