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Polarização: Simulacro de Democracia

 Por: Júlio César Anjos

 

Pesquisas Mentem.

Urnas Fraudam.

O Sistema Vence!

 

O jogo democrático no Brasil, infelizmente, é farsesco. É um simulacro de democracia, cujo povo é convidado somente a participar desta grande tramoia impetrada pelos poderosos. O brasileiro está presente na encenação para que os barões, após destruírem a nação, possam colocar a culpa nas pessoas por supostamente não saberem votar. Mas essas autoridades, por pura conveniência, esquecem que quem arquiteta a polarização política é o poder. Porque as elites criam o cenário perfeito para que aquilo que eles queiram concretize-se. E, no fim, todos já sabem: As pesquisas mentem; As urnas fraudam; e o Sistema vence!

 


A utilidade da pesquisa, a gênese do Sistema, é criar cenário. O melhor cenário que os poderosos gostam de adotar é o da polarização porque fica fácil controlar o resultado. Para criar cenário, é preciso fazer sugestão. E a técnica de sugestionamento consiste em causar repetição em um evento até que esse evento seja de fato concretizado por causa dessa repetição. É uma técnica de manipulação muito usada na propaganda para vendas.

Como exemplo, cita-se a vontade de comer coxinha. Se o indivíduo acorda e ao ligar a TV escuta o comentarista falando sobre coxinha; ao ir ao trabalho, pega o ônibus e duas pessoas conversam sobre coxinha; e durante o expediente, vê um folheto com coxinha à sua mesa; a probabilidade dessa pessoa comprar uma coxinha à noite ao voltar do trabalho é gigantesca. Essa pessoa foi sugestionada a comer coxinha pelo seu inconsciente, por causa da repetição.

Deste modo, então, a população sendo bombardeada toda hora por pesquisa significa que o povo brasileiro inteiro está sendo sugestionado para realizar o resultado que a pesquisa quer: a polarização.

Após as pessoas aceitarem a informação das pesquisas como algo normal, que a polarização é algo sacramentado, desanimando os outros players diante resultados decepcionantes, já dá para se fazer a condição do segundo ato: povo nas ruas.

O povo nas ruas é o resultado positivo da manipulação do sugestionamento de massa que a pesquisa entrega.  Como não há alternativa além da polarização que já está estabelecida [na mídia, nas pesquisas e no espirito do tempo da sociedade], a partir desse momento as pessoas fazem o segundo ato: ir às ruas apoiar os entes polarizadores beneficiados pela manipulação das pesquisas.

E com a massificação concluída, com a polarização estabelecida e o povo defendendo o seu político de estimação com ferocidade nas ruas, tal medida gera o terceiro ato: a urna de votação. A urna de votação tem o objetivo de trazer o resultado de votação muito próximo aos números das pesquisas, validando os institutos que manipulam toda a população, além de validar também a lógica de que os polarizadores colocaram multidões nas ruas. Ou seja, a urna eleitoral gera a verificação de dois fatores: pesquisas e povo na rua como validação.

E assim prospera o simulacro de democracia. O povo é convidado para participar da farsa eleitoral, primeiro por sugestionamento [pesquisa], segundo por manipulação [povo nas ruas] e terceiro, por validação [urna eleitoral]. E após o pleito é descartado como lixo.

Agora, veja só que curioso. Para quebrar este paradigma, é crucial o povo não ir às ruas validar os resultados das pesquisas nem a urna eleitoral. Um gesto simples de manter as ruas esvaziadas também esvaziam os argumentos dos entes polarizadores.

Com as ruas esvaziadas, é difícil sustentar a polarização, manter a desculpa que os dois candidatos mais bem colocados nas pesquisas possuam realmente ais números coletados nas pesquisas e isso desnuda o Sistema querer controlar o resultado do experimento pela polarização. Porque, como é sabido de antemão, manifestações fracas só demonstram que as pesquisas eleitorais estão erradas.

Diante as dúvidas e os receios por parte da população, a justificativa da polarização fica enfraquecida, o povo fica em dúvida sobre o que está acontecendo de fato e o Sistema fica em xeque. É nessa hora que o povo se desperta e descobre que: as pesquisas mentem, as urnas fraudam e o Sistema lucra com a manipulação.

E a partir desse momento, o sistema fica com dificuldade em colocar a culpa no povo por não saber votar, pois, o povo não está nem indo às ruas reivindicar nada porque já está escaldada diante a farsa desta manipulação. E nesse desestímulo causado pelo desanimo de sentir-se enganado, o povo só voltaria às ruas, como fez em 2013, como massa amorfa para mostrar que o Sistema não engana a mais ninguém.

 

Portanto, o Sistema precisa da sugestão psicológica das pesquisas, divulgando as enquetes a todo instante sem parar, para gerar o cenário da polarização. Após gerar a polarização, há um esforço para que as pessoas saiam às ruas para apoiar os candidatos polarizadores. E após a massa ensandecida defender político de estimação, a urna eleitoral faz a sua mágica e valida tanto às pesquisas eleitorais, trazendo na apuração os mesmos resultados nas consultas de opinião, quanto às ruas que garantiram a confiabilidade do sistema eleitoral como um todo. Para todo esse mecanismo funcionar, é preciso que o povo vá às ruas. Caso fique em casa, demonstrando desilusão e desconfiança na votação, o povo desperta-se e descobre que faz parte de um simulacro de democracia, em que as pesquisas mentem, as urnas fraudam e, no final, somente o Sistema Lucra.

 



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