Por: Júlio César Anjos
A Pesquisa eleitoral não deveria ser considerada como algo científico porque erra demais. E tudo aquilo que erra demais é chamado de charlatanismo. Porém, diante a ditadura da ciência, há uma patrulha hostil, adoradores de pesquisa, que ataca qualquer um que ousar contestar o resultado de um instrumento que não consegue fazer o princípio científico básico que é acertar o resultado de uma hipótese observada. Pela coerção, as enquetes políticas estão aí para serem consideradas respeitadas e sérias. Então que se usem os números ofertados pelas próprias pesquisas para fazer linha de raciocínio sobre a rejeição dos candidatos na corrida eleitoral presidencial de 2022.
Segue
o relatório de rejeição dos candidatos a presidente em 2022:
Antes
de tudo, é preciso questionar. Vendo a imagem, pergunta-se: Quais são o piso e
o teto de rejeição na eleição de 2022? O Teto está fácil de achar, é o 60% que
estão em Bolsonaro. Já o piso, quem olhar para o gráfico sem o analisar com
profundidade, dirá que é o 16% da Simone Tebet. Mas não é. A verdade é que o
piso está no Lula, com 43% de rejeição.
Mas por que a Simone Tebet não é considerada o
piso de rejeição? Porque ela é desconhecida na política. E caso fique conhecida
e comece a ficar competitiva [o que nunca acontecerá], no mesmo instante Lula e
Bolsonaro ligam a máquina de assassinar reputação e se unem para ataca-la ao
ponto dela ter a rejeição de João Doria e Ciro Gomes. Até porque as rejeições
de Doria e Ciro Gomes veem justamente do antagonismo que os dois fazem contra a
polarização de ladrões.
Como
o piso está em 43% de rejeição, deste modo, então, são descartados os
candidatos abaixo do Lula, como Janones, Tebet e d’Avila, pois estes candidatos
são desconhecidos. Deste modo, a pesquisa constata um fato: eles não existem
politicamente. Não são nem mesmo conhecidos para serem rejeitados [o que é
trágico]. E para critério de observação, a Simone Tebet não existe e já tem quase
20% de rejeição [um fenômeno no estilo: não vi e não gostei].
Além
disso, os dados da pesquisa trazem um fato curioso. Diante a situação política,
é perfeitamente possível 43% ser maior que 60% na questão rejeição. Basta ver a
análise candidato por candidato por constatar essa afirmação.
Bolsonaro: 60% de Rejeição. Chegou nesse
patamar por conduzir mal a pandemia e por fazer um péssimo mandato. Ou seja,
governou mal e ainda tem o desgaste natural por governar. E mesmo sendo um
desastre, ainda é competitivo nesta eleição de 2022.
João
Doria: 60% de Rejeição. Governou São Paulo, o epicentro da pandemia [uma das
regiões mais densas do mundo]. Teve que combater o negacionismo do Bolsonaro. E
embora tenha feito uma ótima gestão, sofre um desgaste natural por causa de São
Paulo estar há 28 anos seguidos comandado por governos tucanos e porque é
atacado até mesmo pelo próprio partido, ao sabotá-lo por dentro [Bruno Araújo quer
tirá-lo da corrida eleitoral].
Ciro
Gomes: 55% de Rejeição. Para este que vos escreve, é o candidato mais rejeitado
de todos porque está descansado, não governa nada e só surfa na onda do populismo
barato, e mesmo assim o “povo” não o quer como presidente. Faz uns 20 anos que
só vive como político profissional, sem ter que fazer um expediente sequer,
fazendo discursos somente na base da demagogia e mesmo assim tem uma enorme
rejeição. Vai tomar voto útil do Lula e terminará com 3% na eleição de 2022.
Lula:
43% de Rejeição. Rejeição alta na largada que já faz o Lula ter dificuldade
para governar após virar presidente, caso ganhe a eleição. Restaurado pelo STF,
o que faz teoricamente ser considerado “honesto”, descansado por não governar
numa pandemia, protegido pelo Sistema [mídia, empresários e afins] e ainda com
um passado glorioso que não existiu, Lula com 43% de rejeição só mostra que o
povo também não quer o petista de braços abertos e com sorriso no rosto para
presidente. Vota no petista para tirar o Bolsonaro.
A
diferença de rejeição entre Bolsonaro [que negou a pandemia e fez um péssimo
governo] é apenas 17% menor do que a do Lula [que está descansado e apoiado
pelo Sistema]. É possível dizer que o Lula, caso ganhe a eleição e comece a
governar, chegaria facilmente a 60% de rejeição após 6 meses de mandato por
causa da hostilidade política geral.
Ou
seja, diante as explicações, é perfeitamente compreensível que 43% seja maior que
60% de rejeição.
Além
disso, há uma diferença também entre João Doria e Ciro Gomes. João Doria teve que governar o epicentro da
pandemia, além de ser massacrado pelo negacionismo do Bolsonaro e só tem 5% a
menos de rejeição que o Ciro Gomes, político descansado/preservado que patinou
por fracasso próprio.
Esse
fenômeno de fazer a população rejeitar todos os políticos é ocasionado por
causa das big techs que fomentam as hostilidades nas redes porque isso causa
engajamento. E ao fazer nada prestar na política, um cenário de terra arrasada,
tal situação condiciona uma rejeição de base elevadíssima, o que cria um
cenário perfeito para surgir novas jornadas parecidas com a de junho de 2013.
É
engraçado constatar que a polarização hoje, causada pelas big techs, estão acabando
com o chamado efeito Marina Silva, candidatura natural de terceira via que
sempre terminava a eleição com mais de dois dígitos na apuração eleitoral. Como
as big techs possuem programação binária, no estilo é isso ou aquilo, esses
dispositivos tecnológicos estão praticamente matando a democracia brasileira. E
diante essa loucura de polarização, a rejeição a qualquer candidato beira ao
surreal.
Basta
ver que o piso de rejeição está em 43% com o Lula, pois abaixo do petista só há
candidatos que não existem politicamente [e que também estão na casa dos 20% de
rejeição]. Ou seja, 43% de rejeição na base é muita coisa! Quando se tem um cenário em que todo mundo
que é conhecido é rejeitado, uns um pouco mais que outros, mas com um piso de
43% e um teto de 60%, isso significa que o brasileiro está azedo com a política
como um todo. É um cenário de possibilidade da volta das jornadas de Junho de
2013. Ou seja, junho de 2013 ainda vive nos corações e mentes dos brasileiros
por causa das big techs que semeiam hostilidade sem parar na politica nacional.
Essa
era de hostilidade geral na politica elimina a condição de existência da
situação fantasiosa de buscar um candidato neófito perfeito, com base de 2 dígitos
em intenção de voto [mais de 10% nas pesquisas] na largada e uma rejeição de 05%
ou menos. Esse candidato idealizado nunca existiu e, pelo andar da carruagem,
nunca existirá.
Portanto,
o teto de rejeição nas pesquisas eleitorais beira a 60% com o Bolsonaro. Já o
piso de rejeição está em 43% com o Lula. Tebet tem uma rejeição baixa, mas não
existe politicamente [então, descarta-se essa candidatura]. Bolsonaro é
rejeitado porque fez um péssimo governo e ainda não soube lidar com a pandemia.
Lula, mesmo descansado e preservado pelo sistema, tem incríveis 43% de rejeição.
Isso faz com que 43% seja maior que 60%. Tendo um piso de 43% de rejeição como
base, tal situação mostra que o povo está azedo com os políticos e isso pode
determinar novas jornadas de manifestações amorfas, como as vistas em junho de
2013. E diante todas essas questões que mostram que quem é conhecido e está no
jogo é rejeitado de antemão, tomar decisão baseada em rejeição é burrice.
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