Por: Júlio César Anjos
Ratinho
Junior fez algo nunca antes visto na história de governos executivos no Brasil.
Algo surreal, que foi equiparar os salários dos policiais novos aos antigos, além
de fazer tratamento diferenciado entre os policiais civis e militares. O governador
não deu aumento de percentual, que é o certo a fazer, para os profissionais da
segurança pública como um todo; deu aumento para o baixo clero e arrochou o
alto escalão. Há problemas correlatos nesta tomada de decisão. E Ratinho Junior
gera esse problema pelo simples fato de não ter experiência política, ao não
ter governado antes ao menos uma prefeitura, o que faz esse político da
nova-política cometer erros primários como essa situação de diferenciação dos
profissionais de segurança pública.
A
primeira coisa que se deve saber em se tratando de polícia é que não se pode,
de maneira nenhuma, quebrar a hierarquia. Isso é uma lei. Quebrou a hierarquia,
virou bagunça. E a hierarquia não se dá só por causa de tempo de serviço e
ocupação de cargo; se dá também por questão de remuneração. A gratificação é o
status da escalada hierárquica também. As hierarquias são compostas por cargo,
tempo de serviço e... Remuneração. Pagar de forma equânime quem acabou de
chegar com alguém que está há anos no zelo do serviço é retirar o mérito de
quem já tem experiência no qual se pode confiar, para premiar um neófito que
nem se sabe se conseguirá cumprir as suas tarefas direito. É um erro primário igualar
salário de quem está entrando com quem já tem experiência de casa.
Ratinho
Junior tomou esta decisão e cometeu esse erro crasso que não há parâmetro na história,
em equiparar em salário a base com o alto escalão, fazendo achatamento da
escalada de remuneração. Como é algo novo, é preciso observar e esperar para
ver o que irá acontecer. Neste caso, podem ocorrer dois fatores: 1) Não dar
certo; 2) dar certo.
Se
não der certo, a corporação e o povo se voltam contra o Ratinho, que cairá politicamente
de forma até mesmo vexatória, pois, a polícia gerou caos e o povo se incomodou
com a desordem, entendendo que a culpa é do ratão.
Se
der certo, os policiais se aquietam, a lição que se dá é que os próximos que
ocuparem o cargo de governador, após o Rato deixar o poder, farão a mesma coisa
que o antecessor, ao manterem esse achatamento na hierarquia de remuneração, e
quem irá chorar serão os policiais contratados pelo Ratinho Junior que serão,
no futuro, os policiais experientes que irão observar o mesmo fenômeno, policiais novatos nos governos vindouros receberem de forma igual aos que possuem maior
tempo de casa. Ou seja, receberão na mesma moeda a injustiça sem poder
reclamar.
Sabe aquela lógica de não fazer ao outro aquilo que não quer que façam a você? Isso se aplica a essa lógica burra do Ratinho Junior em igualar salários dos novos e antigos profissionais da segurança pública. Porque policial novato que acabou de entrar será o guarda experiente arrochado em salário amanhã. [efeito Orloff – eu sou você amanhã].
Há
também de se fazer uma observação importante. A polícia, como corporação, tem
condição de sabotar governos. Dá pra fazer, por exemplo, greve branca, em que o
policial está na rua, mas faz corpo mole e, com isso, finge trabalhar e quem
faz a festa é o bandido. Ou, então, demorar ao atender ocorrências e demonstrar
até mesmo má vontade com a população; além dos dois casos, também, dá para os
chefes dos comandados mandarem a corporação para regiões mais remotas, deixando
as áreas mais populosas que precisam de policiamento sem guarnição, ao enviar
um grupo em uma região que não precisa de tanto efetivo. Exemplo: tira o
policial de Curitiba, para trabalhar em Candido de Abreu [o delegado tem inamovibilidade
do cargo, já o policial, não]. Até porque quando o governador é inimigo da
polícia, a reciproca é a mesma, fazendo a polícia ser inimiga do governador.
Diante
a decisão do ratão, é possível que ele esteja fazendo isso por pura picuinha
política, ao não compreender nem o cargo que ocupa, só para gerar uma confusão
contra quem não tem nada a ver com a situação. É possível que ele esteja
fazendo isso porque, na cabeça deste lesado, ele esteja punindo policiais do
Beto Richa, pois, o tucano foi o governador que mais contratou e deu aumento de
salário para todos os policiais quando foi governador.
Se
for essa a lógica, burra por sinal, ele estaria apenando policial que nem mesmo
é tucano, pois, aumento de salário não significa apoio automático. Porém, a
partir do momento que o Ratinho faz essa palhaçada, aí sim os policiais podem
pender em apoio ao Beto Richa, por ver a palhaçada que esse político roedor da
coisa publica está a fazer.
Portanto,
dar aumento de salários para novos policiais de forma desproporcional aos mais
antigos é até mesmo quebra de hierarquia. Isso nunca foi implantado na história
política. Caso dê certo, outros
governadores farão o mesmo no futuro, fazendo o policial contratado pelo
governo Ratinho tomar do próprio veneno. Os polícias, como corporação, possuem
mecanismos para sabotar governos. E a única explicação para o Ratinho estar
fazendo essa aberração se dá por uma punição aos policiais contratados pelo
Beto Richa, o que não faz sentido algum, pois, esses servidores da segurança pública
não apoiam o político tucano. Mas é possível que, por causa da ação incorreta
do governador, os policiais, aí sim, comecem a apoiar o Beto Richa como forma
de retaliação. Ratinho Junior, por pura molecagem política, gera essa
confrontação de polícia versus polícia. Mas uma hora a corporação irá despertar
e a polícia se unirá contra o Ratão.
Esse
é o problema de colocar um político cabaço no poder. Ratinho Junior é sem
pulso, fraco, covarde e mimado. Já deu pra esse fanfarrão.
Comentários
Postar um comentário
Comente aqui: