Pular para o conteúdo principal

Ratinho Junior: A Piada da Polícia Mais Rápida do Mundo

 

Por: Júlio César Anjos

 


Primeiro, que o leitor leia a piada sobre a polícia mais rápida do mundo. Segue:

 

Para acabar com discussões sobre qual é a melhor polícia do mundo, foi realizada uma competição com o FBI, a Scotland Yard e a Polícia Federal.

O teste era o seguinte: os organizadores soltariam um coelho na floresta e a polícia que achasse o bicho mais rapidamente ganhava.

O FBI foi o primeiro. Usando fotos de satélite, análise de DNA dos pelos encontrados, helicópteros etc, o coelho foi encontrado em 3 horas e 14 minutos.

Por sua vez, chegou a hora da Scotland Yard mostrar o seu valor. Usando analistas de comportamento, psicólogos, estudiosos da espécie dos coelhos e cenouras com sonífero, eles capturaram o coelho em 1 hora e 30 minutos. O FBI ficou arrasado.

E, finalmente, foi a vez da Polícia Federal. Com uma Veraneio 74, com o porta-malas amarrado por uma corda, 5 homens com o corpo pra fora do carro, batendo nas portas em alta velocidade, eles adentraram à floresta.

Voltaram em 23 minutos, deixando todos muito impressionados. Então eles abriram o porta-malas do camburão (desamarrando a corda) e lá dentro estava um gambá, todo encolhido, cheio de hematomas, muito espancado e gritando:

— Eu sou um coelho! Eu sou um coelho! Eu juro que sou um coelho!

 

***

 

No Brasil, infelizmente, é preciso ter cautela quanto à eficiência policial.

A notícia que chega a todos é que a Polícia Militar do Paraná pegou um integrante da quadrilha suspeito de causar terrorismo em Guarapuava. Porém, é preciso primeiro apurar se esse coelho não é um gambá.

A eficiência da polícia que na noite anterior foi pífia por causa de falta de investimentos na segurança pública, e que agora rapidamente evoluiu, é fruto de pressão de a corporação ter que dar uma resposta á sociedade.

Até porque a história contada da ação sobre o impedimento deste crime não estava batendo, cheio de furos e dúvidas diante aqueles que pensaram um pouco sobre a linha de raciocínio desta história não fechar.

A polícia do Paraná concedeu uma entrevista coletiva no qual alegou que sabia previamente sobre o ataque do novo cangaço, antecipou-se à ação ao ficar fora do batalhão e, com isso, manteve-se próximo ao local que iria ser roubado [a empresa Proforte], fazendo essa operação ser um sucesso por causa do impedimento do crime.

Agora, a contradição:

Se os policiais já sabiam previamente que o crime iria ocorrer ao ponto de estarem preparados ao ataque do novo Cangaço em Guarapuava, então por que não conseguiram prender ninguém no mesmo momento?

Deste modo, há duas versões. 1) A operação foi malsucedida porque, mesmo sabendo previamente sobre o crime, deixou os bandidos escaparem [incompetência]; ou 2) a operação foi bem sucedida justamente porque deixou os bandidos escaparem [apoio na fuga]?

É preciso entender que a polícia JÁ SABIA antecipadamente sobre o ataque da quadrilha do novo cangaço. Deste modo, só há duas explicações: incompetência ou conivência.

Deste modo, então, numa espécie de mágica a eficiência ressurge num piscar de olhos, a polícia pega um membro da quadrilha que fugiu no mato e que agora poderá começar a piar.

Além disso, é impressionante como a turma do Roedor e a mídia em geral conseguem fazer da fraqueza uma força. Um problema evidente como esse de falta de segurança publica virou status de heroísmo da policia que “combateu” os bandidos em Guarapuava.

Como dizia Millôr Fernandes, o Brasil é o único lugar do mundo em que o rato consegue colocar a culpa no queijo. Daqui a pouco o culpado pelo crime será a oposição ao Ratão, pelo simples fato da oposição cobrar do governador solução na questão da segurança pública. Porque assim como o rato do Millôr, o rato do Paraná seria uma espécie de vítima.

Portanto, há de verificar essa eficiência da polícia local em pegar um transeunte que estava no matagal e não se sabe ainda se irá “confessar”. E diante as investigações, a única coisa que se espera é que esse coelho não seja gambá.

É o mínimo.

 Ratinho Junior e a mídia querem apagar a sua memória. 

Comentários