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Ratinho Junior: O Sistema

 

Por: Júlio César Anjos

 

Ratinho Junior, ao estar provisoriamente no poder do governo do Paraná, conseguiu enlaçar os pilares do Sistema. Mas aí, alguém se pergunta: o que é o Sistema? Em definição simples, Sistema: Instituições [...] de uma sociedade, a que os indivíduos se subordinam. Traduzindo para o povão: São instituições com poderes estabelecidos cujo possuem a capacidade de influenciar [manipular] qualquer cidadão.  Além disso, consegue manipular politicamente com as suas atuações.

E este que vos escreve elencou 5 instituições pilares do poder: 1) Mídia, 2) Religião, 3) Forças Armadas [Polícia], 4) Justiça, 5) Grupos de Pressão.

Observe que o Ratinho não tem controle dos 5 pilares do Sistema.  Mas ele conseguiu fazer com que os pilares do Sistema não o atacassem, o que já é uma vantagem e tanta.

Ratinho Junior amansou os grupos de Pressão. O ex-governador em atividade fez acordos políticos tanto com esquerda quanto direita, em que não há grupos de pressão fazendo ativismo contra a sua governabilidade. De um lado, finge apoiar o Bolsonaro em 2022 e, de outro, promete apoio ao PT em 2026. Com isso, Ratinho Junior anulou qualquer pressão que pudesse acontecer no período eleitoral deste ano. Aliás, o maior poder do centrão é fazer acordo com ativistas, como no caso do PSD do Kassab e do Kiko que governa neste momento o Paraná.

Ratinho Junior comprou a mídia. Com o pai dono de rede de rádio e TV e vindo do mundo do entretenimento, ele sabe o poder que a mídia possui para modificar o jogo político. E sabe que: anulou a imprensa, acabou o incomodo. Matou o mensageiro, a mensagem não será enviada. Ratinho Junior despejou milhões de reais em dinheiro público para fazer um cala-boca na mídia em geral [tanto a formal quanto a das big techs]. A imprensa nada divulga do Ratinho Junior, apesar de esconder muita coisa que possa revelar de podre do ratão. Por questão monetária, vale mais a pena para a mídia em geral ficar em silêncio do que começar a piar.

Ratinho Junior cooptou a religião. Ao fingir apoio ao Bolsonaro, no qual os religiosos dão suporte à extrema-direita, além de atrair o partido Republicanos [legenda do Edir Macedo] para o seu governo – dando emendas, secretarias e cargos -, os religiosos estão todos eles fazendo um apoio de ocasião ao Ratinho Junior. Ou seja, terá pastor pedindo voto ao Rato na sua congregação ou atacando opositores. Quem paga a banda, escolhe a música.  Ratinho Junior é do PSD do Kassab. Além disso, o PSD do Ratinho Junior tem em seus quadros correligionários como a pastora assassina Flordelis e o filho de Pastor Gabriel Monteiro, que responde até mesmo por estupro. Como diz o Antônio Villa: “Em nome de Jesus, Deus no comando”.

Ratinho Junior dividiu as forças armadas. Ao fazer a presepada em não dar aumento linear para os policiais do Paraná, tal situação gerou um impasse em parte da corporação. Uma parte foi cooptada com o aumento e a outra parte revoltou-se. Como há a lógica de reino dividido não prospera, ou a estratégia de dividir para conquistar -, os policiais não conseguem ter coesão para pressionar esse governo como um todo. Resultado, o Ratão também tirou o incomodo das polícias da jogada. Além disso, quem apoia o governador no congreso é o Sargento Fahur, figura caricata da nova-política que até cheira cocaína ao vivo na TV.

Ratinho Junior criado pela Justiça. A justiça do Paraná, com a operação lava-jato, fez o tal: “pega pra capar”.  Prendeu o Beto Richa, que não tinha nada a ver com lava-jato, 20 dias da eleição para que os políticos ditos de “velha política” estivessem todos maculados no pleito. Com isso, abriu caminho para que a “nova-politica” pudesse florescer pura e límpida no cenário eleitoral. Ratinho Junior representa essa nova-política que emergiu. Tendo os defeitos de ser: preguiçosa, sem experiência, imatura, frouxa, e fraca politicamente. Porém, essa nova-política sabe conspirar para manter-se no poder. A verdade é que o Ratinho Junior é tão fraco que não aguentaria nem mesmo um inquérito aloprado ao seu encalço. Por isso que Ratinho Junior aprovou o Funcor [Fundo de Combate à Corrupção] para os parasitas do judiciário [no futuro próximo, Funcor será conhecido como Fundo de Combate aos Críticos (do judiciário)].

 A única condição para o Sistema continuar sustentando o governo do Rato é que ele ao menos entregue uma governabilidade medíocre para amansar o povão. O problema, como todos sabem, é que Ratinho Junior tem mão de pântano. Não faz nada e o que se presta a fazer estraga [como o caso do ferry boat]. Mas mesmo fazendo um governo ruim, é preciso que a população teça críticas ao seu governo ao cobrá-lo sem parar. Caso contrário, as coisas mantém-se ao status quo, um governo ruim mantido pelo Sistema, sem que ninguém conteste a sua incompetência e falta de qualidade.

Portanto, Ratinho Junior imobilizou os pilares do Sistema. Amansou os grupos de pressão ao fazer acordo com o Bolsonaro em 2022 para ser reeleito e ao Lula em 2026 pós-reeleição. Comprou a mídia com dinheiro público para que o povo não saiba as barbeiragens que esse governo está fazendo. Cooptou a religião [seus membros], ao fazer o “toma lá, dá cá”, ao dar emendas, cargos e secretarias em troca de apoio eleitoral. Dividiu as forças armadas, ao não dar aumento linear, fazendo tratamento diferente entre a classe, no clássico dividir pra conquistar. Criado pela justiça, o político-novo da nova-política conseguiu virar governador e em troca fez a assembleia aprovar o FUNCOR [fundo de combate à corrupção]. Além de tudo isso, por causa do apoio do Sistema, não possui cobrança popular, mesmo fazendo um péssimo governo, sendo mão de pântano: o que toca, estraga.

 

  Mas presta atenção: O Sistema Dá... Mas o Sistema também tira, caso não dance conforme a música.

 

 

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