Por: Júlio César Anjos
Ratinho
Junior faz um esforço inútil ao tentar enganar o povo paranaense de que ele é
um homem da lida, da terra, um verdadeiro paranaense filho do agro brasileiro.
O problema é que o povo não está caindo nesta farsa sem noção. Porque a
realidade se impõe perante a fantasia, em que a província do Paraná agoniza, enquanto
que a capital refastela-se sem parar. Ratinho Junior, para monopolizar o poder,
castiga o campo. Quebra as pernas dos prefeitos e depois, como se fosse um
homem benévolo, oferta muletas para os políticos do interior. E, além disso, o
povo, que até passa fome, só resta migrar e virar, neste mundão de meu Deus, o
tão conhecido VIP: Vim do Interior do Paraná.
Primeiro, o governo quebra
as pernas.
Deu
no blog do Esmael Morais [23/03/22].
Abram-se aspas.
Só
em 2022 o governo deixou de repassar R$
4,6 bilhões para os municípios
paranaenses. A renúncia impactou diretamente nos municípios, que não têm a
opção de opinar sobre esta política. O governo pratica a renúncia fiscal para
estimular a região metropolitana de Curitiba, mas quem paga a conta é Jardim
Alegre, Mandaguari, Borrazópolis, é o interior do Estado.
Fecham-se aspas.
Depois,
o governo oferece as muletas.
Deu no jornal portal do Paraná [22/03/22].
Abram-se aspas.
Esta terça-feira foi marcada por ações de
bondade do governador Ratinho Junior que
liberou R$ 450 milhões para obras em 284 municípios.
Fecham-se aspas.
Ou seja, Primeiro o governo Ratinho Junior
quebra as pernas das prefeituras que poderiam receber até 4,5 bilhões em tributos,
caso não houvesse a renúncia fiscal. E depois distribui muletas, com 90% do
valor defasado, na ordem de 450 milhões, como se tal ato fosse uma benevolência
do governador. E os prefeitos, com o pires na mão, ainda são humilhados ao
terem que fazer gesto de apoio a um governador que eles nem gostam de estar por
perto.
O que é preciso entender é que essas pequenas
cidades, que teriam uma fatia maior de recursos caso não houvesse a renúncia
fiscal na ordem de 4,5 bilhões de reais, usam os tributos para gerar
investimentos na região. Esses investimentos fazem toda uma dinâmica econômica
que serve para reter a população, a fim de impedir o fluxo de migração, diante
um decréscimo populacional.
Deste modo, o que acontece quando o dinheiro
para de circular e vai embora de uma região? A população também vai embora.
Causa a desertificação. Faz o que é chamado na geografia de “decréscimo
populacional”.
Menos gente em uma cidade significa menos
comércio ativo, menos consumo, menos contratação de empregados, menos
arrecadação de impostos, menos vida em uma região. Conceito básico de economia
sobre consumo de massa. Deste modo, a prefeitura do interior arrecada menos ISS
[imposto sobre serviço]
Menos gente ficando na cidade, menos venda
imobiliária, menos atrativos ficam os preços das construções e dos terrenos à
venda, menos caminhão fazendo mudança [e quando faz é para a pessoa sair da
cidade], menos atividade comercial, menos recolhimento de imposto e menos
arrecadação da cidade. Menos IPTU para recolher.
Neste
cenário, a cidade do interior tem dificuldade até mesmo para pagar a folha dos
seus servidores locais.
Isso
gera uma dinâmica perversa na economia das cidades do interior do Paraná. E
diante esta situação de empobrecimento geral, o que mais cresce nestas regiões?
Isso mesmo, MST, MTST e ativistas sobre questões sociais [sobre fome,
desemprego, favelização, além de outros problemas gerais]. Ao contrário do que se imagina de forma
preconceituosa e ignorante [no sentido de ignorar], o PT analisa e muito os
dados estatísticos fornecidos pelo IBGE. Por isso que o Requião usa do MST até
o seu boné.
Como
a cidade não consegue fazer o mínimo de investimento de circulação de economia
para pelo menos reter a sua própria população na sua região, esse retirante no
Paraná se autodenomina: VIP [Vim do Interior do Paraná]. Ou seja, o fluxo
migratório do campo para a cidade, empobrecendo o interior e enriquecendo a capital, faz
aumentar a quantidade de “VIPs” que deixam as suas raízes para se aventurar
mundo afora. Migração por questão de sobrevivência.
Quando
o Ratinho Junior faz renúncia fiscal, retirando recursos das cidades do
interior, para beneficiar Curitiba e Região, o que o governador está fazendo na
verdade é gerar VIP [Vim do Interior do Paraná] em uma quantidade escalar.
Ou
seja, a política burra deste governador medíocre serve para diminuir e
empobrecer o interior do Paraná. Resta saber se é de caso pensado ou não.
Mas
aí, pra defender o Rato, alguém dirá: “mas São Paulo também faz renúncia fiscal”.
O problema é que São Paulo gera um PIB de dois dígitos numa base de riqueza
gigantesca. Ou seja, perde em renúncia, mas ganha na sinergia que a pujança econômica
faz como um todo. O mesmo não acontece no governo do Paraná. É por isso que São
Paulo tem sucessivos acréscimos populacionais, enquanto que o Paraná tem decréscimo
[e quando tem sorte, tem estabilização].
Este
recurso que deveria ir para o interior, mas que o governador faz renúncia
fiscal, serviria para fazer uma espécie de “acupuntura econômica”, em que o próprio
município faria investimentos pontuais para manter um fluxo econômico sadio e
conseguir reter a população porque a cidade opera normalmente bem.
Deste
modo, o problema de quebrar as pernas dos governantes do interior ao retirar o
que lhes são de direito como os tributos que foram renunciados pelo estado, é
que a muleta dada pelo governo servirá somente para os prefeitos pagarem a
folha salarial da cidade, sendo que essa falta de investimento acarreta em uma desertificação
do interior.
Portanto,
o governo Ratinho Junior quebra as pernas dos políticos do interior por causa
da renúncia fiscal e depois oferta muletas, com um valor irrisório, como se tal
ação fosse um ato de benevolência. As cidades, ao ter os seus recursos represados
e inferiores aos que lhes são de direito, não conseguem investir nas suas
cidades. Com as cidades deteriorando-se ao passar do tempo pela falta de
investimentos, essas regiões perdem as suas populações diante fluxo migratório,
no qual os paranaenses que migram são chamados de VIP: Vim do Interior do Paraná.
A capital que não precisa, mas recebe investimento mesmo assim, fica cada vez
mais rica e atrativa. Já o interior, sem condição para manter-se em pé, perde a
sua população gradualmente ao passar do tempo. E diante o cenário, a indagação
é salutar: O Governador Ratinho Junior faz isso de caso pensado ou é somente um mau gestor? Fica a pergunta no ar.
O
governo da renúncia deve ter o governador renunciado na urna.
Fonte
Blog Esmael Morais:
https://www.esmaelmorais.com.br/ratinho-junior-tirou-dos-municipios-mais-de-r-5-bilhoes-em-repasses-em-2022-diz-lider-da-oposicao/
Fonte
Paraná Portal:
https://paranaportal.uol.com.br/sintonia-fina/governo-libera-r-450-milhoes-a-284-municipios
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