Por: Júlio César Anjos
Na
política, caso o player político queira existir, ele deve pelo menos estar
posicionado em um destes 3 fatores: 1) Na simbologia; 2) na Narrativa; 3) Na
Tecnocracia.
Deste
modo, o grupo político deve debater sobre qualquer coisa [narrativo], ou
defender alguma coisa [simbólico] ou construir alguma coisa [tecnocrata].
Destes
três, caso o player político busque algo grande como a presidência da
república, ele deve ter dois deles.
Pra
critério de exemplo, o PT tem os 3; o Bolsonaro tem 2; e o PSDB tem 1 [mas
poderia ter 2].
O PT, como todos sabem, é simbólico [simbólico
no sentido abstrato]. As pessoas são mais PT do que qualquer outra coisa.
Quando as pessoas olham o pentagrama, a estrela de cinco pontas vermelha, na
hora elas identificam e traduzem como sendo algo do PT. Este símbolo é
defendido pela esquerda e conhecido pela ampla maioria do povo brasileiro. O PT
também tem como símbolo o Lula [como símbolo humano real].
O
PT também está em debates e por isso também é narrativo. Este grupo será a
favor ao aborto, a favor de direito trabalhista e etc. Porém, o petista sempre
será mais PT do que defensor de pauta qualquer que seja. Caso seja necessário
sair de um tema de discussão para preservar o partido [símbolo], eles saem sem
problema algum. Portanto, entre o símbolo e o narrativo, eles defendem o símbolo.
O
PT também é tecnocrata. Só por causa do governo Lula nos anos 2000. Porém, tirando o Lula, os
governadores do PT fizeram governos catastróficos [como em Minas e Rio Grande
do Sul] e por isso foram apeados do poder. Dos 3 fatores, a tecnocracia é o
calcanhar de Aquiles do PT.
O
Ciro Gomes também tem os 3 quesitos. A primeira coisa que o João Santana fez -
acertadamente! – foi fortalecer o símbolo PDT para criar militância. Ciro Gomes
é narrativo porque até mesmo intima os concorrentes [principalmente o Sergio Moro]
para os debates [além de ter posicionamento firme sobre temas como
privatização, por exemplo]. E é tecnocrata porque disse que já fez muita coisa em
Quixadá e por isso fará melhorias ao Brasil, caso seja eleito presidente.
Já
o Bolsonaro é mais narrativo do que Simbólico, não sendo tecnocrata [porque é
incompetente].
Com
a lógica do Bannon-Olavo, a direita compreendeu que na política o político deve
estar em embate sobre qualquer coisa que seja. Até mesmo ser Antivacina porque
ocupa esses espaços contrários diante um falso consenso sanitário global. Este
grupo Será até mesmo antivacina, mas jamais deixará de se posicionar em
qualquer pauta que seja. Isso marca presença e gera existência na política em
geral. É o tal do: “vamos questionar tudo”, pois, não há consenso geral que não
possa ser contestado. Até mesmo o bolsonarismo confessa que na política há narrativas e não fatos
estabelecidos.
Já
na questão simbólica, o bolsonarismo sequestrou a bandeira nacional [que no
final das contas não é deles], e possuem o Bolsonaro como símbolo real. Se no petismo o PT vem antes do Lula
[núcleo-duro], no bolsonarismo, o Bolsonaro vem antes de tudo.
E
na questão tecnocrata, o Bolsonaro não tem o que mostrar. E é justamente neste
quesito que o Lula está superando o Bolsonaro neste momento da corrida
eleitoral. Bolsonaro tenta colocar o Tarcísio como o tecnocrata do seu governo,
mas a campanha será esvaziada porque não há o que mostrar.
Já
o PSDB é tecnocrata, sendo pouco simbólico e nada narrativo.
O
PSDB governa bem e traz resultado. Sobre eficiência de gestão, tem histórico de
grandes feitos como o Plano Real e agora e São Paulo, sob o governo do João Doria,
fazer o paulista crescer 5 vezes mais em PIB que o Brasil.
O
problema é que o PSDB nega o simbolismo partidário. Para ficar claro e
cristalino, basta ver essa comparação nesta imagem abaixo:
O PSDB caiu na armadilha do negacionismo do olavismo que queria derrubar as instituições como os partidos por considera-los como algo errado, e quem o defende é pueril, e que gostar do símbolo partidário era passível até mesmo de chacota. Já o PT manteve a defesa do simbolismo, não se importando com críticas.
E
uma coisa é certa: se o presidente do PSDB não exalta o partido com o seu
símbolo, não vai ser o público em geral, de maneira espontânea, que irá fazer.
Basta
ver na pesquisa Datafolha quem os brasileiros preferem: 28% para o PT e 2% para
o PSDB. Ou seja, defender símbolo partidário dá resultado eleitoral.
Além
disso, o PSDB não consegue também fazer um líder populista para chamar de
seu. Que nada mais é que um símbolo humano,
carnal.
É
justamente por causa do PSDB não construir símbolo [esconder o tucano e não
criar um líder populista] que o partido não tem militância. E aqui vai uma
dica: se não é possível criar um líder populista, o mais fácil a fazer é elevar
o símbolo do partido – como o João Santana fez no PDT.
E
quanto a questão da narrativa, aí mesmo que o PSDB não existe. Simplesmente
porque está fora de todos os debates.
E
sobre debate, é perfeitamente normal o PT defender a narrativa de ser
pró-vacina ocupando os espaços que dispõe na politica, o Bolsonarismo defender
a pauta antivacina e o PSDB, pelo João Doria, aplicar a vacina no braço e mesmo
assim não conseguir obter frutos com isto. O motivo? O PT é simbólico, o
Bolsonarismo é narrativo e o PSDB é tecnocrata. As pessoas irão preferir, por
causa dos sentimentos, o simbólico e o narrativo.
A
eleição de 2022 muito provavelmente será polarizada entre o simbólico [Lula-PT]
versus o narrativo [bolsonarismo]. O simbólico é superior ao narrativo. Então,
os eleitores já sabem o resultado.
Portanto,
esses são os 3 fatores de posicionamento político: narrativo, simbólico e
tecnocrata.
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