Por: Júlio César Anjos
Ao analisar o estudo das massas pelos grandes estudiosos na história, tal qual o Ortega y Gasset com o livro a Rebelião das Massas ou o Sergei Tchakhotine com o manuscrito: A Violação das Massas pela Propaganda Política, nos dois estudos se verá que o povo, ao juntar-se em massa, assemelha-se a uma criança sentimentalizada. A massa não é composta por aristocratas que sabem o que é a Proteína Spike. A massa é uma criança birrenta e mimada que precisa do pai e da mãe. Precisa desse tutor tanto para ser protegida quanto, o principal, ter a quem culpar. Diante tais circunstâncias, Doria se enquadra no segundo caso.
Na família, em muitas situações, o filho gosta mais do pai do que da mãe. A mãe é chata, toda hora pede para o filho vestir blusa, calçar sapato, comer vagem, tomar remédio, ir à escola e etc. Enquanto que o pai é legal porque dá mesada. Mesmo sabendo que o amor do zelo esteja na mãe, a falta de cuidado do pai significa “liberdade”, enquanto que a mãe, por amar o filho, faz restrições e isso a torna uma bruxa malvada.
Com a massa é a mesma coisa. Na visão do inconsciente coletivo das massas, o João Doria é aquele político “chato” que a cada 15 dias anuncia a chatice de novos cuidados com a pandemia, fazendo com que esse coletivo de pessoas, de forma errada, gere uma analogia do problema da pandemia com correlação ao governador de São Paulo. Note que o único governador, responsável, que faz essa forma de exposição de cuidados contra a pandemia é o João Doria e ninguém mais.
Mas aí alguém pergunta: Então como que em 2020 o Bruno Covas, que também versava por cuidados contra a pandemia, ganhou a eleição? Porque naquela época as pessoas estavam morrendo aos montes, com os hospitais lotados e o pânico era geral. Naquele instante, as pessoas não queriam mudança política e deram o voto de confiança em quem tinha maior zelo com a saúde pública. A massa é igual a uma criança que vê outras crianças ficando doentes e morrerem, e em pânico fica assustada, correndo para os braços da mãe. A mesma mãe que é chata, é também o abrigo natural da criança assustada.
Deste modo, há dois caminhos para o Doria reduzir a sua rejeição. A primeira é natural, a pandemia acaba, sendo que o próprio governador não precisa mais fazer restrições nem usar máscara ou fazer cuidados sanitários para reduzir o impacto da pandemia. As pessoas associam o fim da pandemia com o João Doria e o governador de São Paulo mantém-se vivo na disputa presidencial. E a segunda é fazer a gradação de afrouxamento de restrição.
Se optar pelo segundo caso, o Doria tem que acabar com aquela coletiva de imprensa no púlpito vestindo máscara. O governador de São Paulo deve substituir essa reunião por outra com os secretários do governo, todos numa mesa sem a máscara, mas com o Doria explicando que ele e toda a sua equipe já tomaram as vacinas e fizeram os testes rápidos [descartando o PCR (chato demais)], não necessitando mais estar de máscara nos encontros entre o governador e os secretários.
Note que os cuidados estão lá [dose de reforço e teste rápido], sendo que a chatice em ter que cobrar máscara e outras restrições foram substituídas pela vacina e o teste.
Em alguns casos psiquiátricos, o filho ter alguns problemas se dá por causa da toxicidade da mãe ao ter muito zelo ou ser muito ranheta, em que o psicólogo, ou o psiquiatra, recomenda que o tutor comece a fazer terapia ao invés da criança. Em muitos casos o problema está no responsável.
Levando a questão para o governador João Doria, restrição demais gera uma asfixia social que faz as pessoas rejeitarem o único político que está sendo responsável e indo ao enfrentamento da pandemia neste momento. Parece paradoxal, mas não é.
Continuando a analogia, o Bolsonaro foi o pai “legal” que dá mesada pro filhão [ao passear de Jet-Ski na praia, dar cloroquina pra Ema, entre outros]. Mas na ampla maioria dos casos, o pai que da mesada para o filho é aquele que vai comprar cigarro e não volta nunca mais porque não é responsável nem quer ter responsabilidade consigo. E as pessoas também sabem que o Bolsonaro as abandonou. O que é um problemão pelo aspecto político.
O João Doria, a partir de abril, começará a reduzir a impopularidade ao natural porque não será mais governador e não estará mais na linha de frente da pandemia, pedindo cuidados e fazendo restrições, sendo a mãe chata que toda hora avisa para o filho tomar o remédio, cujo filho toma o medicamento contrariado e irritado com a mãe.
Sobre a questão da eleição de 2022, como o Lula está jogando de sangue doce [descansado], se a pandemia continuar, o Bolsonaro não reverte o resultado de jeito nenhum. Ou seja, a partir de Abril a responsabilidade da pandemia, caso persista no país, ficará a cargo do Bolsonaro. E Bolsonaro não terá a quem culpar nem poderá fugir. Porque o Bolsonaro será ou o pai que vai comprar o cigarro e nunca mais volta ou será a mãe chata que faz chatice no qual a criança [a massa] não gosta e que fará birra sem parar [rejeição].
Uma
hora ou outra, a responsabilidade vem. Se eu fosse o Bolsonaro, aplicaria a
quarta dose já. Tic-Tac.
Obs: O carnaval em Abril manterá a pandemia em curso até o segundo semestre.
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