Por: Júlio César Anjos
Para
o leitor entender o que está pegando, é preciso explicar todo o contexto.
Houve
um acordo tácito entre os candidatos da 3ª via [expressão essa que os tucanos não
utilizam mais].
Um
acordo, rechaçado pelo ex-juiz da lava-jato, sugeria o Sergio Moro concorrer à
presidência pelo partido União Brasil, detentor do maior fundo eleitoral na
eleição de 2022. O União Brasil não se furtaria em disponibilizar 300 milhões
de fundo eleitoral para a campanha do Moro. Afinal, possuem quase 1 bilhão em
recurso público de campanha.
Sergio
Moro declinou e disse que permaneceria no Podemos.
O
problema é que o Podemos não tem fundo eleitoral nem estrutura – base,
capilaridade e organização.
Sergio Moro, então, garantiu
que chegaria a 15% nas pesquisas eleitorais até março de 2022. Caso não
chegasse, desistiria da campanha para concorrer a senador.
Num
cenário em que o Moro tem 15% e o Bolsonaro uns 21 nas pesquisas eleitorais, o
que caracteriza quase um empate técnico, neste sentido o União Brasil não
ligaria em entrar com a grana e o PSDB com a estrutura para o Moro passar o
Bolsonaro e vencer o Lula, e virar o presidente do Brasil.
Neste
caso, todo mundo ficaria feliz. Todo mundo ganharia.
O
PSDB, que é partido grande e tem uma estrutura gigantesca, fez pacto de não
agressão e Moro começou a campanha.
Só
que no meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho.
Já
faz 2 meses que o Moro lançou-se candidato a presidente e as pesquisas
eleitorais não captaram aumento algum. Ao contrário, há pesquisas captando
queda.
Então,
diante do fracasso, nada mais natural Moro cumprir o acordo, desistir da
candidatura para presidente e concorrer a senador, abrindo caminho para o PSDB
e União Brasil encararem Lula e Bolsonaro – por terem mais dinheiro e estrutura
[porque acordo é acordo].
Mas
aí, alguém dirá: “Ah, mas março de 2022 ainda não chegou”. Só o desespero em
submeter-se ao MBL já é uma confissão de que Moro não conseguirá chegar aos 15%
na data estipulada.
Deste
modo, Moro irá para a eleição de 2022 com um partido nanico [Podemos], um blog
sujo que não convence ninguém [O Antagonista], com movimentos que não colocam
ninguém na rua [MBL e Vem pra Rua], e, após abril de 2022, sendo massacrado por
todos os lados.
Se
o Moro terminar a eleição de 2022 com 3% já estará no lucro.
Portanto,
agora vocês conhecem o político ex-juiz que tem como bordão: “faça a coisa
certa sempre”.
Conselho
pra quem quer se aventurar na política: honrar a palavra e cumprir acordo é
tudo.
Obs:
Sergio Moro só tomará ataque de enxame [swarming] a partir de abril de 2022
[fechamento da janela de transferência partidária], quando não puder mais sair
do nanico Podemos.
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