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A Conspiração Lava-Jato

Por: Júlio César Anjos

 

“Aha uhu o Fachin é nosso”. Quanto mais se vê essa comemoração ao passar do tempo, mais se constata que o Teori Zavascki não foi vitima de acidente. E a pergunta que fica é: Quem matou Teori?

Tudo começou em 2013, quando a manifestação Passe Livre espalhou-se como um rastilho de pólvora para, no fim, virar um: “Fora Dilma” velado. A Dilma vence a eleição de 2014 e o sentimento latente contra o PT aumenta e começa a aflorar. A operação lava-jato, apoiando-se na muleta popular, prospera nos trabalhos. Mas aí o Teori Zavascki morre em um “acidente”, cujo ministro foi indicado pelo FHC e referendado pelo Lula, e, a partir deste instante, o Ministério Público Federal troca o alvo. Agora, o perseguido passa ser aquele partido que fazia oposição ao PT: o PSDB.

O Zavascki, no qual em nenhum momento os procuradores comemoraram: “Aha uhu o Teori é nosso”, era um ministro do STF litúrgico que seguia a linha da lei e da constituição em detrimento do populismo que queria caçar todos os políticos do Brasil. O ministro falecido faria o que lhe cabia na operação lava-jato: pegar somente os corruptos que fizeram corrupção na Petrobras. Dentre os alvejados, citam-se os partidos: PT, PMDB e PP, com o Lula sendo considerado o culpado por ter deixado correr solto esse malgrado corruptivo. Tudo que estivesse fora desta regra não faria parte da lava-jato [que deveria se chamar Petrolão], para não macular a operação. Nesta lógica em questão, o PSDB não seria acossado.

Mas aí o desastre acontece. Zavascki morre, o alcoólatra do Janot começa a mirar somente nos tucanos [segunda lista do Janot] e Dallagnol apaga o Twitter no qual afirmava a verdade e o óbvio: que o PSDB não fazia parte da lava-jato porque não tinha como cometer corrupção na Petrobras por não ter operador e por ser oposição. Agora, os tucanos eram acossados nas instâncias inferiores nos Estados da Federação. Essa brincadeira resultou no Azambuja e Beto Richa presos 20 dias antes da eleição de 2018. Note que ninguém foi preso faltando 20 dias para o pleito a não ser os tucanos. Até mesmo o candidato a presidente pelo PSDB, o Geraldo Alckmin, cujo tem uma reputação ilibada por ter vida limpa, foi atacado com empurração de inquérito aloprado para maculá-lo na corrida eleitoral de 2018.

Enquanto a lava-jato perseguia tucanos e o povo rejeitava o PT nas ruas, o vácuo político virou um ambiente frutífero para populista ganhar terreno. Bolsonaro surfou na onda do antipetismo, mesmo não sendo antipetista [votava sempre junto com o PT na câmara], e da lava-jato, mesmo não sendo lava-jatista [enterrou a operação no seu mandato], para conseguir o intento, junto com o apoio dos militares, ao virar presidente do Brasil. As eleições de 2018 acabam, e o Ministério Público resolve mostrar a verdade: Bolsonaro é mais sujo que pau de galinheiro, envolvido com milícias e de fazer parte do esquema corrupto chamado de “rachadinha”, o que fez o brasileiro, no fim, caçar corruptos no mesmo tempo que elegia um. O “xô, corrupção” do PT de 2002 deu lugar ao: “me chama de corrupto, porra” do capitão.

Além disso, o problema da lava-jato deteriorar a politica não está ligado somente nesta contradição em perseguir ladrão político ao passo que elegia corrupto ao mesmo tempo, houve também uma saturação na qualidade do político, que, ao pegar carona na popularidade do lava-jatismo, conseguiu amealhar a cadeira legislativa do congresso nacional. Se a expectativa era fazer a limpa na política nacional para que as pessoas competentes e honestas ocupassem o espaço legislativo, a realidade mostrou-se diferente, em que só quem se beneficiou com essa caça às bruxas da lava-jato foi o político incompetente, medíocre e de caráter questionável. Em miúdos, ao invés de ocupar espaço politico pessoas com caráter ilibado como a “liga das freiras católicas”, quem tomou esse posto no congresso foram personagens como o Nelson Barbudo, Boca Aberta, Sargento Fahur, Bibo Nunes dentre tantas outras caricaturas nefastas desta nova fauna política nacional.

Com a implosão imposta pelo açodamento da operação lava-jato em querer destruir os tucanos, se a partir de 2015 o povo ia para as ruas com a muleta moral contra a corrupção, fazendo com que somente uns 20 a 30% de petistas votassem em político corrupto de estimação, com os erros da lava-jato, seja premeditado ou não, esse percentual aumentou, ao gerar uma polarização em 2022 vinculada entre dois corruptos, o que faz quase 60% da população votar em político corrupto de estimação. A lava-jato, ao perseguir tucanos, dobrou a meta. Agora, mais da metade dos brasileiros ou votam em lula ou votam em Bolsonaro.

Deste modo, se a operação lava-jato implode o PSDB, o melhor partido do Brasil, é óbvio que quem substitui não chega nem perto de ser semelhante aos tucanos por serem medíocres, tornando a política ruim por fazer a justiça agir de forma tolamente errada, fazer o errado e continuar no erro mesmo assim, ao destruir a política por dinamitar quem nem mesmo fazia parte da operação lava-jato.

Por fim, indo direto ao ponto: a operação lava-jato fez mais mal do que bem para o Brasil tanto no quesito combate á corrupção quanto na esfera política. Na questão da justiça, houve tanto erro e imprudência nos autos que qualquer ser minimamente esclarecido compreenderá que a República de Curitiba passou dos limites. Na questão política foi pior ainda, dobrou a meta na condição do povo eleger politico corrupto populista de estimação com a polarização em 2022 entre Lula e Bolsonaro, além de gerar uma fauna política de qualidade sofrível no congresso nacional.

E uma coisa é certa: se o Zavascki não tivesse sido suicidado, não haveria um “Aha uhu o Fachin é nosso”, porém o PSDB, o melhor partido do Brasil, não teria encolhido porque não seria perseguido, e a operação lava-jato, sendo bem conduzida, não teria esse triste fim.

A operação lava-jato acabou. Não deixará lembranças no povo brasileiro, pois, basta compreender que em 2022 a pauta da corrupção não será posta à mesa. Diante esse triste fim, só resta constatar: foi tarde.

 

Quem matou Teori Zavascki [Façam suas apostas]:

a)        Lava-Jato [aha uhu, o Fachin (do MST) é nosso];

b)        Militares, para dinamitar “comunistas” [traduza: tucanos] e abrir caminho para o miliciano;

c)         Lula e PT, sendo o Lula o chefe da ORCRIM e o PT o nome da Quadrilha;

d)        PMDB porque iria estourar mais ainda no partido corrupto desde quando era biônico da ditadura;

e)        Foi acidente [uma morte muito conveniente para os atores das quatro alternativas anteriores, por sinal].

   

Obs1: O Sérgio Moro não é lava-jato (este é juiz de primeira instância; aquela é uma conspiração) assim como o PSDB também não é lava-jato (O PSDB não tinha operador para fazer corrupção na Petrobras). Confundir essas coisas é burrice ou má-fé.    

Obs2:O Fachin (do boné do MST) devolveu os direitos políticos do Lula. O Fachin é deles, é da lava-jato. Só pra constar. 

 




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