Por: Júlio César Anjos
Eu
sou favorável à PEC da Imunidade porque fui eu quem primeiro sugeriu uma terceira via no cometimento de crime do
Daniel Silveira, como o embasamento contido no texto: “Extremismo: Questão de
manicômio”.
No
caso Daniel Silveira, só havia duas soluções: Mantê-lo livre para continuar a
cometer crimes; ou ser preso junto com bandido que comete latrocínio só porque
falou loucura. Não havia, até ali, uma terceira via.
A
diferença é que no meu caso, a minha sugestão de terceira via era o manicômio
[com a criação de uma junta médica psiquiátrica legislativa] para que o
ministro do STF o enquadrasse como louco. Já a câmara dos deputados optou em
fazer uma cadeia legislativa.
Lógico
que este projeto de emenda constitucional, apresentado pelo Deputado Federal
Sabino do PSDB do Pará, será modificado. E deve ser modificado porque é assim
que funciona um legislativo sadio.
Há
debates entre convergências e divergências em vários pontos e a síntese fará o
projeto ser sancionado diante certo tipo de consenso entre os legisladores [não
confunda consenso com unanimidade].
Essa
é a regra do jogo.
É
obvio que a extrema-direita de baixo-clero, como a protagonizada pelo Kim
Kataguiri, irá espernear e criar apelido de “PEC DA IMPUNIDADE”.
Mas
o que o legislativo está fazendo é estabelecer uma regra em que o legislador
deve ser sim punido em caso de cometimento de irregularidade, mas outras
esferas de poder, como STF e Executivo Federal, não tenham prerrogativa para
atentar contra o legislativo. O que é óbvio.
Até
porque o legislativo não tem poder para barrar arroubos do presidente nem
aprovar ou reprovar reajuste de salário do judiciário, por exemplo. Ou seja, cada
poder no seu lugar.
O
que o leitor tem que entender é que o baixo-clero sempre irá querer a bagunça. Para
o Kim Kataguiri, a melhor coisa é deixar tudo como está. A bagunça gera discussões
inúteis, brigas sem propósitos e um engessamento legislativo preso somente em
questões ideológicas, com querelas torpes e inúteis. Dá like e engajamento nas
mídias sociais.
Mas
aí, acreditando em político ideológico-extremista, alguém dirá: “mas se ficar
no controle do legislativo, tudo poderá piorar”.
Se
o conselho de ética, junto com as comissões, não trabalhar para prender legislador
no cárcere legislativo, após este cometer crimes, aí a pressão deve vir do
povo, deve haver pressão popular. Neste caso Kim Kataguiri crescerá; assim como
cresceu o Jair Bolsonaro ao gerar os mesmos populismos no passado.
Há
uma escolha e um cálculo político para tudo.
O
que pode ser até um trunfo para setores ideológicos extremistas, pois, esta condição
que parece favorecer o legislativo poderá gerar mais imunidades e “tranquilidade”
para o politico cometer crime, o que faz a vida do extremista ficar mais fácil
para pressionar os “políticos corruptos”.
Portanto,
essa PEC de imunidade parlamentar dá uma terceira via diante arroubos de um
Daniel Silveira que não pode - bem verdade - ser preso junto com bandidos que
cometem latrocínio; porém, não dá para deixá-lo livre e solto ao cometer
arroubos institucionais.
Gostei
do projeto e parabéns ao Deputado Federal Sabino do PSDB do Pará.
Os tucanos sempre salvando o Brasil.
.***
Agora,
há uma briga também pela estética da prisão legislativa.
Esse
cárcere deve ser feio, acinzentado, sem janela que pegue luz, e que seja
vigiado 24 horas por dia. E se possível, a câmera de segurança aberta para que
o povo veja esse deputado ou senador preso como um bandido, como de fato é.
Eu
queria a estética do manicômio. O congresso está dando a estética de prisão.
Então que prisão seja. Que a prisão seja parecida com a de Bangu ou qualquer
outra que seja estoque de pobre, como tem Brasil afora.
Nada
se prisão com cama king size e home theater. A prisão tem que ser com cama de
cimento e parede com pintura descascada. E que esse político fique batendo a
caneca na grade para ser atendido.
Isso
aí dá pra lutar também.
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