Sobre o Aumento da Quantidade de Armas no Brasil
Por: Júlio César Anjos
O
Saca-Trapo Bolsonaro acaba de assinar um decreto que flexibiliza compra e
uso de armas no Brasil. Ou seja, tal artifício faz com que se aumente a
circulação de armas sem registro no Brasil - tanto armas legais quanto
clandestinas.
Para critério de exemplo, a milícia, para existir, tem que estar bem no meio dos pontos equidistantes entre o Comando Vermelho, que controla tráfico de drogas, e a Polícia Militar, que é o aparelho de repressão do Estado.
Quanto mais o Comando Vermelho se fortalece e a polícia Militar se enfraquece, mais fácil uma milícia consegue se instalar em uma região [com apoio até mesmo popular]. Portanto, para a milícia existir, ela tem que facilitar o acesso às armas também para os traficantes de drogas. Sem isso, o jogo acaba.
A milícia precisa gerar o caos. Porque, por obviedade, se o tráfico é fraco e o aparelho de segurança do Estado é eficiente, não há conflitos nem medos incutidos na sociedade e, com isso, não há necessidade de milícias, pois, o estado consegue servir e proteger. Ou seja, há de se fazer uma demanda diante a quantidade de armas para que exista essa emulação do jogo da questão de [in]segurança e caos.
Só que uma coisa que o exército tem que entender é que não são somente esses os players interessados nessa composição de aumento de armas. A criação de grupos revolucionários políticos armados, com financiamento internacional, também gostam deste cenário descontrolado de fácil movimentação de armas.
Grupos revolucionários, grupos extremistas de movimentos separatistas, grupos terroristas, além de grupos de interesses, que vão desde quadrilhas sofisticadas de grandes roubos até grileiros, estão interessados na situação cada vez mais fácil de obter armas sem registro no Brasil.
E o mais engraçado é que esses grupos nem precisam comprar armas, pois, poderiam roubar arsenais guardados em contêineres específicos, o que faria tais grupos terem fácil acesso às armas de fogo para os seus quadros.
Com a facilidade de obtenção de armas, seria fácil gerar Marighelas que tentariam tomar o poder, só que com o verniz de que estariam lutando contra a opressão do Estado.
Além disso, muita gente compara os EUA com o Brasil, ao defender a livre circulação de armas no país. O problema é que as Forças Armadas dos EUA controlam o mundo, fazem guerra de guerrilha no globo terrestre inteiro e têm investimento, treinamento, expertise e capacidade para reprimir desde traficante até miliciano que queira atuar no próprio país em caso de caos. O mesmo não acontece no Brasil, pois, as forças armadas brasileiras são milícias melhoradas [ou seriam pioradas?].
Nos EUA têm traficantes e milicianos. Mas quando o aparato estatal diz para parar a brincadeira, a brincadeira cessa. O mesmo não aconteceria no Brasil, pois, tanto a policia militar dos Estados quanto as forças Armadas brasileiras não possuem tal vigor. Se o leitor não acredita nisso, basta lembrar que em 2006 o PCC fez lockdown em São Paulo. Onde estava o exército numa hora dessas?
Em um cenário em que nem o exército consegue controlar as armas no Brasil, grupos revolucionários e/ou terroristas, ao querer tomar o poder à força, poderão muito bem rastrear essas armas e roubá-las porque possuem informantes justamente para fazer isso.
E de onde foi tirado isso? No comportamento da instauração das ditaduras africanas. As ditaduras africanas conseguiram se instaurar justamente num cenário de facilidade de obtenção de armas – seja pela compra ou pelo roubo.
Por isso que quando se fala em armas, não se pode ficar somente concentrado em “direito individual” como uma mera pauta liberal, pois, quando o calo aperta mesmo, liberal não aparece para trazer solução.
Deste modo, é por isso que o Saca-Trapo Bolsonaro é só um ex-presidente em atividade que não mede as consequências das suas ações porque acha que tem controle de tudo por estar envolto com milícias. Só que em situações de caos ninguém tem controle de nada. E aumento de armas de fogo é o primeiro item de uma lista para gerar caos.
Haverá maior quantidade de armas sem registro no Brasil. E a depender de vários fatores, pode ser que, ao invés de ficar lutando na rua para ver quem controla o tráfico [como o caso da luta entre Comando Vermelho e a Milícia], grupos [nacionais e internacionais] vendo a bagunça decidam controlar o jogo ao querer tomar à força o poder, para, aí sim, ter o controle de mercado de armas e drogas por meio de ditadura.
Portanto,
tomem cuidado com o que desejam.
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