Por: Júlio César Anjos
Se
o leitor fizer um teste básico sobre engajamento político, ao perguntar para a
maioria das pessoas onde estas guardaram o título de eleitor, a ampla maioria
não vai saber responder em que lugar colocou o documento, mostrando que o povo
não está nem aí para a política nacional.
O
eleitor não está nem aí para a política de uma forma geral. O votante só se
lembra de procurar o título de eleitor a 1 semana da eleição, sendo que a
maioria da justificativa para o TRE ao não comparecer na votação é que não
encontrou o documento de prontidão e não poderia fazer uma nova certidão à
tempo.
E
é por isso que o TSE quer fazer o título eleitoral ser um aplicativo de
e-título de eleitor no smartphone, para reduzir esse problema de esquecer o
documento.
Ou
seja, a maioria da população só procura o título de eleitor a uma semana da
eleição e quando não acha justifica-se dizendo que perdeu o título e não tinha
como fazer outro documento a tempo.
Além
disso, quem faz tempo que sempre vence a eleição no Brasil é o não-voto [a
totalidade das abstenções, brancos e nulos].
Deste
modo, no Brasil, o ano de dezembro pós-eleição é de completa ressaca. E em Janeiro
depende se o ano a começar é ímpar ou par.
Em
ano par ocorrem as eleições diretas no país. Então, é possível compreender que
valha a pena começar a se desgastar politicamente a partir de janeiro em ano
eleitoral. E desgasta-se mesmo sabendo que a eleição só começa a ter um início
de aquecimento em abril, após o fechamento da janela partidária.
Já
o mês de janeiro de ano ímpar a pegada, teoricamente, é muito diferente. Como
não há eleição à frente, esse período politicamente é de completa ressaca.
Vale
lembrar que neste mês de janeiro de 2021 as pessoas estão furando a quarentena
ao arriscarem-se morrerem coletivamente de Coronavirus porque é preferível
correr o risco de vida para ter esse período momentâneo de lazer.
É
por isso que janeiro, politicamente, é um mês morto.
E
justamente neste mês de janeiro [período de ressaca política] de 2021 [ano
ímpar, sem eleição direta à frente] que o Bolsonarismo continua a manter o
ativismo atuando com bots em mídias sociais, criando um período eleitoral conturbado
que não existe, tomando panelaço do povo e vendo até mesmo as esquerdas chamando
a massa para irem às ruas pelo impeachment do “mito”.
Existe
época certa e errada para fazer política. E o leitor já entendeu que o mês de
janeiro não é propicio para ativismo político em geral.
Obs: Bolsonaro tomando panelaço e o povo pedindo impeachment neste momento, é um fenômeno sem precedentes.
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