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Vacina: O Brasil não tem União

 

Por: Júlio César Anjos

 



A vacina é a discussão do momento, em que há um especialista em cada grupo de mídia social, o que mostra que o Brasil gosta de discutir a esmo qualquer debate que seja pulverizado pela elite para que vire distração para a massa em geral. Se for analisar pelos parâmetros reais, essa vacina ainda não existe na lógica de estar disponível e acessível para a população. Mas a impressão que se tem é que ela já está disponível no SUS e, com isso, deve-se discutir sobre toma-la ou não.

 

A polarização da vacina não dá tempo para descanso nem na pandemia. Enquanto Gabriela Prioli comenta sobre o “princípio do dano” causado do individuo ao coletivo em não tomar a vacina, Bolsonaro radicaliza e diz que ninguém vai tomar vacina e ponto final. Entre a Poliana Gabriela e o Bolsonaro genocida há uma coisa a compreender antes de tudo, ao não atropelar as prioridades: a fabricação.

 

E levando a discussão pela fabricação, dará para entender em que o ponto do Brasil está por esta falta de União.

 

A primeira coisa que se deve entender quanto uma vacina é a questão de escala. A escala é fundamental em vários fatores, que vão desde investir em capacidade instalada para suprir a demanda até a equidade de distribuição entre os usuários e, além desses dois itens, a questão de redução de preço unitário de desembolso para comprar esta produção.

 

Se o Brasil tem União, o governo federal garante a compra da vacina para todos os Brasileiros, o Butatan aumenta a capacidade instalada para produção, o exército cuida da logística para entregar a vacina para o SUS no Brasil todo e em pouco tempo todos terão disponibilidade até mesmo para escolher se vacinar ou não; sendo que a campanha e a disponibilidade para a vacinação deve ser obrigatória porque é questão de defesa sanitária nacional.

 

A partir do momento que o Brasil não tem União, em que o governo federal não compra a vacina, a lógica muda um pouco.

 

A primeira coisa que se destaca na questão da vacina do Butantan é que, não importa o que aconteça, o paulista está assegurado porque o acordo já está firmado para ser fabricado em São Paulo e com isso garante no Estado a total vacinação. O primeiro da fila será o Paulista a ter benefício da antecipação em erradicar a pandemia.

 

 E mantendo esta lógica de cada um por si e Deus por todos na questão de cada Estado comprar a vacina, o preço unitário desta vacina subirá vertiginosamente para outros Estados da federação. Como o Butantan não aumentou capacidade instalada porque a União não comprou antecipadamente a vacina, a capacidade de produção do Butantan ficaria reduzida, atendendo uma parcela reduzida de consumidor em um dado período de tempo.

 

Com a fabricação reduzida, o Estado que quiser celeridade em antecipar compra de vacina terá que ou comprar via importação salgada [numa paridade real/dólar de 5 para 1] ou ganhar o leilão para ter o produto via butantan de forma prioritária.  Ou seja, quem quiser ter primazia pela vacina terá que pagar mais caro por esta antecipação.

 

Não bastando a tudo isso, ainda a ANVISA trabalha para dificultar a entrada dos insumos para a produção da vacina. E adivinhe o que isso faz no preço final do produto? Sim, isso encarece ainda mais a vacina por causa de barreira não tarifária vinda da própria instituição de vigilância sanitária que deveria estar ajudando neste processo de erradicação de pandemia. Aliás, os insumos da vacina Coronavac e da Oxford e até mesma AstraZeneca são as mesmas porque atacam o mesmo problema: o coronavírus. Sacou?

 

Ao manter essa lógica perversa do genocida psicopata em curso, de atrapalhar a compra e produção da vacina, o Brasil correrá o risco de ter uma vacina cara, com demora em distribuição, com uma pandemia demorando mais tempo que em outras regiões do mundo.  

 

Enfim, é certo que a soma de aglomeração [cidades densas] mais estação fria do ano [outono e inverno] gera aumento de casos e de mortes de Coronavírus. É crível entender que a segunda onda chegará ao mês de março no Brasil. Sendo assim, o Brasil verá até que ponto a loucura de um psicopata seja permissiva ao ponto de manter o genocida fazer atitudes MERCADOLÓGICAS que impedem o pronto acesso dos usuários, no SUS, da vacina que acabará com a pandemia no Brasil, por puro capricho de vaidade e de cunho ideológico.

 

Falta união dos brasileiros para dar um basta em Bolsonaro e uma União que entenda que o Brasil é um só.

 

 

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