Por: Júlio César Anjos
Era
uma vez um reino chamado Banania. Este território nunca foi imperialista tampouco
importante em conquistas globais. Sempre se encontrava isolado e restrito. O
seu povoado, embora sem muitas condições materiais que os mantivessem
confortáveis, ao menos tinham um tratado de paz de convívio entre os seus
cidadãos. Mas tudo isso mudou quando houve a sucessão da coroa, cujo Rei
tornou-se Riaj.
Riaj
inicia um governo ruim e começa a ficar impopular mediante satisfação dos
viventes da região. O Sistema Papado Romano dá uma facada no imperador, ao
passo que se começa, num período bem próximo, uma pandemia para castigar toda a
civilização.
Riaj
apela para a feitiçaria. E após criar uma poção que se ativa após falar
palavrão, toda aquela população fica a mercê das ações da tirania desde então.
Com
o caminho aberto pela feitiçaria, os senhores feudais, suseranos, e o clero
resolvem trabalhar a serviço do imperador:
O Feiticeiro: em
seu bangalô, cria uma poção que se ativa mediante palavrão. Falou palavrão,
imediatamente o povão aceita de prontidão o que o imperador assim o quer.
Povogado: é
o povo que, após ser enfeitiçado pela poção mágica do insulto e palavrão, vira gado
do senhor. É uma parte significativa da população do povoado.
Censor de Ofício: é
o agente, a serviço do rei, que faz todas as pequenas corporações de ofício desaparecer
para dar mais forças aos ofícios dos amigos do tirano: o burguês.
Joana D’Arc Templária: é
a agente que faz todos os fidalgos irem para a prisão a pedido do rei, caso não
se alinhem ao imperador.
Batedor Incendiário: toda
a floresta é queimada para que o rei possa repartir as terras para os seus
escolhidos, não se importando com a mata e os animais.
Sucessor da Coroa: é
aquele braço-direito do rei, mas que a qualquer momento está disposto a tomar a
coroa do imperador.
Ancião Carrasco: sábio
longevo que manipula as mentes da guarda da coroa para estimular ataques a condados
desalinhados ao rei.
Curandeiro Vassalo: único
que pode desfazer o feitiço jogado no povogado pelo feiticeiro. Mas não espalha
o antídoto porque se beneficia das benesses do tirano.
Inquisidor-mor: incumbido
de perseguir desafetos do rei, o inquisidor rebelou-se contra o tirano. O
inquisidor foi o único que roubou o antídoto da poção que enfeitiça todo o povo
mediante palavrão. Mas o inquisidor foi banido do reino antes de conseguir
espalhar o antidoto para todos.
Guarda-mor do rei:
grupo armado disposto a tudo para manter o rei no poder.
Riaj: rei
louco que não faz nada contra a pandemia e se aproveita do momento de incerteza
do problema de saúde de toda a população para tiranizar ainda mais o próprio
povoado.
***
Agora,
já imaginou se esse conto ficcional do Reino da Banania fosse real? Veja que
interessante se for adaptado ao Brasil nos dias atuais:
Paulo Guedes –
Ministro da Economia: “Nós vamos ganhar dinheiro usando recursos públicos pra
salvar grandes companhias. Agora, nós vamos perder dinheiro salvando empresas
pequenininhas". Censor de Ofício.
Weintraub –
Ministro da Educação: “Eu, por mim, colocava todos esses vagabundos na cadeia,
começando pelo STF”. Bangalô de Feiticeiro.
Apoiadores de Bolsonaro: “Vamos
às ruas para mostrar que essa pandemia é tudo conspiração globalista”. Povogado.
Damares - Ministra
dos Direitos Humanos: “vamos pedir inclusive a prisão de governadores e
prefeitos. [...] Nosso ministério vai começar a pegar pesado com governadores e
prefeitos". D’Arc Templária.
Salles –
Ministro do Meio Ambiente: "ir passando a boiada e mudando todo o
regramento e simplificando normas. [...] Agora é hora de unir esforços pra dar
de baciada a simplificação, é de regulatório que nós precisamos, em todos os
aspectos." Batedor Incendiário.
Mourão –
vice-presidente da República: “Está tudo sob controle. Só não sabemos de quem”.
Sucessor da Coroa.
Olavo de Carvalho –
Astrólogo: “Se governadores e juízes ditadores e comunolarápios forem
condenados à prisão, O POVO INTEIRO irá às ruas ajudar a prendê-los”. Ancião Carrasco.
Mandetta – Ex-Ministro
da Saúde: “E a ideia que eles tinham era de alterar a bula do medicamento [hidroxicloroquina]
na ANVISA, colocando na bula indicação para covid-19”. Curandeiro
Vassalo.
Sergio Moro –
Ex-ministro da Justiça: “Não sou mentiroso”. Inquisidor-mor.
General Heleno: “por
que não te calas, FHC?”. Guarda-mor do
reino de Banania.
Jair: “É
só uma gripezinha”. Rei Riaj.
UFA, AINDA BEM QUE ISSO TUDO É FICÇÃO.
Porque
o Brasil está passando tranquilamente por esta atribulação da pandemia. Tudo na
paz, sem gente louca indo na rua fazer aglomeração para gerar ainda mais
números de infectados pelo Coronavírus.
Brasil
não tem a ver com essa ficção chamado de Reino da Banania.
E
quanto ao vídeo da reunião ministerial do presidente de 22 de Abril de 2020, todos
os brasileiros viram que não há palavrão na película. Porque se tivesse
palavrão, o povo ficaria horrorizado com tamanha baixeza. Caso contrário, ao
não ficar escandalizado, aí, então, poder-se-ia teorizar que o palavrão ativa o
feitiço.
Mas
não há palavrão porque no governo Bolsonaro aplica-se a alta cultura.
Banania: O Reino de Júlio César Anjos está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível em https://efeitoorloff.blogspot.com.
Comentários
Postar um comentário
Comente aqui: