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Um Orçamento para o Fascismo

Por: Júlio César Anjos

Paulo Guedes já disse que irá salvar a indústria brasileira apesar dos industriários. E vive frequentando a FIESP [federação das indústrias], cujo local tem um pato amarelo como Deus.

O presidente da FIESP é Paulo Skaf, que não é um empresário de indústria, está mais para rentista e comerciante de galpões. Paulo Skaf será presidente do Aliança pelo Brasil de São Paulo, quando o partido estiver regularizado.

Aliança pelo Brasil, partido este de propriedade do Bolsonaro, cujo é um político muito alinhado com militares. Militar como o Deputado Estadual Castello Branco [que não é fascista, é neoliberal, mas confessou os planos de negociações pela mídia], em que, em um debate num canal local de São Paulo [COM Brasil], disse que Brasil e EUA estão a fazer um acordo multibilionário de negociação militar.

E negócio, como sabido, é de duplo sentido: compra e venda.

No campo da venda, em que o Brasil pode abrir investimento via BNDES para o empresário da FIESP poder exportar, além de desvalorizar a moeda pelo câmbio para tornar atrativa a negociação, neste quesito não tem muito problema a resolver. O problema está na barganha da compra via importação. Neste caso, o governo precisa de congresso para passar este “projeto” via parlamentar. É questão de orçamento.

Sendo questão de orçamento, o governo tem que convencer os parlamentares, diante do cobertor curto de problema de receita e falta de arrecadação suficiente [ainda mais agora com problema de Coronavírus], de que se deve tirar dinheiro de saúde, educação, ciência, cultura e etc., para alocar tal erário para esforço de investimento em força armada de cunho militar.


Só que não há guerra militar em curso, há uma guerra biológica por causa do Coronavírus, o Brasil tem outras prioridades, e certamente essa elevação de fatia do orçamento aventada para as forças armadas, pelo convencimento, não acontecerá agora no congresso nacional.

Os políticos não vão aceitar a lógica de o Brasil comprar artefatos de guerra só para empoeirá-los, gerando custo de armazenagem [que no meio contábil é chamado de CMV: custo da mercadoria vendida], já que há outras demandas importantes para resolver e equacionar.   

Sabendo disso, Bolsonaro, diante da justificativa que os “políticos corruptos” não deixam o ‘mito’ governar, o presidente tenta jogar o povo contra o congresso e STF para que tenha o parlamentarismo nas mãos para fazer chantagem por via popular, para aí sim fazer passar no congresso esse orçamento que aumenta a fatia para as forças armadas de forma salutar.

Só que a manifestação chamada pelo próprio presidente no dia 15 de março de 2020 fracassou, a quantidade de presentes foi diminuta, o que não faz o presidente ter poder pleno por meio plebiscitário.

Mas os milicianos fascistas ainda vão tentar gerar um orçamento para o seu projeto de poder. O rombo nos cofres públicos pode vir pelo caos de [falta de] segurança porque prisioneiros estão fugindo [sendo que os militares não estão trabalhando direito porque querem fazer esta bagunça], e por causa de uma lógica doutrinaria desenvolvimentista de Keynes: salvar as indústrias apesar dos industriários por movimentação do mercado da morte.

Busca de orçamento estrondoso para forças armadas, somado com o avanço do Major Olímpio – vulgo Dicró paulista – em achaque político contra governador, além de até mesmo motins de militares, tal composição deflagra-se de maneira trivial que tudo isso é movimentação para o Estado Miliciano Fascista tomar o poder total.
  
Portanto, caso houvesse grande quantidade de pessoas nas ruas no dia 15 de março de 2020, os fascistas estariam agora friccionando as mãos, todos contentes, porque comandos de alta patente militar poderiam ficar ricos, por controlar contratos bilionários, sem investir em capital – somente fazendo negócios em nome do Estado, ao gerar um Estado Miliciano Fascista. Paulo Skaf e os industriários poderiam entrar nesta festa por acordos políticos com a FIESP. Paulo Guedes cumpriria o que prometeu: salvar as indústrias apesar dos industriários. E Bolsonaro seria um czar porque o Brasil elegeu um novo déspota para chamar de seu. Mas aí veio o pibinho de 2019 e o Coronavírus fazendo estrago na dinâmica econômica global, o que entornou o caldo de vez.

Mas eles ainda vão querer achar algum lugar lícito para poder se financiar. É só aguardar e ver.

***


Eu não tenho problema com militar nenhum; o que eu não aceitarei é Bolsonaro como czar e o Rasputin do Olavo de Carvalho querer implantar uma ditadura militar no Brasil.

Tirando essas duas doenças fascistas, quem sabe até se aceite uma fatia orçamentária para esforço militar.



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