Por: Júlio César Anjos
Ativismo
político não se aprende na escola. É por isso que o blog: Efeito Orloff é da hora!
Arte suprematista adaptada |
Se
aprendesse na escola, aprender-se-ia que existe uma diferença gritante entre
estar envolvido ao estar oposição e ser comprometido por ser governo/situação.
Se
a estética nazista de Roberto Alvim tivesse sido feita antes da eleição, no
pico de popularidade do Bolsonaro, tal ação não daria problema para a direita,
pois, a oposição tem a capacidade de promover agitação e o recurso poderia ser
somente uma tática de provocação entre os agentes políticos. Até porque
Bolsonaro subiu ao poder com um slogan nazista: “Brasil acima de tudo, Deus
acima de todos” e isso não teve problema algum para o eleitor.
Contudo,
Bolsonaro agora é governo e as ações devem ser sérias porque está comprometido
ao ser presidente. Deste modo, fazer estética nazista foi catastrófico por
causa disso.
Que
sirva de lição que há diferença entre estar envolvido e ser comprometido
politicamente.
Além
disso, aprender-se-ia também que diplominha de RenovaBr é inútil porque não se
cria um líder e/ou ativista político ensinando em uma lousa. Política é práxis.
O diploma do ativista é a experiência em vida. É vivência. Infelizmente, essa é
a verdade salutar, pouco se aproveitará destes afofados que fizeram curso no
RenovaBr [lembrando que teve jovem que vestiu a máscara do Lula, provando ser
gado do verdadeiro líder político – Não vão mudar nada porque esperam de um
líder].
E
na democracia, se aprenderia que Socialista e Liberal são somente baixistas da
banda de metal. Não servem pra nada também. Porque a política é simples: quando estando na
oposição, o grupo opositor utiliza-se de todas as doutrinas possíveis contra o
seu adversário que está no governo; e quando governo/situação, o político no
executivo tem que potencializar a economia e distribuir a riqueza para os pobres
para continuar no poder. E no legislativo, o político tem que criar leis para
carimbar o legislador como produtivo eficiente/eficaz. Socialista e Liberal
estão mais para sentimento do que para doutrina.
Se
ativismo aprendesse na escola, aprenderia também que o político pode aprender a
debater, portar-se corretamente em sabatina, escrever, analisar, desenvolver e
roteirizar tudo direitinho e, mesmo assim, o povo votaria no seu opositor que é
totalmente despreparado em tudo porque o ser humano escolhe também por
sentimento [por isso que Lula, Bolsonaro, e até um chipanzé de terno pode
prosperar em uma eleição democrática majoritária].
Aprenderia
que política é a arte do possível. Porque, parafraseando Reinaldo Azevedo, só
se pode tudo em sistema totalitário. A mudança na democracia é gradual e lenta porque tem
uma coisa chamada oposição.
Aprenderia
que o Sistema persegue e preserva quem ele quer. Essa é a regra do jogo. Então,
se não for a hora de tal grupo político subir ao poder, não adianta forçar, não
será a hora porque o sistema impedirá. O Sistema existe e só tem medo do povo,
que é o que tem o verdadeiro poder na democracia e exige que tal grupo suba ao
poder.
Aprenderia
que um intelectual vale mais do que 1000 apoiadores passivos, que esperam ações
de terceiros para se mexerem. Aprenderia que intelectual não é Deus porque
também erra. Aprenderia que o líder ativista, que é célula ativa no processo, é
maior que o intelectual porque é a ação em cima da teoria. E aprenderia que
ativista político é maior até mesmo que o político em si.
Aprenderia
que ativismo político é um dom. Ou você tem ou não tem.
E
líder ativista político é aquele que bate o olho e já sabe, por antecipação, o
que está ocorrendo, por ter bagagem de conhecimento, e no mesmo instante começa
a agir.
O
ativismo político é caótico, vasto, e complexo e por isso não dá para fazer
apostila para ensinar em uma sala qualquer. O que dá para ensinar é a dita “ciência
política”. O que não é a mesma coisa.
E
aprenderia também que, embora os ativistas sejam ridiculamente ínfimos na
sociedade em quantidade, a maioria destes agentes está na política por vingança
e/ou ressentimento. Poucos estão por vocação, como no caso deste que vos
escreve.
E,
por fim, o grupo político tem que se posicionar e virar uma espécie de Noé. Se no
caso do homem de Deus fez-se uma arca à espera do advento do dilúvio, os grupos
políticos se posicionam à espera do advento do zeitgeist [espirito do tempo]
para subir ao poder.
Estou
de volta. Melhor do que nunca.
***
Semente da Esperança – Poema
Tucano:
Se não for possível o sabor
do fruto, que nos sobre o aroma da flor.
Se não pudermos contar com o
aroma da flor,
Que nos sobre pelo menos a
beleza do orvalho sobre a folha.
Mas se nem isso for
possível, então que nos fique o vigor,
Da multiplicação contida na
semente,
Assim como a esperança será
o nome deste partido que nasce hoje.
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Baseado no trabalho disponível em https://efeitoorloff.blogspot.com.
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