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Clímax é um Filme Preconceituoso

Por: Júlio César Anjos

A película Clímax, de Gaspard Noé, é tida por parte do meio cinematográfico como um filme cult. Ao ser feito com baixo orçamento e de forma improvisada, a produção do longa-metragem consegue prender o espectador com a sua exuberância das cenas de coreografias de dança, mesmo tendo características que se comparam a de um documentário. E Embora baseado levemente em fatos reais, a mensagem do evento não necessariamente é o mesmo recado que o diretor quer passar àqueles que consomem o entretenimento com observação aguçada, o que faz o filme não ser tão cult assim. É preciso, então, fazer a análise fílmica de Clímax para constatar que o filme é caracterizado infelizmente como sendo de caráter preconceituoso.

Há quatro significados inseridos em um filme ao se fazer análise fílmica, seja curta ou longa-metragem. São eles: Significado Referencial [Sinopse]; Significado Explícito [Literal e Visível]; Significado Implícito [Velado]; Significado Sintomático [Revelador]. Diante disso, serão usados estes quatro significados para analisar o filme Clímax, de Gaspard Noé.

Significado Referencial: Espaço confinado + jovem + droga = problemas. O filme clímax tem como sinopse uma história de um grupo de dança que ficou preso em um espaço confinado, durante a passagem de uma nevasca, mais precisamente em um galpão. E após usarem drogas dentro do estabelecimento, o grupo sofre coletivamente por causa do efeito de “bad trip” em que os entorpecentes criaram aos dançarinos, enquanto não eram socorridos por causa do mau tempo. Portanto, o referencial do filme é que um grupo de jovens ficou preso em um lugar, usou drogas e teve problemas.

Significado Explícito: os entorpecentes são janelas do caos. As drogas tiram as pessoas da razão a tal ponto que elas podem causar violência tanto física quanto verbal, culminando até mesmo em mortes. Alguém batiza a sangria com algum entorpecente forte, tal ato gera uma alucinação coletiva, em que as pessoas reagem de maneiras diferentes, até ocasionar vários atos sociais violentos. E o que era para ser um período de passatempo tranquilo, por causa da droga batizada, virou na verdade um inferno na Terra o problema de alucinação coletiva.

 Significado Implícito: A França passa por um momento de degradação social. Como plano de fundo, a película exibe os problemas sociais e morais da França de forma visceral [o galpão como espaço confinado representa o país]. É incesto [os dois irmãos dançarinos], linchamento [espancamento de um grupo contra um individuo], aborto [a moça careca chuta a barriga da outra moça grávida], infanticídio causado por abandono de incapaz [criança morre eletrocutada porque a mãe não cuida direito do filho], perversão sexual [lesbianismo e homossexualismo], drogas entorpecentes que degeneram os jovens, diálogos, embora improvisados pelos próprios dançarinos, totalmente politicamente incorretos, enfim, um espaço confinado cheio de vícios e atitudes vis. É uma alegoria da sociedade decadente em que se encontra a França hoje em dia, na visão do diretor do filme.

Significado Sintomático: Critica negativa ao multiculturalismo na França. Ao entender que o espaço confinado do galpão é a representação do país França, então há de destacar a etnia dos integrantes para compreender a crítica do diretor do filme. Veja os detalhes: O árabe muçulmano é exilado para a nevasca para morrer, pois, o grupo achou que ele tivera envenenado a sangria com algum entorpecente que criou todo o mal-estar às pessoas [a religião islâmica também é contra o multiculturalismo e por isso o religioso morreu no início do filme]; Os negros [provavelmente de origem africana] fizeram agressões contra outras pessoas. Por exemplos: a negra chutou a barrida da moça branca grávida, um grupo de negros espancou um rapaz branco e ainda desenhou a suástica na sua testa, a cena do incesto é praticado pelos dois irmãos negros; e a moça mais tarada da festa é a menina baixinha que deva ser provavelmente de origem eslava. Portanto, a migração desenfreada cria o choque de cultura do multiculturalismo, que cria todo esse caos na França.

Uma observação: A única pessoa que não foi afetada com furor físico com a sangria foi a moça grandalhona provavelmente eslava ou germânica. Como explicado no fim do filme, ela usa colírio com frequência e provavelmente algum principio ativo do remédio ocular cortou o efeito da sangria batizada pelo entorpecente. Isso também é simbólico, pois, basta ter acuidade visual para enxergar o que está acontecendo na França. E quanto a moça grandalhona ficar dançando sozinha, basta o migrante ficar na dele subserviente, reprimir-se por ser de fora, que nada acontecerá com essa pessoa. Ou seja, mesmo sendo alguém vindo de fora, basta não viver que não terá nenhum problema, seja com outros migrantes, seja com o nativo francês.

Deste modo, Clímax é um filme racista porque as agressões físicas partem dos negros; é xenófobo porque o multiculturalismo cria o caos diante das diferenças sociais; é sexista pelas falas dos dançarinos e por causa da imagem muito negativa que se faz quanto ao lesbianismo e ao homossexualismo; é chauvinista porque o filme parte da premissa que todo o problema da França se dá por causa das pessoas que vêm de fora. Ou seja, o diretor do filme Clímax colocou a culpa na sangria batizada com entorpecentes [culpou as drogas] para destilar todo o seu preconceito na película.

O filme em si também é muito ruim. Começa como um documentário em estilo, que prossegue em ação ao mudar para forma de dança, continua como filme de terror e termina com 10 minutos a câmera de ponta-cabeça e tudo lúgubre. E se no espaço confinado havia muito diferença de etnia e racial, quando apareceu o aparato da polícia para verificar o ocorrido, todos os policiais eram brancos [provavelmente o verdadeiro francês, pela cabeça do diretor]. Sintomático.

E o mais assustador: este filme foi assinado pela empresa VICE Media, uma espécie de revista eletrônica para o público jovem, o qual tem penetração em mais de 25 países, incluindo o Brasil.

Enfim, a mensagem do filme é simples: o multiculturalismo é muito bom para fazer uma coreografia de dança ou até mesmo ganhar uma copa do mundo [França campeã da copa do mundo cheia de africano no time], mas é uma organização social péssima para manter a paz em uma região. Multiculturalismo é o caos.

Portanto, Clímax de Gaspard Noé é preconceituoso. Não é cult.





Para entender como se interpreta um filme [canal EntrePlanos]: 





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