Por: Júlio César Anjos
O
tráfico de drogas no mundo está longe de acabar. Porque este comércio é
impulsionado pela demanda, não pela oferta, o usuário puxa o mercado [negro] de
consumo deste produto em questão. Se não
há como acabar com o comércio de drogas, o que resta então é saber como a
sociedade [você] e o Estado abordam esta conceituação.
Há,
com certeza, países que não possuem o menor pudor e fazem das drogas item até
de exportação. Mas a ampla maioria dos países do globo, ao menos, possui o
pudor de fingir que o comércio de tráfico de drogas nas suas limítrofes não
existe. E um dos países que omitem esta realidade é o Brasil, óbvio.
Quanto
à sociedade [você], a menos que o individuo seja adepto a minoria extremista
da direita ANCAP [Anarcocapitalista], a maioria da população é contra a
liberação, por exemplo, de pedra de crack em gôndola de supermercado. Ou
pacotinho de cocaína ao lado das balas no caixa do mercado. Até esteticamente isso
é bizarro.
Porém,
é a sociedade que(m) determina como o Estado irá abordar, hipocritamente, esse comércio existente, porém clandestino, de venda de drogas.
É
neste aspecto que surge, então, a diferença de abordagem no Brasil, a depender
do viés ideológico em execução, que irá galgar para uma das duas direções: para
a extrema-esquerda [PCC] ou extrema-direita [Milícia].
Na
extrema-esquerda que gera o PCC, o Estado é incompetente para combater o tráfico
de drogas. A lógica de governabilidade é fazer a segurança ficar em segundo
plano. Sucateamento do aparato estatal, redução de orçamento para a pasta, além
de depreciação dos equipamentos para os agentes de segurança [os policiais] são
ações feitas de propósito para que o tráfico de drogas fique de fora do Estado,
mas prospere por não ser importunado pelos policiais que não possuem a mínima condição
de fazer o seu trabalho direito.
A
alegação da extrema-esquerda no poder é se defender moralmente diante da
opinião pública pela justificativa de que não há como combater as quadrilhas
que dia após dia estão cada vez maiores por terem “inteligência e articulação”.
É por isso que o PCC cresceu exponencialmente com o PT [Partido dos trabalhadores]
no poder, nesses últimos 16 anos de governo petista.
Então,
a extrema-esquerda não investe em segurança para que as quadrilhas fiquem
grandes e fortes, com os políticos esquerdistas, de caso pensado, alegando que
nada se pode fazer para combater o crime organizado. A omissão, de propósito,
cria grande facção.
Já
a extrema-direita surge, no Brasil, como reação popular ao momento de
descontrole da violência ocasionada pela extrema-esquerda, que deixa grupos
terroristas de tráfico de drogas prosperarem no mercado clandestino. As milícias
começam a operar. E não é preciso dizer que nesta última eleição presidencial,
os milicianos conseguiram obter condições favoráveis para orbitar livremente no
poder.
Na
extrema-direita que gera milícia, o Estado é competente para combater o tráfico
de drogas [consegue desmembrar todas as facções]. Neste momento, a segurança
fica em primeiro plano. Investimento no aparato estatal, aumento de orçamento para
a pasta, além de compra de equipamentos novos para os agentes de segurança [os
policiais] são metas de governo cruciais para o Estado desarticular as grandes
facções criminosas de tráfico de drogas como PCC e afins.
Só
que, como sabido, o mercado das drogas é puxado pela demanda e não empurrado
pela oferta, com isso, o mercado além de ter uma clientela fixa, é rentável
para quem controla essa atividade. Por isso que a milícia cresce o olho nesta
composição.
Então,
o que o Estado com a extrema-direita no poder faz na verdade é acabar com as
grandes facções que possuem até nome-fantasia [PCC, CV e etc.] ao dissolverem esse
mercado em pequenas células controladas por milícias para apenas tomar o lugar
que antes eram dos traficantes de drogas.
Ou
seja, o tráfico de drogas só muda de mão.
O
problema é que o povo vai vendo, conforme vai passando o tempo, que o que a
extrema-direita fez, na verdade, foi colocar o tráfico em associação com o Estado
por causa dos milicianos. É aquela [con]fusão entre Estado e tráfico de drogas.
Até
porque, em qualquer festa de burguês, mesmo em era de caça às bruxas ao tráfico
gerado pela era fascista de extrema-direita, a confraternização terá drogas
ilegais sendo consumidas como se não houvesse controle de circulação.
Isso
faz com que o aparato estatal comece a mostrar o teor fascista por causa da sua
ação de coibir o crescimento de facções de tráfico de um lado, e de outro
controlar o movimento do tráfico sob a supervisão da milícia.
A
partir do momento que o tempo vai passando, o desgaste do governo de
extrema-direita vai crescendo, além dos abusos praticados justamente por
aqueles que deveriam servir e proteger a população vão aumentando, tal condição
faz com que o circulo se mova novamente e a extrema-esquerda passe a alegar “direitos humanos” e a reivindicar o
retorno ao poder.
E
a roda gira de novo, com a segurança ficando em segundo plano, e as facções
crescendo outra vez.
Com
esse mecanismo, o tráfico de drogas não acaba, só muda de forma. Com a
extrema-esquerda, o Estado é sucateado e as facções como PCC engrandecem. Essas
facções passam do limite, a violência e os crimes ficam insuportáveis por saírem
do controle, e o povo pede reação. A reação vem com a extrema-direita dizendo
que vai resolver a situação. E resolve. De forma artificial, é claro. Porque a milícia
começa controlar o tráfico e, ao ter poder supremo - confundindo o agir como
agente do Estado e manter o fluxo por controlar o movimento de tráfico -, essa
composição cria uma formação fascistoide e da fusão tráfico de drogas e as milícias.
A extrema-direita se desgasta e a extrema-esquerda volta ao poder. E o ciclo se
repete.
Esse
é o verdadeiro mecanismo.
A solução? É simples: basta investir em
segurança para desarticular quadrilhas de tráfico de drogas, mas evitando que a
milícia tome o controle do tráfico ou chegue ao poder. Isso é comum em qualquer
país do mundo. Mas o Brasil não é um país comum. O Brasil é o país que o poder
é trocado, de tempo em tempo, entre Milícia e PCC.
O Verdadeiro Mecanismo: Milícia x PCC de Júlio César Anjos está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível em https://efeitoorloff.blogspot.com.
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