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Conjuntura da Manifestação Pró-Governo: 26/05/19

Por: Júlio César Anjos

BolsoDoria continua: Doria está preso na caverna do dragão do Bolsonaro. Se o Doria queria se afastar do “mito” visando eleição presidencial de 2022, o fato é que o recall do Bolsonaro terá que fazer o Doria por ora recuar. 

“Doença” Tucana: o bolsonarismo, por ter colocado uma grande monta de gente em São Paulo – e tendo o seu apoio minguado em outras regiões – pode ter o mesmo problema do PSDB para 2022, em que o grupo tem bom resultado em São Paulo, mas perde apoio no restante do país, não o fazendo reeleger. Os protestos foram bons em São Paulo, mas foram de mediano para ruim no restante do país.

Percepção & Sentimento: a percepção do paulista/paulistano é que o legislativo não quer aprovar as demandas de Bolsonaro – e por isso essa demonstração de força popular. E o Sentimento, por óbvio, é de fechamento sim do congresso. É uma utilização eufemística, mas o sentimento é autocrático e antidemocrático mesmo.

Bandeira x Populismo: como a manifestação tem caráter mais autoritário, os moderados [MBL, VPR, Janaína, Joice e et caterva] não compareceram no protesto. Preferiram defender a bandeira democrática a surfar na onda do populismo reacionário.

Mais ou Igual?: como os moderados da direita não aderiram à manifestação, caso os grupos de pressão [MBL e VPR] comparecessem ao evento, daria mais ou menos gente no protesto? Os extremistas da direita dirão que seria a mesma coisa, que MBL e VPR só surfam na onda populista direitista. Mas o fato é que se MBL e VPR aderissem ao movimento, a manifestação seria maior, pois, estes grupos possuem capilaridade para massificar nas regiões mais interioranas do país.

Nacionalista + Religioso: no chão, um mar verde amarelo, com pessoas com cores e bandeiras nacionalistas. No carro de som, os agentes induzem o povo ao louvor e a corrente de oração. Se for analisar que há também um fiscalismo nas redes, em que chamam todos que criticam o governo Bolsonaro de comunista, o fiscalismo conservador fecha questão no sentido que o Brasil vive uma era “neonazi”.

Métrica de Mídia Social: segundo o antagonista, “nas redes, ato bolsonarista é 10 vezes maior do que o dos estudantes”, o que faria que essa manifestação tivesse que ser, pelo menos, o dobro que a manifestação estudantil.  O fato é que foi equivalente. Portanto, as métricas das redes sociais falharam. Essa manipulação cibernética tem que acabar.

3ª Lei de Newton: para toda ação há uma reação. Se a manifestação em apoio ao governo foi boa, pode apostar que virão manifestações contrárias ao governo maiores ainda [vindas da esquerda]. E o motivo é simples: pibinho, desemprego, desigualdade social e etc.

Centrão: o mesmo povo que cobra honestidade do centrão é o mesmo que passa pano para miliciano corrupto [mata e rouba]. Nesses novos tempos, a ideologia suprime o pragmatismo. Centrão terá que ideologizar [escolher lado desde já].

Previdência e Anticrime: O povo quer, a casa vota - como diria Ulysses. Se o Brasil fosse somente essa fração popular de São Paulo, essas demandas já estariam aprovadas no dia seguinte no congresso. Só que o Brasil não é só essa parcela de paulista e o seu feudo Curitiba. Mesmo com uma parte da população de São Paulo lotando as ruas, as propostas terão que ser discutidas se quiserem aprovação desses destaques.

Tabuleiro: se Bolsonaro mostra força em uma parte da população de São Paulo, no nordeste o resultado mostrou fraqueza. A composição para 2022 trará desgastes [PSDB em São Paulo e PT nas demais regiões] e é por isso que os tucanos devem rumar para o nordeste.

Recuar: caso o protesto estudantil contra o corte na pasta da educação e a manifestação de hoje em defesa do governo tivessem pouca adesão, a terceira via democrática entraria rasgando diante dessa situação. Como os extremistas tiveram boa quantidade de gente nas manifestações, então o momento é de fazer recuo estratégico. Não é o momento de atacar.

Day After: como as manifestações radicais foram quase que do mesmo tamanho, tanto da esquerda quanto da direita, no congresso fica tudo como está. Sem vitória na rua, sem vitória no congresso.

Objetivo: conquistado com sucesso o objetivo. “transformam o país inteiro num puteiro, pois assim se ganha mais dinheiro” – O tempo não Para, Arnaldo Brandão.  Dividir pra conquistar.





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Conjuntura da Manifestação Pró-Bolsonaro: 26/05/19 de Júlio César Anjos está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
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