Por: Júlio César Anjos
Engana-se
quem acha que - só porque tudo o que Sadim toca gera desgraça, ao contrário de
Midas, que tudo que toca floresce – Sadim seja fraco por causa deste poder.
Sadim sabe controlar a sua força e agora tem um império para administrar. E
quanto a Midas? Ele não existe mais. Porque o toque de Sadim é poderoso demais.
Sadim,
para não tocar em seu povo, e causar aniquilação, criou uma manopla artificial
chamada: “mão invisível do mercado”,
em que contém a tecnologia ilusória chamada sistema capitalista. O povo que vive no império de Sadim acha que a
sua riqueza provém deste mecanismo, embora o fato seja que o seu bem-estar é
sustentado por meio de sistema colonial.
Sadim ameaça as colônias tocá-las, caso não se dê o que o império quer amealhar. O poder
mágico de Sadim é fazer do mundo um sistema
neo-feudal.
Sadim,
cujo aquele que se lê Midas de trás pra frente, já domina o mundo por um grande
período de tempo por causa das suas habilidades de conseguir transformar tudo o que toca em desgraça. O império
deste imperador chama essa força de “hard
power”, ao tocar nessas regiões com o seu poderio de destruição por meio de
esforço militar.
Até
porque, não é segredo para ninguém, a estratégia é sabida, pois, há duas
maneiras para se vencer uma corrida: uma é você correr mais rápido e cruzar a linha de chegada à frente dos restantes; a outra é fazer com que ninguém cruze a linha de chegada antes de você, mesmo sendo mais lento que os demais. Sadim, com seu poder, faz
a segunda estratégia prevalecer. O império de Sadim sabe fazer manipulação. Ou seja, o mundo vive uma época de paz por
causa do medo da aniquilação – e não
por causa de cooperação. E a outra forma conhecida, e pacífica, chama-se boicote do império diante de uma fraca nação.
Deste
modo, Sadim descobriu que a chantagem vale muito. “Não toquem na gente, por
favor!”, dizia um dos chefes de uma nação pacífica e inferior. O medo
é instrumentalizado. Havia uma lógica de erradicação, caso os povos fracos
ousassem resistir. Porque quando um povo mais fraco resiste, ele é destruído
pelo toque de Sadim. Esse ato de boicote, em tempos de paz, é chamado de “embargo”.
E
foi isso que aconteceu por muito tempo, quando algumas colônias defendiam-se
para não terem as suas riquezas naturais, como o petróleo, por exemplo,
saqueadas pelo império de Sadim. Sadim precisa de muito combustível fóssil para
acelerar o avanço do império, pois, sem essa energia, pode acontecer que a
força de Sadim não seja suficiente para manter o império em pé. Para justificar
o saque do petróleo por meio pacífico,
sem precisar fazer esforço de guerra, os entendidos dizem que a intervenção se dá por meio de ajuda
humanitária. O que se sabe ser só uma ilusão.
Sadim,
com isso, descobriu que há outras formas mais baratas e eficientes de colonizar
do que a ação direita de beligerância. Descobriu que se o império controlar a troca do meio circulante - cita-se: dinheiro
- no mundo, o poder seria total. Então o império de Sadim, sem precisar fazer o
hard power, somente agindo pelo soft
power, pode imprimir todo dinheiro do mundo sem realizar inflação, pois, as
colônias absorvem porque o império exporta
imposto pela inflação. Essa técnica é chamada de modelo “Bretton Woods”.
A
outra forma é por meio da filosofia. Ao inocular nas colônias a ideia de que se
alienar seja a solução, o Império de Sadim usa da filosofia de economia liberal para que os colonos se
submetam ao império por adoção, ao entregar as riquezas de mão-beijada, naquilo
que é dito pelo império como sendo a lógica do entreguismo. Os liberais, portanto, são servos do sistema imperial.
O império, também, sempre tem um slogan que serve direitinho para a colônia: “florestas lá; fazendas aqui”.
Sadim
engana algumas colônias ao convencer que aquele que apoiar por adoção terá
benesses e será um parceiro que terá muito retorno e tudo frutificará. Mas a
verdade é que Sadim faz acordo do
próprio interesse, suga toda a riqueza e energia da colônia e depois joga
fora o aliado de outrora. Porque Sadim nunca teve lealdade. Esse império nunca foi leal, pois precisa da deslealdade para
se perpetuar e prosperar a soberania total.
É
por isso que Sadim faz provocações para que os outros povos inferiores entrem
em guerra, colônias que se destroem mutuamente, para só depois os imperadores fingirem-se
bonzinhos, pois, estendem a mão ao
vender a reconstrução. Esta estratégia é chamada pelos imperadores de: “Plano Marchall”.
Dividir
para conquistar, esse é o lema que deixa o império de Sadim tranquilo ao
manter o poder sem fazer esforço. A isso, o império chama de “zonas de conflito”.
E
com isso, o império de Sadim conseguiu até mesmo avançar grandiosamente na
tecnologia, ao criar empresas canais de
comunicação e tecnologia, para controlar também o fluxo de dados da internet
das colônias do mundo. Essas empresas são chamadas de empreiteiras cibernéticas, que agem, no final, para servir o
império de Sadim.
Mas
para a intranquilidade do império de Sadim, outras nações surgem e estão com
poderes relativamente igual aos seus, em que já está se armando uma forma de
pacificação, para que não se toquem, e com isso mantenham-se poderosos e
continuem com o bem-estar social aos seus grupos imperiais. A essa estratégia
os poderosos chamam de “esferas de
influência”, que significa que cada império ficará agora com a sua parte
que lhe cabe, pelo ponto de vista de proximidade geográfica.
O
único problema é que, inexoravelmente, uma hora ou outra Sadim tocará em alguma
coisa e desgraça realizará. É da natureza de Sadim fazer isso. Sadim é sinônimo de desgraça. Por isso
que é preciso que as colônias tirem o ímpeto do Sadim.
***
Sai
de mim, Sadim!

O Império de Sadim de Júlio César Anjos está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível em https://efeitoorloff.blogspot.com.
Hum, sei não!
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