Por: Júlio César Anjos
Sabe
o que é curioso na pressão das instituições contra os acossados que fazem
acordo de delação premiada? O sujeito acuado gera tanta regressão que relembra
até de vida passada. É pressão pura. Contudo, o real problema é quando o
alcaguete tem que falar o que a justiça quer ouvir. Neste caso, aí o dedo-duro
tem que rebolar para ser um bom criador de estórias, tipo Forrest Gump, para
satisfazer as corporações da lei. Porque, para a justiça, nestes casos a palavra
do denunciante é legitima por si só, sem precisar de provas para tal, pois, as
instituições podem, pelo poder, perseguir quem quer que seja - até mesmo o alvo
apontado pelo acusador, somente na base do: “ouvi dizer, ouvi falar”. Neste
momento cria-se a delação aloprada. E, acredite leitor, a operação lava-jato
pode estar chegando ao nível mais baixo da indecência: fazer política com
delação aloprada para anistiar organização criminosa. Ou seja, lava-jato e PCC:
Tudo a ver!
A
operação lava-jato encontrou um novo amiguinho para fazer perseguição política.
Chama-se Primeiro Comando da Capital. Parece que firmar parceria com a Odebrecht
deu o que tinha que dar. E depois de tudo o que aconteceu na vara de Curitiba,
o leitor não se surpreende mais: a operação lava-jato “leva jeito” para ser
PCC. A vocação, ao menos, é a mesma. As duas facções gostam de sair da
legalidade para conseguir o que querem. A única diferença é que um grupo é
odiado pelo povo, enquanto que a outra ninguém quer saber. É, leitor, a operação lava-jato é mais
impopular que o PCC.
Deste
modo, para salvar o “mito” [o acrônimo que significa: Miliciano que Ilude Todos
os Otários], político este criado de forma artificial pelo sistema, a operação
lava-jato quer perseguir o PSDB. Na teoria, os tucanos estariam em maus
lençóis. Na prática, a turminha
“limpinha” da vara de Curitiba cometeu erro político. E o maior erro é a
construção daquilo que quer se formar: a justiça fazer política por meio de
delação aloprada.
A
delação aloprada é aquela que é referendada só na base do: “ouvi dizer, ouvi
falar”. Após o delator falar o que a justiça quer ouvir, sem haver prova
material alguma – vale lembrar que o Lula está preso, pela “lógica Dellagnol”,
como um mero bilhete de pedágio como prova material -, o acusador se livra ou consegue
reduzir a pena, os operadores da lei se regozijam com uma confissão sem lastro
de verdade, e o perseguido é atacado sem parar porque a manipulação pública faz
o linchamento social. É por isso que
fizeram o cambalacho de criarem a estória de que o enrosco do rodoanel seja
lava-jato. A manipulação do sistema para
acossar quem quiser não pode parar.
Sabendo
disso, deve-se, de antemão, saber o porquê do cambalacho de trazer o problema
do rodoanel para a operação lava-jato seja uma manobra errada, em que politicamente
será um trabalho em vão. A tramoia não funcionará como propaganda política, no
estilo: “pega todo mundo”, porque o mito é miliciano corrupto [tem que o pegar
também]. Se for para dar ar de equidade de que a operação pega tucano também,
quem é da esquerda e gosta do Lula não irá sensibilizar nem legitimar a operação
lava-jato por causa disso [e o motivo é óbvio: se legitimar essa operação
contra os tucanos, isso legitima que o Lula foi preso justamente e que o
movimento não foi golpe]. Se a operação lava-jato tem petista nos quadros, e
quer perseguir tucano por causa de vingança, era melhor ter perseguido na vara
de São Paulo [pelo mesmo motivo do argumento anterior]. E se a perseguição se
dá para fazer o Delllagnol PGR ou segurar a reforma da previdência, o fato é
que a articulação não irá funcionar, a reforma terá que ser aprovada e o Deltan
não conseguirá ser PGR [a menos que o miliciano não aceite a lista tríplice e que
juízes do Brasil inteiro aceitem vlogueiro que joga todo o povo contra o
judiciário].
Por
isso, politicamente, a operação lava-jato forçar o Paulo Preto delatar até que
a terra é plana, tal esforço se mostrará em vão. Mas o pior de tudo ainda está
por vir: a justiça fazer acordo com o PCC. Aí sim é algo tão surreal que
merece, além de atenção, também discussão.
“Não
negociamos com terroristas”, disse certa vez Bush sobre os atos de terrorismo
contra os Estados Unidos. E se for analisar pelo aspecto frio da questão, o PCC
é célula terrorista do ramo dos entorpecentes. Ou seja, o Ministério Público do
Paraná faria até mesmo acordo de delação premiada para anistiar terroristas, só
para poder perseguir desafeto político. Porque uma coisa é criar um acordo de
leniência com empreiteira constituída, pagadora de impostos, que escorregou à
ilegalidade por causa das delícias do poder – como é o caso da Odebrecht. Outra
coisa é fazer acordo com instituição que não tem CNPJ, não emite nota fiscal,
faz atividade de submundo e até comete assassinato para obter o poder. Neste
caso, aí é outro patamar de se fazer justiça – inovação que só a Bastilha do
Paraná pode fazer.
Além
disso, o PCC está bufando contra o PSDB. Porque a Polícia Militar do Estado de
São Paulo - por décadas sendo governada por tucanos - cansou de prender membro
desta facção. Só que esses infratores estavam nas prisões estaduais, em que o
PSDB pedia para que os bandidos fossem transferidos para presídios federais. E
só foi possível realizar o envio para presidio federal após o Bolsonaro ganhar o
pleito e o governador Doria conseguir baldeá-los para a esfera federal. E se for analisar que o PSDB votará a favor
no pacote anticrime do Moro, aí mesmo que o PCC quer vingança contra os tucanos.
Neste sentido, o PCC falará o que a operação lava-jato quiser ouvir. Com a
justiça avalizando grupo terrorista, não há limites para a imaginação, tudo
poderá sair na delação aloprada, que não precisa de prova material, pois é
referendada só na base do: “ouvi dizer, ouvi falar”.
Agora,
diante toda essa modulação, veja que interessante: o PCC tem negócio com o Evo
Morales, presidente boliviano que tem muita aproximação com o PT. E outro ponto
de entrada de droga no Brasil se dá pelo porto de Santos, lugar em que o PMDB tem
ou tinha controle de operação [tem até operação contra o Temer sobre isso]. Apenas
duas observações só para o leitor entender a composição do crime. Além disso, a
Suíça, alinhada ao governo Bolsonaro, fez ilação que o Paulo Preto tem alguma
coisa a ver com o PCC no paraíso fiscal da Europa. E aí cabe a ressalva: ser
for verdade tal acusação, o que não é, será que é só o Paulo Preto que está
implicado na Suíça? Ou será que tem muita gente graúda listada no paraíso
fiscal, mas por algum motivo está sendo preservada? É elementar que a segunda
situação é a mais plausível, pois uma andorinha não faz verão.
De
todo modo, assim como o jogo de videogame Final Fight e a operação lava-jato
são jogadas por fases, aumentando a complexidade até “zerar o jogo” [no caso de
Curitiba está na 60ª fase e tem até nome com deboche, como o tal do: “ad
infinitum”], o PSDB ser perseguido por estar supostamente envolvido com o PCC
pode ser estratégia para fazer os tucanos o boi de piranha para o que está por
vir: a golpista lava-jato pegar o chefão no final do jogo. Assim como o
deputado federal Cunha foi preso para validar, pela “equidade”, a prisão do Lula,
começar acossar tucanos pode ser uma estratégia para cercar no final os
verdadeiros apoiadores do PCC. Fica a dica.
E
sendo assim, para dar satisfação à sociedade em geral, se houver realmente
algum tucano implicado com o PCC, que este individuo cumpra a pena que merece,
pois, o PSDB não tem nada a ver com isso. Até porque partidos não cometem
crimes contra as pessoas, pessoas cometem crimes contra as outras pessoas.
Partidos políticos são associações ideológicas para fins de organização social.
E só.
Portanto,
a operação lava-jato, no uso das atribuições ilegais, está a querer fazer
acordo de delação aloprada, aquela referendada pelo: “ouvi dizer, ouvi falar”,
até com o PCC para gerar instrumento de perseguição aos seus adversários, somente
pela busca do poder. Não há mais limites para os operadores do direito da “República
de Curitiba”. E, por isso, ao fazer até
ilicitudes para perseguir desafetos, a operação lava-jato leva jeito em ser
organização criminosa. Ou seja, lava-jato e PCC: tudo a ver!
***
Como
já dizia o livro de obviedades “A Arte da guerra” - de Sun Tzu, além de ser verbalizada por Napoleão: “quando um
inimigo está errando, não o corrija”. Portanto, vamos jogar esse jogo aí, pois
é fácil de vencer. O “inimigo” está errando. E muito.
***
Lava-Jato e PCC: Tudo a Ver! de Júlio César Anjos está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível em https://efeitoorloff.blogspot.com.
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