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Imperfeições

Por: Júlio César Anjos

Não parece engraçado pra você? Hitler dedicou 1 capítulo inteiro sobre Oratória em sua autobiografia, martelou sobre a questão de saúde física de seu povo - ao propor até mesmo boxe nas escolas -, além de condenar a degeneração moral pelo progressismo que, pelos olhos do ditador, atacou o conservadorismo tradicional alemão.  Só que a Alemanha perdeu a 2ª guerra para a Inglaterra, com um trio composto por: 1 Monarca Gago, o Rei George; 1 Gay Tímido, o cientista Turing; e 1 Gordo Insolente, o parlamentar Churchill.  E é justamente sobre as imperfeições que o assunto será tratado aqui.

A perfeição já tem muita gente defendendo a sua pauta. Uma das propostas é encontrada na “teoria da conspiração” chamada: “Sinarquia”, em que se promulga o dito cujo BBB: Bom – encontrado no homem -, Bem - encontrado na sociedade -, e o Belo – encontrado na natureza. O que deriva, para sociedade sinarquica, a “Equação E” (criada por mim). A “Equação E” tem a seguinte composição: Elite = Estética + Etiqueta. Onde a Etiqueta está no comportamento e a Estética está na beleza (física ou não). E isso é encontrado desde propaganda de TV até o dia-a-dia em saidinha para entretenimento e diversão. Portanto, a perfeição já tem o seu exército de defesa em ação.

Então, cabe recurso para defender a imperfeição. Neste aspecto, diz o cientista: “Covinha não deveria nem existir porque é má formação genética”. Mas se o observador olhar uma mulher bonita com covinha quando ri, tal contextualização deflagra em uma harmonia sem igual, trazendo, pela imperfeição, mais beleza ainda que cativa pelo esplendor. É um arraso a imperfeição da covinha.

De outro modo, da preguiça, faz-se o ócio criativo.  Essa constatação deriva daquilo que fora tratado pelo Adam Smith, no livro: “A Riqueza das Nações”, em que, para que um operário pudesse trabalhar menos e pudesse conversar com o seu colega de profissão, este trabalhador resolveu criar um dispositivo que tornasse a repetição de puxar a alavanca algo automatizado, na indústria o qual ele trabalhava. Só a imperfeição traz consigo a satisfação da criação.

O sistema laboral perfeito diz que não se pode parar de trabalhar. Mas se o trabalhador não parar, não pode parar para pensar. Não podendo parar para pensar, não consegue mudar o jeito de trabalhar. Sem mudança, o sistema não se aperfeiçoa, como no caso do capitalismo, que, de tão imperfeito que é, vai se aperfeiçoando a cada momento.

É por isso que a humanidade criou o que é chamado de escola. Escola deriva de ócio. Porque o ócio, que pode ser considerado até uma imperfeição, por ser amaldiçoado como preguiça, faz com que o homem possa, por não ter que se exaurir de tanto trabalhar, poder pensar, e modificar, construindo um novo mundo, com novas gerações com diferentes formas de pensar.

Por isso que a própria imperfeição da natureza, em criar alguns tipos de enfermidades, criou a motivação para que a humanidade, por meio da ciência, procurasse aperfeiçoar o melhoramento da qualidade de vida, para reduzir as doenças degenerativas, com o foco somente pelo bem-estar social.  

E, também, diante a imperfeição social, a guerra também ensina lição: de que destruição não é reposta para nada neste mundo. Estar em constante aprimoramento, mesmo sabendo que o humano é frágil, faz com que a humanidade abençoe ainda mais o aspecto do viver com saúde, em paz, e com harmonia, querer viver a vida sem pestanejar.  

Sendo assim, na distopia, a sociedade perfeita é composta por autômatos. A perfeição de não poder reagir nem contestar. A escravidão consentida pela virtude de passar por geração em geração a manutenção de ser um mero robô. Mas não é sublime poder contestar? Essa falha de decisão que geram discussões diferentes de como será regida uma região pela política só pode ser praticada em uma sociedade imperfeita, que quer se moldar pela organização social por meio de articulações, e conversas, sobre qual é o melhor caminho a trilhar. Esta imperfeição chamada politica que faz o ser humano deixar de ser robótico, pelo simples fato de poder contestar.     

 A perfeição é cheia de regrinhas, engessada, composta de manual de instrução, que já diz o que é e pronto. Já a imperfeição tem a sua beleza por estar em constante movimento, em constante mudança, porque ela nunca está finalizada, nunca pára de trabalhar.

Isso também ensina que, quando a perfeição da sinarquia mostrar o padrão do que é “bem, belo e bom”, com até mesmo a "Equação E", a imperfeição irá contestar. E a imperfeição – igual na segunda guerra em que Hitler, o perfeito germânico, que perdeu para os deficientes (George, Turing e Churchill) – mais uma vez irá ganhar. E o motivo é simples: Qual é o padrão do bom, do bem e do belo? Porque a perfeição, do jeito que ela é sonhada, não existe. A imperfeição é o que rege a vida, é o que há.




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