Por: Júlio César Anjos
Como
já explicado em outro artigo publicado neste blog, Caixa2 não existe [só existe
como menção em lei eleitoral], o que existe é dinheiro não contabilizado – que
se deve investigar caso-a-caso. O caixa2 não existe na contabilidade [o que
existe é caixa e/ou equivalente de caixa] , além de que não é tipificado no código
penal [porque não pode ser mesmo porque não é crime por definição]. Mas caixa2 é encarado precocemente como algo
imoral para a justiça eleitoral porque pode preceder um crime, desde que esse
recurso auferido sem transparência vire propina, caso o corrompido vença o
pleito e favoreça o corruptor. Ou seja, para
os olhos da justiça eleitoral, caixa2 é somente uma prévia para suposta corrupção.
Mas o caixa2, dependendo do contexto do ambiente eleitoral, poderá ser até mesmo heroico. E você compreenderá
a linha de raciocínio aqui. Segue.
O
primeiro ato de heroísmo de caixa2 [dinheiro não contabilizado] é baseado em
fato real. Chama-se: “o caso IPÊS”. Se o leitor de direita acha que a ditadura
militar salvou o Brasil do comunismo vilão, então deve saber também que o
heroísmo só foi realizado porque os norte-americanos investiram um valor
monstruoso para que a eleição de 1962, antes mesmo do golpe de 64, por meio da
caixa-registradora chama de IBAD, fizesse um tsunami monetário para colocar os políticos
alinhados aos ianques no poder. Além desta “orgia de dinheiro” dado para os
políticos aliados, houve também montanhas de recursos para a mídia, em que fez
com que o geólogo Glyncon de Paiva ensinasse a todos: “Opinião Pública
significa dinheiro”. Esse caso IBAD também ensinou como assassinar reputação de
político, pois, esta instituição ofereceu grana para os “comunistas”, bem menos
do que os fornecidos pelos aliados, e depois denunciou os algozes por corrupção de
prática de caixa2 [a mesma coisa que acontece agora no Brasil]. Essa
delinquência política, em que se sabe hoje por meio de documento oficial,
perdurou por pelo menos 10 anos [até 1973, pelo menos], em que os
norte-americanos investiram pesado no Brasil, praticamente “comprando o PIB” do
país. Portanto, Brasil salvo pelo caixa2 norte-americano em detrimento do comunista
vilão. Caixa2 heroico!
Mas
os norte-americanos estavam certos em fazer essa ocultação de investidor e por
isso utilizar de estratégia o dinheiro não contabilizado, o que jocosamente é
chamado de caixa2. Porque o tempo era de guerra fria, o tabuleiro global tinha
que ser jogado, e se os ianques fizessem essa baldeação de recursos de forma
transparente, comunicando para a mídia as movimentações, ao fazer todos saberem
do que estaria acontecendo, esse ato faria com que o brasileiro, da forma
obtusa como age desde ontem até hoje - e sempre -, reagisse de forma contrária e até mesmo começasse a clamar por
patriotismo, ao rejeitar naquela época os norte-americanos pela justificativa de “soberania
nacional” do país. Mas os norte-americanos foram corruptores e, infelizmente, os
políticos da direita naquela época, além dos militares pós-golpe de 64, foram
corrompidos porque teve contrapartida em jogo – o interesse de tabuleiro
mundial.
Deste modo, em alinhamento com o que a
ditadura militar fez no passado, se não houver contrapartida deste dinheiro não
contabilizado, pode-se dizer que o político que recebeu por fora seja até
mesmo também um herói. Porque, se ladrão que rouba ladrão tem cem anos de
perdão, político honesto que tapeia operador de corrupção tem mil anos de
perdão. Para isso, pede-se que o leitor analise o quadro. Segue: O corruptor
entra em contato com o político. Este político aceita o dinheiro não
contabilizado e ganha o pleito. Mas na hora de ofertar a contrapartida, o
político vencedor da eleição não fornece a contrapartida, fazendo o corruptor
ter prejuízo neste processo em questão. Ou seja, o corrupto vacilão perdeu
dinheiro, pois não conseguiu recuperar o recurso investido porque o político
honesto passou a perna neste empresário bandidão. Portanto, se não tem propina,
não tem corrupção.
Outro fato de heroísmo se dá na eleição de
2014, no Brasil. Naquela época, o PT já estava praticamente virando o “Partido Príncipe”,
aparelhando todo o Estado, com força muito grande para acossar e fazer
assassinato de reputação aos seus desafetos políticos. Então, pelo medo de
bater-de-frente com o Partido dos Trabalhadores, os empresários, aqueles que
queriam alternância de poder, resolveram embarcar na ocultação de investidor –
e por isso ocorrer de haver dinheiro não contabilizado -, o que é jocosamente
chamada de caixa2, para fazer autopreservação e autoproteção. Deste modo,
políticos de oposição que disputaram as eleições pelos cargos dos executivos
estaduais e da cadeira federal, neste sentido, podem ser que tenham recebido
dinheiro não contabilizado, sem contrapartida, só para ocultar investidor, para
que o PT pudesse cair e perder a eleição, sem que soubesse quem ou o quê o golpeou, sendo assim, a restabelecer a
democracia pela alternância de poder no Brasil. Isso chegou a ser relatado na lava-jato
até. Esses empresários foram verdadeiramente heróis ao correrem esse risco.
Portanto,
às vezes, fazer o que é conhecido por “caixa2”, que no fim das contas é
dinheiro não contabilizado [que deve ser investigado caso-a-caso], pode ser até
mesmo um ato heroico que precisa de muita coragem. Nem todo caixa2 é considerado algo
imoral, mesmo considerado ilegal, pois, deve-se INVESTIGAR o porquê do uso
desta ocultação de investidor e o porquê do dinheiro não ser declarado
oficialmente. E isso se mostra tão verdadeiro que o Brasil foi salvo do
comunismo vilão pelo caso IPÊS/IBAD e pela compra do PIB brasileiro para manter
a ditadura por uns dez anos pelo menos, com investimento norte-americano. Enfim,
dinheiro não contabilizado, pelo jocosamente conhecido caixa2, pode até mesmo
salvar uma nação.
Fonte:
“O IPÊS [Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais] teve um caixa clandestino, e
dele ficou registro na gravação de uma conversa do embaixador Lincoln Gordon
com o presidente John Kennedy, no final de Julho de 1962, na casa branca. Gordon
pediu-lhe a abertura de um fundo secreto
de financiamento de operações políticas, semelhante ao montado em 1948, na
Itália, fazendo-se vista grossa a “possíveis desperdícios”. [Página 153, do
Livro Ditadura derrota (o terceiro livro da coleção) , de Elio Gaspari]
Fundo secreto de financiamento
de operações políticas = caixa2.
Caixa2 Pode ser até mesmo um Ato Heroico! de Júlio César Anjos está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível em http://efeitoorloff.blogspot.com.br.
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