Por: Júlio César Anjos
O brasileiro que se envolve em política, apesar de não conhecê-la, uma pequena parcela estridente, comporta-se politicamente como um filho rebelde
de pai rico. Isso significa dizer que não importa o quanto o presidenciável
contribuiu ao país, pois, dependendo do período de acontecimento, esse Chefe de Estado será
destruído como se fosse a pior coisa que apareceu na Terra, já que este viés eleitoral,
infelizmente, é um pouco mal-agradecido. Esse fenômeno é acometido na sociedade
nacional porque o eleitor brasileiro é apolítico. Porque, se politizado fosse,
acompanharia este campo social, não daria vigor para que aventureiro pudesse
virar herói e/ou mito; mas também não destruiria as figuras públicas que
contribuíram ao país diante da história, que, por serem considerados vis ao esgotarem-se pelo desgaste, tornaram-se vilões descartáveis jogados à revelia. E,
diante essa premissa, o que se comprova é que o populismo, tanto dos políticos quanto
das instituições, faz de uma parcela da população querer fartar-se
do coro dos candidatos [até mesmo possíveis] acossados pelo Estado. Faz da política algo imoral porque o estribilho oficial determina que todo mundo seja: "tudo corrupto".
Até pouco tempo, no período da
redemocratização, a Ditadura Militar contraiu o que é chamado de
“Lepra Política”. Somente falar da direita já era considerado uma heresia. E,
portanto, a esquerda se aproveitou disso, não havendo importância que os
militares tiveram contribuído e muito para construir a infraestrutura do país.
Logo depois veio o Fernando Henrique Cardoso (FHC), que naquela época já era Centro no espectro político, mas, como a direita tinha "lepra", os tucanos foram considerados de
direita pelos esquerdistas em ascensão. Embora o FHC tivesse feito desde controle de inflação até
privatização, contribuindo e muito também com o país, FHC perdeu o poder por um
populista que dizia o seguinte bordão (que funcionava até pouco tempo atrás):
“tudo culpa do FHC”. Ou seja, tudo o que o FHC fez de bom foi anulado por causa do
mito daquele dado momento, ao demonizá-lo sem parar. Agora, Lula prova do próprio veneno,
ao ser considerado chefe de quadrilha e o político mais corrupto da América
Latina, não importando o quanto contribuiu para o país porque o sistema o está
expurgando. Portanto, a psicologia de massa do brasileiro é essa: os que
outrora os fizeram louvados, agora, fazem-se rejeitados por causa dos insaciáveis.
Já
na questão institucional, quanto mais os instrumentos do estado entregam cabeça
dos políticos na bandeja, mais os insaciáveis querem a continuação desta
destruição da classe politica. Isso não tem fim. Haja vista que, desde as
ocorrências da lava-jato, José Dirceu preso não acalmou os ânimos, impeachment
da Dilma não satisfez a população, Lula preso não saciou os raivosos e Aécio
Neves réu não acabará com a folia. Porque esse ciclo não tem fim. É só
verificar a reação daqueles que usam da justiça como arma contra adversário
politico e constatar que, por exemplo, ao enviar acertadamente o recurso do Alckmin para a justiça
eleitoral, tais justiceiros sociais ficaram inconformados com a decisão, pois queriam
a cabeça do honesto Alckmin servido na bandeja.
Ou seja, os insaciáveis querem até mesmo que a justiça cometa injustiça,
desde que este resultado satisfaça a sua vertente politica de momento. Esse é o resultado
do grau de esquizofrenia quando a instituição, de forma irresponsável, tende a
ser populista. Agora, pra fugir da "pressão geral", uma forma simples já conhecida e burra, serve para a instituição desvencilhar-se deste emaranhado popular.
A
saída, burra, é a mesma conferida ao herói proletário no passado, criar um “mito”,
agora da extrema-direita patriótico, fazendo-lhe presidente, para que os
revoltados de ocasião acalmem-se temporariamente, assim como fora feito com o Lula
décadas atrás. O único problema disso é o déjà vu, o Efeito Orloff, em que esse
mito terá que ser destruído no futuro, diante o apelo popular, para que o país
não se deteriore ainda mais do que está deteriorado [porque extremista sempre leva o país ao caos total]. Só que o movimento de massa que surge hoje, o de caráter patriota, é mais
invariável e mais difícil de ser demovido porque é mais convicto e resoluto do
que o do viés trabalhador. Esse é o resultado de tornar a política como algo
imoral, quase que ilegal. Até porque todo mundo está assistindo como plateia
VIP os acontecimentos de agora: nem sempre a voz do povo é a voz de Deus e nem
sempre o povo tem razão. E aqui vai um recado: O “mito” enlaçou o ódio como capital político. Mas,
cedo ou tarde, o feitiço virará contra o feiticeiro. A criatura engolirá o
criador. Quem viver verá.
Portanto, os
insaciáveis são apartidários, apolíticos e desleais. No ponto de vista do ódio, ao menos são democráticos porque
atacam a vitima desgastada politicamente de cada época, de cada zeitgeist, não importando a diretriz ideológica. Porque os insaciáveis
odiaram os militares e, naquele dada circunstância, elevaram as esquerdas a um alto patamar. Depois,
odiaram o Fernando Henrique Cardoso para ascender o Lula. E, agora, estão
odiando o Lula para sublevar o "mito da extrema-direita", que será odiado quando este ente
politico esgotar-se, não servir mais. Os insaciáveis também adoram ver as instituições agirem de
forma populista, pois, neste ambiente, conseguem evoluir a patamares nunca
antes vistos, ao destruir toda a classe política do momento, sem colocar nada
no lugar. Isso que dá bater palma pra louco dançar. Porém, quem se aproveita
disso se cansa de bater palma, mas os insaciáveis não param nunca de dançar, porque
eles são insaciáveis na arte de odiar.
Obs:
O mito da extrema-direita já é réu em dois processos, tendo em curso um
terceiro por racismo. Isso é alimento de alto valor nutritivo para os
insaciáveis, no futuro, pois, não faltarão argumentos para odiarem o mito da
extrema-direita sem parar. O mito da extrema-direita enlaçou o ódio como
capital político. Cedo ou tarde, o feitiço virará contra o feiticeiro.
Já
assisti a este filme em várias versões: As instituições sempre batem palma pra
louco dançar.
Eles são Insaciáveis de Júlio César Anjos está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível em http://efeitoorloff.blogspot.com.br.
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