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Recado ao Tucanato – Eleição 2018 – Ponderações

Por: Júlio César Anjos

O ano político acabou. Agora é recesso, férias e esperar o ano virar para começar a política de fato pós-carnaval.  

O PSDB, felizmente, atendeu o meu apelo e saiu do governo Temer. Isso foi uma vitória, pois, caso continuassem na decadência do PMDB, o tucanato correria o risco de inexistir não só na próxima eleição, mas também nas demais. E, como se sabe, 2018 não é a última eleição, não é apocalipse [não para os tucanos] como professam os escatológicos em questão.

Bom, agora que o PSDB acatou o meu pedido, acertadamente, tenho outras sugestões para expor. Segue:

1º A questão da reforma da previdência. O PSDB tem que fugir da reforma da previdência [a melhor forma é rachando na votação (23 favoráveis e 23 contrários – diante das 46 cadeiras que possui no congresso)]. A reforma da previdência é impopular e quem ganharia, no longo prazo, os louros de ter implantado a reforma seriam Temer e Rodrigo Maia [porque eles querem o legado]. E também não é só o PSDB que tem que pensar a favor do Brasil, todos devem fazer sacrifício em um bem maior que é salvar o país desta crise. Então, nada mais natural que o PT também dê votos a favor da reforma da previdência, além das demais legendas que estão no congresso nacional. Se o PT vai fechado contra a reforma, o PSDB deve ir rachado na votação. Ou seja, os tucanos devem fugir de medidas impopulares se quiser algo maior em 2018. O povo tem que saber também que quem estourou os fundos da previdência foram o PT e o PMDB. Eles estragaram; eles arrumam.

2º O PSDB deve escolher o adversário na eleição presidencial desde já [pós-carnaval]. Sugiro que os oponentes sejam Marina Silva e Ciro Gomes, mais centristas no espectro político.  Deve-se deixar que Lula e Bolsonaro ataquem-se de forma mutua, sendo que os tucanos devem discutir o Brasil com esses dois personagens eleitorais [Marina e Ciro]. Esta estratégia acontece de forma rotineira na Europa, por exemplo, no sistema parlamentarista, em que os radicais se digladiam enquanto que os mais centrados discutem o país. Então, por isso deve-se imitar esse modelo. Até porque o Bolsonaro não tem tempo de TV e essa discussão ficaria inócua, sem nexo algum.  E o Lula já está podre, já está irrelevante como candidato [embora vivo como cabo eleitoral]. Marina e Ciro são as melhores opções.

3º Haverá mais ataques contra o PSDB e isso é bom. Até porque ninguém chuta cachorro morto. E os ataques, em sua maioria, são mais no sentido de que os adversários enxergam a possibilidade real do PSDB ganhar a eleição presidencial e tentam escamotear o sucesso tucano desde já. Mas esses ataques geram o tal do “efeito de mera exposição” [do Zajonc], ou seja, os oponentes dão mídia para os tucanos de graça, mesmo que essa exposição seja considerada negativa [em que muitos casos não são]. Em muitas vezes, esses ataques são meros berros dos bárbaros fora dos portões do império. Situações irrelevantes que até dão mais força para o tucanato ficar em vigor. E vale lembrar também que dependendo de quem o ataca, é melhor ainda a exposição, pois o adversário pode ser um escroto sem noção. Nem sempre quem ataca tem razão.

  4º O PSDB deve deixar indefinido o candidato para o pleito em 2018 pelo menos até o fim do primeiro semestre. Depois, os tucanos devem fazer a estratégia avalanche que já se sabe como se faz e o sucesso que tem.  A tendência é que a eleição de 2018 seja uma espécie de “corrida maluca”, em que um ataca o outro, então definir adversário e não se desgastar antes dá vantagem para os tucanos.

5º Lembrando que os tucanos devem defender que Lula e Bolsonaro possam disputar eleição para fazer janela de Overton. Até porque as eleições em 2018 terão as urnas fraudáveis e se chegar ao ponto de um destes extremistas ganharem a eleição, já há uma militância natural, “a vingança dos derrotados”, para impedir a governabilidade do extremista vitorioso até 2022. Por isso que a tendência é vencer um centrista. E por isso também que se tem que jogar nas duas pontas.

E, por fim, sugestão extra: É bom tentar colocar o Luciano Huck na eleição presidencial de 2018. Mas a indicação dele deve ser feita lá na boca da campanha eleitoral. Porque ele pode ganhar ou virar boi de piranha [por isso que é um risco]. Todavia, as duas questões fortalece o quadro tucano. Caso ele não queira candidatar-se, que se ache outro outsider para equilibrar o pêndulo politico. Mas esse outsider deve existir em 2018, seja ele ou não.

Se o Reinaldo Azevedo é o Lacerda, eu sou o Golbery. Perderam muito tempo em ouvir as ideias furadas do Reinaldo Azevedo. Deu no que deu.

Obs: último texto que escrevo, pois estou me preparando para 2018. Se não fraudarem as urnas, acho que haverá tucano subindo a rampa do congresso em 2019.







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