Por: Júlio César Anjos
Segundo
Bauman, diante informação extraída do livro: “A cultura do Mundo Líquido
Moderno”, página 43, Richard Ford tem a sua citação inserida assim:
“O objetivo será manter a
mente dos proletários concentrada em outras coisas – manter os 75%
mais pobres dos Estados Unidos e os 95% mais pobres da população mundial ocupados em hostilidades étnicas e religiosas e em debates sobre costumes sexuais.
Se os proletários puderem se distrair de seu próprio desespero por pseudoeventos
criados pela mídia, incluindo ocasionais
guerras curtas e sangrentas, os super-ricos pouco terão a temer.”
Aí,
alguém dirá: “Ah, Júlio, teoria da conspiração!”. É mesmo, então segue o
cronograma do Trump nos últimos 10 dias:
28/11/17
– Corte de impostos para ricos, mas com justificativa [infundada] que beneficiará
os pobres [conflito de interesses, pois a lei feita pela própria plêiade republicana
beneficia o próprio presidente capitalista rico Trump];
28/11/2017
– Atropelando discussão ambiental, Trump determina que se comece a extrair gás
no Alaska;
29/11/17
– Publicações do próprio Trump de vídeos da extrema-direita inglesa
antimuçulmana;
30/11/17
– Bate-boca sem nexo contra o coreano Kin Jong-Un;
01/12/17
– Estoura o caso do Trump ser apoiado pela Rússia [caso Michael Flynn];
01/12/17 – Bate-boca com a Theresa May;
04/12/17
– Suprema-corte americana acata o pedido de restrição migratória de Trump
[resultado da digressão de 29/11];
05/12/17
– Trump sinaliza que fará de Jerusalém capital de Israel;
06/12/17
– Trump muda a embaixada dos EUA de Tel Aviv para Jerusalém;
07/12/17
– Após decisão de Trump, a região da Palestina ferve com a antifada;
08/12/17
– Trump apoia candidato republicano acusado de abuso sexual.
Agora,
os fatos: 1º) o Trump, por mais bizarro
que seja essa dada situação, só está cumprindo a promessa de campanha. Então
não é o Trump que está fazendo isso tudo, é o povo americano de forma geral, pois
referendaram não só o Trump como também as suas ideias na urna [idealizadas pelo
Roger Stone]; 2º Mesmo diante de todo esse quadro, o Trump só tem 38% de
aprovação do mandato. E é histórico que presidente com taxa de aprovação baixa “contamina”
a eleição legislativa, em que a impopularidade do presidente torna impopulares
os políticos do seu próprio partido. Ou seja, se o Trump manter-se impopular,
a tendência é dar democratas no legislativo daqui pra frente; 3º É a estratégia
que Baumam já apontou pela sabedoria que tem, ao denunciar as táticas dos
ricos para manter os pobres confusos sobre si mesmos e, com isso, sem saberem o que fazer.
O
Trump faz as ações, promove o caos, e depois chama de fake News quem informa as
situações bizarras promovidas pelo presidente dos Estados Unidos.
Na
mesma página 43, do livro A Cultura do Mundo Liquido Moderno, Bauman continua:
“Quando
os pobres discutem com os pobres, os ricos têm todo motivo para esfregar as
mãos de alegria. Isso não apenas porque será evitado indefinidamente o perigo
de eles se voltarem contra os responsáveis por seu sofrimento, como ocorreu no
passado sempre que o principio de “dividir para governar” foi correta e
efetivamente implantado”.
Agora,
observem as pautas do engajamento das redes sociais no Brasil:
1
– “Moro Mito” [sim, o Moro é um juiz Brilhante, mas não se deve fazer da
justiça um instrumento político. Deve-se entender que a justiça se faz no campo
jurídico, e política no campo político];
2
– “Tiririca Sem noção” [Tiririca faz efeito de Mera exposição e toda essa
discussão midiática só servirá para fazê-lo deputado ano que vem];
3
– “A casa caiu pra Globo” [utilizar do espantalho do principal canal de TV é
algo batido, o Trump já fez isso com a CNN e o Lula já faz isso também com a
Globo];
4
– Fiscalização de jornalista [Jorge Pontual, Guga Xacra, Cristina Lobo, entre
outros];
5
– Fiscalização de Museu [só pra gerar polêmica];
6
– Fiscalização de escola e faculdade [a última é a polêmica da professora que
fez demonstração ruim de como utilizar camisinha];
Ou
seja, a ideia é a mesma, manter os ricos longe de atribulações, sem que se
preocupem com nada, pois o populacho está devidamente perdendo o tempo com
inutilidades.
Obs:
Eu não gosto deste tipo de “denuncismo”, mas estão tão evidentes as
instrumentalizações, as ferramentas, e os atos num curtíssimo espaço de tempo,
tanto lá nos EUA quanto aqui no Brasil, que não dá pra fingir que não está
acontecendo nada.
Acostume-se
com a atualidade Bauman: “A cultura no mundo liquido moderno”, ou enlouqueçam e
pirem de montão. O mundo tenderá a ficar mais louco porque loucos estão na
cadeira presidencial.

Atualidade Bauman - O Louco Mundo Líquido Moderno de Júlio César Anjos está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível em http://efeitoorloff.blogspot.com.br.
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