Pular para o conteúdo principal

Eleições: “Diretas” ou Indiretas?

Por: Júlio César Anjos

Com o cenário de incerteza diante um agravo de difícil resolução, a decisão política se faz por determinação de escrutínio por eleição, ao dar novo folego a outros atores que tentem desempenhar melhor a função daquilo que está sendo exercido no executivo nacional. Doravante os fatos de o governo estar implicado em investigação, paira no ar a seguinte duvida na mudança de cadeira, na seguinte possível conclusão: Eleições Diretas ou Indiretas? Para dar um norte ao Brasil, eleição agora não é racionalmente viável. “Fica Temer” deveria ser a solução. Mas Temer irá renunciar. Complicou.

Primeiro, sobre as eleições indiretas. Nesta situação em específico, de presidente e vice destituídos do cargo da presidência da republica, o que prevê a constituição é a eleição indireta. Na CNTP (Condição Normal de Temperatura e Pressão), faz-se a eleição e tudo bem, pois tal mudança não traz impacto geral. O problema é que existe a tal da lava-jato e a maioria destes políticos no congresso está implicada em alguma investigação, o que determina o fato de que, muito possivelmente, o próximo chefe do executivo será mais um investidor de mela-jato. Mesmo que seja um “zé limpinho”, será o político que atenderá os interesses não republicanos que tentam estancar a sangria institucional. Por mais que o defensor da eleição indireta queira se enganar, o fato é que, pelo pleito ser de colegiado, o presidente tampão será quem atenderá tais manobras do congresso. Infelizmente, neste caso, a esquerda tem razão. Sem falar que as instituições irão acossar esse novo presidente, por motivos óbvios. Já pensou várias eleições indiretas por causa do trabalho institucional? Poderá acontecer isso, por incrível que pareça.

Já a eleição direta, além de não estar prevista na lei neste caso excepcional, o problema maior recai, de fato, na urna eletrônica. E não adianta mais mascarar, essas urnas fizeram vários políticos por anos, até mesmo de vereadores de prefeituras, pois é uma ferramenta que “falha” demais. Para fazer diretas, a eleição deveria ser no papel. E, de novo, na CNTP, era só fazer a eleição e pronto - faz emenda pelo próprio congresso e desataria o nó. O problema é que não há políticos ainda prontos para combaterem o Lula no voto, neste momento, pois muita gente abandonou a política, achando que a justiça, principalmente a da República de Curitiba, resolveria a situação. Os bastiões da moralidade destruíram a oposição e agora estão órfãos e sem um candidato forte que tope fazer bate-chapa com o chefe da quadrilha Luís Inácio Lula da Silva [Parabéns, direita xucra]. E o mais intrigante é que o Lula e o PT deveriam estar aposentados politicamente, mas estão vivos por causa da extrema-direita que inviabiliza a politica de forma geral. Pelo momento vivido, o Brasil está sendo salvo pela constitucionalidade, pois, se dependesse de inteligência política da direita burra, o Brasil estaria acabado.

Todavia, se o foco é estabilidade política, econômica e social, a solução teria que ser “fica Temer”. Qualquer outra variável, agora, é dar margem para gerar caos, pois abre as sendas da anarquia no aspecto geral, devido ao cenário de incerteza que se propaga pelo radicalismo e o desconforto de comoção popular. Isso pode emergir tirania [Já está criando salvadores da pátria]. O problema é que o Temer irá renunciar [e faz o certo, pois o caos não é necessariamente culpa dele]. Renunciando, haverá eleição indireta, que escolherá um dos seus pares pelo voto em colegiado, em que tal assertiva gerará instabilidade diante o extremismo muito em voga nesta era vigente no cenário brasileiro. Além da desconfiança geral provocada pela inviabilidade política hoje. Sem falar que parece que 2018 nunca chega, pois, cada semana é um escândalo diferente.

Portanto, 2018 é o Suplício de Tântalo, pois está perto, “logo ali”, diante o calendário, mas está longínquo, distante, por causa de crise em cima de crise na politica brasileira. A eleição direta, embora fosse o certo a fazer neste momento extraordinário (na CNTP), não irá acontecer porque é inconstitucional, além de que o congresso não aprovará emenda para fazer isso. E a saída, caso aconteça a renúncia do Temer, será a eleição indireta, por colegiado, em que se elegerá um politico do meio, que tentará empurrar com a barriga até 2018 esse balaio de gato que é o governo e a política brasileira. Solução? Só em 21018 mesmo. Até lá, o Brasil sangra. E todo mundo é culpado por isso, seja o politico seja o povo, pois até mesmo pessoas ditas honestas inviabilizam a política e não apontam a solução.

Está aí a maçaroca provocada pela loucura de um povo que quer devaneios, negando que a política é a arte do possível.


  Obs: Eleição direta nunca foi e nunca será problema, sempre será solução. Porém, diante do caos na política, sendo que não há político preparado hoje (e talvez não haja em 2018, se as coisas continuarem assim) para combater o Lula na urna, pois a sociedade está segregada, enojada (com razão) e dividida em variadas matizes, com esse cenário o Lula larga na frente, pois tem seguidores de seita que veem em seu líder quase que um toque de messianismo. Sem falar que o Lula tem histórica, por ter sido um "bom" presidente.

Obs2: Se o Lula e o PT estivessem politicamente enterrados, nem com urna eletrônica fraudada seriam eleitos, pois o escândalo seria total. Agora, com essa situação de momento, a eleição indireta está a salvar o país, por incrível que pareça.

  

Licença Creative Commons
Eleições: “Diretas” ou Indiretas? de Júlio César Anjos está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível em http://efeitoorloff.blogspot.com.br.
  

Comentários