Por: Júlio César Anjos
A
decisão de comer e/ou abater carne não é um critério necessariamente de caráter
individualista, mas de aspecto coletivo, pois tal rotina vem abarcada desde o
costume de um povoado até aquilo que se faz legal. Saciar de carne passa pelo
crivo de lei doutrinária, lei jurídica, estratégia comercial, lógica
comportamental e até aspectos de agravo de saúde populacional. Portanto, como
aprendizado, é salutar saber que com comida não se brinca. Quanto mais a carne
em específico, que é um alimento de teor até mesmo religioso e sentimental. Por
isso que o oligopólio brasileiro de proteína animal foi além do imaginável ao
manipular a carne no aspecto desde introduzir papelão até inserir substância
cancerígena no produto para burlar o mercado; tal atitude, infelizmente, terá como
resultado uma pena severa e sem igual.
A
ceia que consta no título do livro Assim falava Zaratustra, uma sátira
zombeteira da Santa Ceia de Jesus Cristo, tinha vinho no lugar de água e
cordeiro (Referência por abater o “cordeiro de Deus”) no lugar de pão. Ou seja,
o líder da seita do Zoroastro fez aquele churrascão. No conto, Zaratustra
abateu o animal na hora, portanto a carne estava fresca. E por falar em frescor
e religião, alguns povos não comem carne ou porque sagram alguns animais ou
porque o costume se fez lei religiosa, que por sua vez fez lei jurídica, ao
virar norma social. É o caso, por exemplo, da Índia fazer da vaca um ente
sagrado, e dos Muçulmanos e Judeus proibirem seus povos comerem porco, pois,
trata-se de um animal em que a carne prolifera larvas e vermes facilmente. A
ideia rudimentar de não comer porco, que se transformou em lei religiosa, é
simples: Se o membro da comunidade comer carne vermelha e fresca, essa pessoa não
terá problemas de saúde, e será até feliz por saciar-se em festividade, assim
como o fez Zaratustra. Hoje, na atualidade, as leis são tão severas que até a
direção em que se vai abater a carne é imposta como condição para negociar tal
produto para os países muçulmanos. Um exemplo é que quando for realizado o abate,
esse trabalho deve ser feito em direção do oriente; além de terem que fazer a reza
no tapete no horário determinado. Se os estrangeiros do oriente têm zelo até
nesses detalhes, vocês acham mesmo que eles estão faceiros em comerem carne
podre vendida por uns “índios” do ocidente? Fica a pergunta no ar.
Diante
disso, é lógico que vender carne podre e envenenada afetará o comércio exterior
brasileiro de forma geral. Mas o agravante é que a negociata não parte da
liberdade entre duas empresas estrangeiras negociando livremente, com tal
problema afetando só um pequeno percentual de pessoas porque existe concorrência
no setor, mas, ao contrário, pois o oligopólio torna tudo maior, desde a oferta
de produtos até o escândalo de contaminar todo mundo (quase que literalmente
falando) por causa do amplo domínio no setor. Por isso que este tipo de negócio
propriamente dito não é conferido entre um executivo da empresa importadora com
o executivo da empresa exportadora, mas com os chefes de estados dos dois
países (presidente na democracia, e califa no califado), diante do tamanho do
negócio a ser conferido e o montante a ser apresentado na mesa. Quando a venda
é por escala, e com chefes de estado tratando disso ao invés de empresários,
tudo começa a ser facilitado, desde desembaraço aduaneiro até bom desconto em
preço unitário, tudo porque o chefe de Estado exportador “garante” ao chefe de
Estado importador que tudo ocorrerá bem. Acaba-se com a concorrência, faz
oligopólio de empresas, acertam-se acordos políticos internacionais, com o
próprio estado fazendo carteis, para no fim acontecer o que aconteceu, com o
impacto geral na coisa toda - desde o chão de fábrica até a diplomacia
internacional. Porque, quando o Lula vai ao exterior fazer acordo internacional
(que deveria ser feito livremente por empresários capitalistas), pela
megalomania, para mostrar que está gerando “riqueza” e divisas para o país, tal
atitude vira até mesmo louro da vitória do “vagabundão do ABC”; agora, quando
estoura esse escândalo, a culpa será dos executivos, com os políticos tirando o
deles da reta. Por isso, que, pela lógica, assim como era sucesso do Lula o
acordo, agora culpa deste escândalo é do Lula, da Dilma, do Temer e desta
quadrilha que se alojou no país, por motivo óbvio. O único consolo, portanto,
conferido aos países importadores da carne podre, é que a oposição do país
também é vitima deste processo tanto quanto qualquer um consumidor brasileiro
normal.
O
oligopólio traz também distorção e problema de chão de fábrica, daquilo que
Keynes chamou de “Desutilidade Marginal”. Porque quanto maior a empresa, mais
complexo são os processos de produção e mais improdutiva ela fica, cometendo
erros até mesmo propositais porque precisam bater a cota de produção de
determinado acordo de contrato firmado via comércio interno ou externo. O problema deste oligopólio não estava em burlar
o produto para ganhar pela manipulação em si, mas em questão de operação, em
gerenciamento, em que conseguiram deixar estragar a principal matéria-prima, que
é a carne, tendo que, para não jogar o lote inteiro fora, enfiar produto químico
para esconder a podridão do produto e vendê-lo como se fosse uma peça boa. No
caso do papelão na carne pode ser malandragem para ganhar unitariamente na
peça, mas na carne podre é pura e simples incompetência de se ter uma empresa
grande, com complexidade em gerenciar, acontecendo essas situações bizarras que
se viu neste escândalo da “carne fraca”. A verdade é que a concorrência, coisa
que o oligopólio não gosta, quebra a desutilidade marginal (incompetência e
improdutividade), pois cada célula de empresa que concorre no meio
mercadológico tem que gerenciar bem os seus produtos, pois, caso aconteça o que
aconteceu, os concorrentes abocanhariam a fatia desta empresa que tivera sofrido
por tal escândalo. E esse é outro problema do oligopólio, pois, se o cartel
deste oligopólio fez algo em conluio, como neste escândalo, pra onde o
consumidor interno correrá, como poderá boicotar o produto, sendo que dominam o
mercado todo? A vagabundagem impera. Não tem pra onde correr, não tem pra onde
escapar.
Diante
disso, prevendo que vai acontecer problema por causa da escala, diante os
apontamentos já citados nos parágrafos anteriores, essa elite do oligopólio compram
a mídia para abafar escândalos, os políticos para que leis sejam aprovadas, e
fiscais para que não fiscalizem nada. Que,
seja franco leitor, na verdade esse é um escândalo maior do que vender carne
estragada, pois é esse tentáculo que dá sustentação para haver tal atitude de
corrupção. Porque se a mídia denunciasse o esquema, os políticos legislassem a
favor dos interesses do povo, e os fiscais fiscalizassem por dever cívico de
servidor, não haveria esse escândalo global. O problema é que o vai além do
imaginável, pois a mídia ainda ganha vultosos valores para divulgar essas
marcas podres, os políticos ganham eleição até mesmo para manter esse poder em vigor,
e muitos funcionários públicos, seja pelo motivo qual for, se corrompem pelo
sistema, tornando o país dilacerado, sem um prumo, sem um caminho a trilhar,
pois, nesta situação que chegou, tudo está fadado ao fracasso. Deste jeito, o
Brasil nunca será.
Outro
entrave ocasionado pela oligarquia é que, quando acontece esse tipo de
ocorrência, não há quem substitua esta empresa neste momento, justamente
porque, no passado, essas mesmas oligarquias, com apoio político e do povo
(manipulado por tais políticos), quebraram tais açougues que faziam o trabalho
de fornecer carne de qualidade para a população. E a única concorrente grande que está fora
deste escândalo, a Frimesa, por exemplo, não tem capacidade instalada para
atender a demanda existente, caso o povo boicote a JBS e a Brasil Foods.
Falando em protesto, boicotar empresas, pelo empirismo histórico, infelizmente não
adianta, pois, se desse certo, Volkswagen, por ter sido acomunada com os
nazistas, e a Fiat, por ter crescido justamente com os fascistas na Itália,
deveriam sumir do mercado por estarem em conluio com ditadores psicopatas. Até mesmo em ramo do varejo, que tem
concorrência mais acirrada, há dificuldade no engajamento para o povo boicotar,
vide o Brasil considerado “conservador”, mas com a AVON e C&A,
progressistas, vendendo seus produtos sem problema nenhum diante das
propagandas progressivas e agressivas que fazem no meio de comunicação. Tudo isso para dizer o simples: Essas empresas
não vão fechar e vão continuar a vender porcaria para o povo brasileiro. Se o
estrangeiro continuará a consumir porcaria brasileira não se sabe, e “ninguém
liga,”, pois é estrangeiro. Simples assim.
Por
fim, não há necessidade de se aprofundar sobre o escândalo de fornecer carne
com substância tóxica em merenda escolar, pois do jeito que está este cenário,
o brasileiro terá de cardápio, feito pela Friboi, carne substituída por papelão
e tempero sendo trocado por substância cancerígena. Porque o Brasil é o país do
tudo normal. Nada surpreende mesmo.
Portanto,
o escândalo da “carne fraca”, deflagrada pela policia federal, impactou no
comércio exterior, mídia, política, economia (desutilidade marginal) e na
imagem do Brasil pelo mundo, mesmo o Brasil tendo uma imagem negativa devido à
corrupção da lava jato e situações negativas recorrentes que o país pratica,
até de maneira recorrente, ao mundo. Não será o último escândalo, e “tudo
continuará como dantes no quartel de Abrantes”. O povo brasileiro é escolado, Já
viu esse filme várias vezes.
Obs:
Se bobear, tais grupos pagam até mesmo o Google e o Facebook para me censurar.
Obs2: Eu até acho fusão uma coisa interessante, cria um player global, mas não para fazer isso, esse crime sem igual.
O Oligopólio Brasileiro de Carne – Implicações Gerais de Júlio César Anjos está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível em http://efeitoorloff.blogspot.com.br.
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